Crise interna: São Paulo vive racha após presidente mudar local do jogo sem consultar diretoria

Recentemente, o presidente do São Paulo, Julio Casares, tomou uma decisão polêmica ao transferir o jogo contra o Internacional, programado para o dia 3 de dezembro, da arena do Morumbi para a Vila Belmiro. A medida, que foi articulada sem um diálogo mais amplo com seus aliados, gerou descontentamento e confusão entre os membros da diretoria do clube, muitos dos quais souberam da mudança através da imprensa.

A escolha de Casares foi supostamente baseada em critérios técnicos, como ele mesmo afirmou. Contudo, a rapidez do processo, que ocorreu entre a noite de segunda e a manhã de terça-feira, deixou muitos dos principais partidários do presidente surpresos e sem uma explicação clara do pensamento da alta cúpula. O clima de discordância entre seus aliados é geral, questionando tanto a decisão isolada do presidente quanto a própria resolução de mudar o local do jogo.

Um dos aspectos que teria influenciado a decisão foi o temor de protestos organizados por torcedores antes da partida no Morumbi. A diretoria temia que a manifestação, que já tem sido uma constante na última série de jogos do clube, poderia resultar em um dano político maior do que a mudança de local em si. Nos últimos jogos, a torcida expressou publicamente seu descontentamento com a gestão, levando a questionamentos sobre a segurança institucional.

Na semana anterior, após conseguir autorização da CBF, o São Paulo havia planejado manter o jogo no Morumbi, que estaria em condições adequadas de receber a partida. No entanto, após a reavaliação da situação do gramado e a previsão de chuva, a decisão de voltar para a Vila Belmiro foi formalizada. A justificativa apresentada foi a de que o gramado do Morumbi não atenderia aos requisitos para a realização do jogo, contradizendo informações anteriores.

Em contato com a imprensa, Julio Casares defendeu sua decisão, alegando que não existe um isolamento político na gestão e que a mudança não se relaciona com possíveis protestos, mas sim com a condição do campo e as previsões climáticas. O presidente ainda se disse confiante de que a base política do clube permanece unida e citou uma reunião recente com membros influentes da Coalizão, na qual se discutiu o processo sucessório para as próximas eleições.