Cuiabá cobra R$ 1 milhão de São Paulo por dívida referente a Gustavo Santana

O Cuiabá Esporte Clube iniciou mais um processo na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), desta vez contra o São Paulo. O clube mato-grossense busca o recebimento de uma dívida no valor de R$ 1 milhão, referente ao atacante Gustavo Santana, que está emprestado ao time sub-20 do Tricolor paulista. A origem da dívida está em uma cláusula contratual que estipula uma multa a ser paga caso o jogador venha a atuar contra o Cuiabá, tanto no time principal quanto nas categorias de base.

No mês de junho, Gustavo Santana participou de uma partida contra o Cuiabá, totalizando 6 minutos em campo. Desde então, o Cuiabá tem cobrado o valor acordado, mas até o momento, não obteve retorno do São Paulo. É importante ressaltar que o clube paulista possui uma opção de compra pelo jogador, estipulada em R$ 700 mil por 70% dos direitos, mas o Cuiabá deixou claro que não considerará a venda até que a multa de R$ 1 milhão seja paga.

O Cuiabá enfrenta dificuldades financeiras nesta temporada, tendo registrado uma queda de cerca de 70% nas receitas devido ao rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro. Atualmente, o clube é credor de mais de R$ 40 milhões decorrentes de negociações de atletas com outros times brasileiros. Entre os devedores estão clubes tradicionais como Corinthians, Santos, Atlético-MG e Grêmio, que não honraram suas obrigações financeiras.

O presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, expressou sua preocupação com essa situação. Ele afirmou que a inadimplência dos clubes afeta significativamente o fluxo de caixa do Cuiabá, levando a diretoria a buscar alternativas no mercado financeiro para equilibrar suas contas. "Mesmo com um montante considerável a receber, tivemos que recorrer a operações de crédito para manter o funcionamento do clube", afirmou Dresch.

O dirigente também comentou a necessidade de uma aplicação mais rigorosa das regras existentes pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na intenção de equilibrar as relações financeiras no futebol. Segundo ele, os clubes menores, que possuem menos capacidade de arrecadação, enfrentam sérios desafios em relação ao fluxo de caixa, o que forçou muitos a considerar o mercado financeiro, muitas vezes com custos adicionais em juros.

Dresch destacou que as principais fontes de receita para o Cuiabá incluem os direitos de transmissão, patrocínios e a venda de publicidade. Diante da dificuldade em competir em termos de receitas recorrentes com clubes maiores, o Cuiabá tem se esforçado para investir na formação de atletas como uma forma de garantir lucros futuros. “Estamos concentrados nisso, pois é uma estratégia vital para a sustentabilidade do clube”, concluiu, enfatizando que os lucros obtidos são reinvestidos em melhorias estruturais.