Flávio Donizete da Costa, campeão mundial pelo São Paulo em 2005, enfrenta uma batalha pessoal significativa para reconstruir sua vida após a devastação causada pelo vício em drogas. Aos 41 anos, o ex-meio-campista, que celebrou conquistas como o Paulistão e a Libertadores, agora coloca sua luta contra a dependência química como sua maior vitória.
Revelado pelo Tricolor, Flávio Donizete rapidamente ascendeu no futebol, mas a realidade se mostrou desafiadora após seu contrato com o São Paulo ser rescindido em 2009. Ao se deparar com o fim de sua carreira no clube, ele começou a frequentar a vida noturna e, em meio à solidão e frustração, experimentou a cocaína pela primeira vez. “A droga entrou em mim por acaso... e foi isso que paralisou minha vida”, refletiu o ex-atleta.
A dependência da cocaína o levou a um ciclo de autodestruição, onde o uso diário tornou-se uma forma de tentar suprir sua necessidade de retornar aos campos. “Ela tira tudo aquilo que você não tem e mais um pouco”, lamentou Flávio, ciente de que a droga o afastou do que mais amava: o futebol. Após um período de más experiências e recaídas, ele chegou a vender sua medalha de campeão mundial, um gesto que hoje lamenta profundamente. “Vendi aquilo que eu desejei tanto para poder conquistar”, recordou, expressando arrependimento pela venda de um símbolo de suas conquistas.
Após seis anos lutando contra a dependência, Flávio Donizete encontrou apoio em ex-colegas como Hernanes e Mineiro, que ajudaram-no a se reerguer. O ex-jogador passou por tratamento e decidiu mudar-se para o interior de São Paulo, onde começou a trabalhar em diversas funções para complementar sua renda enquanto se distancia do vício. Atualmente, ele atua como treinador e auxiliar no time feminino do Rio Branco, além de participar de um projeto voltado para jovens que sonham em se tornar jogadores profissionais.
No presente, Flávio enfatiza a importância de manter a droga longe de sua vida. “Hoje, a droga saiu do meu corpo, estou livre. Tudo que faço é em prol da minha esposa e filhas”, afirmou, destacando que sua prioridade é a família e o trabalho no futebol. Ele também mencionou os desafios de permanecer afastado de antigos hábitos, ressaltando que mesmo a proximidade de ambientes que celebram o uso de drogas pode ser tentadora.
Flávio Donizete continua determinado em sua jornada, ciente de que a experiência vivida pode servir de exemplo e inspiração para muitos. Ele declarou: “Deus tem nos lapidado para poder contar para outras pessoas, para fazer a coisa certa.” Em suas reflexões, ele se mostra agradecido por ainda ter a chance de reescrever sua história e ajudar outros a evitarem os mesmos erros.
