O presidente do São Paulo, Julio Casares, solicitou uma quebra de protocolo referente à divulgação do áudio do VAR durante o clássico contra o Palmeiras, em que o Tricolor foi derrotado por 3 a 2. Na última segunda-feira, o São Paulo teve acesso às comunicações entre o árbitro Ramon Abatti Abel e a cabine do VAR, comandada por Ilbert Estevam da Silva, durante os lances controversos da partida realizada no Morumbi no domingo anterior.
Representado pelo executivo de futebol Rui Costa, o clube participou de uma videoconferência com membros da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF para discutir os erros de arbitragem que, segundo a equipe, influenciaram o resultado do jogo. O presidente da comissão, Rodrigo Cintra, e o gerente técnico do VAR, Péricles Bassols, também contribuíram com suas explicações durante a reunião.
Um dos principais pontos de contenda é um alegado pênalti não marcado a favor do São Paulo em um lance no início do segundo tempo, onde o jogador chileno Tapia foi derrubado por Allan dentro da área. A comunicação entre o árbitro e a cabine do VAR revelou que não houve instrução para que o juiz revisasse a jogada no vídeo.
A CBF já havia anunciado que Ramon Abatti Abel e Ilbert Estevam da Silva seriam afastados e submetidos a um treinamento de aperfeiçoamento devido aos erros identificados. O São Paulo está insatisfeito com pelo menos cinco lances em que considera haver falhas do árbitro que impactaram diretamente no desfecho da partida.
De acordo com o protocolo de transparência da CBF, apenas as chamadas de revisão formal, ou "on-field review", têm os áudios e vídeos correspondentes publicados em seu portal. Como nenhum dos lances contestados durante o clássico teve essa revisão formal, a CBF não divulgou os materiais. A entidade enfatizou que as checagens silenciosas, que podem ocorrer entre 20 a 30 vezes durante uma partida, são analisadas nos Fóruns Permanentes das Séries A e B e estão disponíveis aos clubes, se solicitadas.
Apesar do interesse do São Paulo em uma maior transparência através da publicação dos áudios das checagens silenciosas, a CBF explicou que qualquer mudança nos procedimentos teria que ser aplicada de maneira uniforme e viável para todos os clubes. Entretanto, a CBF decidiu consultar a FIFA sobre a possibilidade de tornar públicas as gravações das checagens não protocolares, o que poderia resultar em novas práticas de transparência no futuro.