São Paulo supera desafios e conquista o tri da Libertadores com garra e estratégia

O São Paulo Futebol Clube alcançou seu terceiro título da Copa Libertadores em 2005, após uma campanha notável que começou na fase de grupos e incluiu confrontos contra equipes respeitáveis como Universidad de Chile, Quilmes e The Strongest. No mata-mata, o tricolor teve que superar adversários como Palmeiras, Tigres, River Plate e Athletico. No entanto, o caminho para a final não se restringiu apenas ao futebol, pois o clube enfrentou muitos desafios nos bastidores, que ainda repercutem até hoje.

O confronto com o Athletico Paranaense, que por muitos anos foi marcado por rivalidade, viu a relação entre os clubes se deteriorar significativamente após os eventos de 2005. A luta para que o Athletico realizasse o primeiro jogo da final em sua própria casa, a Arena da Baixada, foi infrutífera. Regida por regras da Conmebol que exigiam uma capacidade mínima de 40 mil pessoas, a Arena da Baixada, que acomodava cerca de 25 mil torcedores, não pôde sediar a partida. O cenário forçou o Athletico a mudar de estado para o jogo, um evento que nunca foi esquecido por seus torcedores.

Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico, expressou descontentamento em 2021, referindo-se às manobras políticas que afetaram a história do clube na Libertadores de 2005. Para o São Paulo, cada passo para a final foi enredado em complexidades, inclusive o envolvimento ativo do clube para assegurar que as normas da Conmebol fossem respeitadas. O São Paulo viu-se em um "duelo extracampo", onde seu papel foi garantir que o regulamento fosse seguido, resultando em mais um atrito na já conturbada relação entre os times.

A tentativa do Athletico de trazer a partida para sua casa, mesmo depois de construir uma arquibancada provisória para aumentar a capacidade do estádio, não foi suficiente. A Conmebol, apesar dos esforços do clube, não aceitou os documentos que comprovavam a obra, decidindo que a partida aconteceria no Beira-Rio, em Porto Alegre, a quase 750 km de Curitiba. Essa decisão deixou os torcedores do Athletico se perguntando "e se" o jogo acontecesse na Arena da Baixada.

O contexto da competição também foi marcado por controvérsias, especialmente em relação à arbitragem. O jogo da semifinal contra o River Plate levantou suspeitas sobre favorecimento de um árbitro, Gustavo Méndez, que teve sua carreira encerrada em meio a um escândalo no futebol uruguaio. Mesmo sem comprovações, o episódio lançou uma sombra sobre a vitória do São Paulo, contribuindo para a tensão que permeou toda a competição.

Ao final, São Paulo se consagrou tricampeão da Libertadores, mas as consequências da política esportiva e das decisões extrafutebol deixaram marcas profundas nas relações entre os clubes, em especial entre São Paulo e Athletico. A rivalidade, que poderia ter sido um motor de crescimento para ambas as equipes, tornou-se um campo de batalha histórico de ressentimentos e disputas que afastaram os times um do outro por muitos anos.