Um áudio obtido pelo site ge revelou um esquema clandestino de venda de camarotes no Morumbi, envolvendo diretores do São Paulo Futebol Clube. As gravações trazem à tona diálogos entre Douglas Schwartzmann, diretor adjunto de futebol de base, e Mara Casares, ex-esposa do presidente Julio Casares e atual diretora feminina, cultural e de eventos. Na conversa, Schwartzmann admite que ele e outros envolvidos ganharam dinheiro com a comercialização ilegal de ingressos para shows, incluindo uma apresentação de Shakira em fevereiro deste ano.
Na manhã desta segunda-feira, tanto Schwartzmann quanto Casares pediram licença de seus cargos, e o clube anunciou que realizará uma investigação sobre os fatos para determinar as medidas necessárias. O camarote em questão, identificado como 3A, é usado para reuniões e entrevistas e está localizado em frente ao escritório do presidente.
Segundo a gravação, o direito ao uso do camarote foi repassado a Rita de Cassia Adriana Prado, uma intermediária no esquema, que vendeu ingressos a preços que chegaram a R$ 2,1 mil cada, totalizando um faturamento potencial de R$ 132 mil. No entanto, Adriana se tornou uma preocupação para os diretores após entrar com uma ação judicial para reivindicar ingressos que, segundo ela, haviam sido retirados sem permissão.
No áudio, Schwartzmann questiona Adriana sobre o deslize, afirmando que todos estavam cientes de que o esquema era indevido e apelando para que ela retirasse a ação judicial para proteger Mara e Marcio Carlomagno, que também estava envolvido no caso. O diretor ressaltou as consequências que a continuidade do processo poderia trazer, tanto para a reputação deles dentro do clube quanto para o próprio São Paulo.
Ainda na conversa, Mara Casares expressou sua preocupação com sua reputação e confirmou que o camarote havia sido cedido a Adriana. Ela negou qualquer benefício financeiro, enfatizando que a confiança estabelecida entre eles foi quebrada quando Adriana repassou o uso do camarote a uma terceira pessoa.
O São Paulo se manifestou oficialmente, afirmando desconhecer o teor do áudio e refutando qualquer alegação de que uma venda ilegal de camarote tenha ocorrido. Após a repercussão das denúncias, outros envolvidos, como Marcio Carlomagno e Douglas Schwartzmann, também emitiram declarações negando qualquer participação no esquema e destacando que suas ações visavam apenas tentar resolver conflitos entre partes privadas.
O caso levanta não apenas questões sobre ética dentro do São Paulo, mas também implica estruturas mais amplas no contexto da lei. Advogados consultados destacam que a situação pode ser caracterizada como estelionato, com penalidades que vão de um a cinco anos de reclusão.
O exemplo vem de cima, habitaram com roubos, levarem vantagens em tudo que fazem, mas os maiores desvios estão nas negociações dos jovens jogadores.