A frase "foi eliminado, mas caiu de pé" é usada no meio futebolístico para ilustrar situações em que uma equipe joga bem, melhor até que seu oponente, mas não consegue o resultado necessário para seguir adiante em determinada competição. E é justamente por essa frase que o Corinthians não quer ser lembrado após as semifinais do Campeonato Paulista.
Terceiro colocado na fase de classificação, com 39 pontos contra 40 do São Paulo, adversário deste domingo, às 16h (de Brasília), no Pacaembu, o Corinthians, único time invicto da competição e dono da melhor defesa, com somente 15 gols sofridos, terá que partir para o ataque - também um dos mais positivos da competição -, se quiser garantir presença na final.
Ao final dos dois duelos contra a equipe do Morumbi, os comandados de Mano Menezes podem dar adeus à disputa do título paulista se deixarem o campo sem serem vazados, mas também não marcarem gols. Como terminou em segundo lugar na primeira fase, o São Paulo garantirá vaga na final com dois resultados iguais, que podem ser dois empates por 0 a 0.
Tal possibilidade, no entanto, não passa pela cabeça de Mano Menezes. "Gosto sempre de pensar pelo lado positivo, e não em hipóteses", sentenciou, também minimizando o fato de o Corinthians ser recordista em empates no atual Campeonato Paulista (9, contra 4 do São Paulo).
"Empatamos bastante, mas é melhor empatar a perder. Apesar das críticas, chegamos às semifinais com a melhor campanha entre os quatro grandes. Somos os únicos invictos e isso é resultado de um trabalho. As críticas podem não ser exageradas, mas também não correspondem à realidade. Basta ver o nosso desempenho", argumentou.
Questionado sobre o que fará no duelo do Pacaembu para evitar que o São Paulo chegue ao segundo jogo ainda carregando vantagem para ficar com a vaga na decisão, Mano foi claro: vai para cima do rival.
"O objetivo é desmanchar a vantagem do São Paulo no primeiro jogo, mas não dá para prever como as coisas vão sair. A estratégia da segunda partida depende disso", analisou.
O único problema do treinador para escalar a equipe, além de Escudero, que passará por uma cirurgia na próxima semana e só voltará aos campos em 2010, é o jovem zagueiro Diego, que foi expulso na partida contra o Mirassol e terá de cumprir suspensão automática. André Santos, William e Ronaldo, que não atuaram no Interior, têm presença assegurada.
O treinador fez dois treinos fechados para a imprensa na quinta e na sexta e estuda três possibilidades diferentes de montar a equipe. Na primeira delas, entraria em campo com três volantes, colocando Fabinho na vaga de Boquita e destacando o jogador para acompanhar de perto Jorge Wagner, principal arma são-paulina nas bolas alçadas para a área.
Outra opção é manter Boquita em campo ao lado de Douglas, ou, por fim, sacar um dos armadores e colocar Jorge Henrique ao lado de Dentinho e Ronaldo no ataque.
Ronaldo, aliás, acredita que a melhor maneira de sair vitorioso da partida é atacando o São Paulo desde o início da partida.
"O ideal é ter tranqüilidade e saber das dificuldades que vamos enfrentar. Temos que entrar em campo pensando somente em jogar o nosso futebol. Temos que atacar e ferir o São Paulo, sem medo de sermos feridos. Pressionar o adversário em seu próprio campo e fazer de tudo para dificultar o jogo para eles", receitou.
Presença certa na lateral da equipe alvinegra e melhor amigo de Ronaldo no grupo, André Santos, que salvou o Corinthians da derrota no clássico da primeira fase, marcando o gol de empate e decretando o resultado final da partida, adotou discurso de respeito ao time do Morumbi.
"O São Paulo é bom e merece a nossa atenção. O Muricy trabalha com esse elenco há bastante tempo e formou uma equipe forte em todos os setores", detectou. "Não devemos ficar falando sobre o adversário. Precisamos nos preocupar com nós mesmos para não dar armas a ninguém", emendou.
Não dar armas ao rival também é a prioridade pelos lados do Morumbi. O técnico Muricy Ramalho, por exemplo, ignorou o fato de seu time poder atuar por dois resultados iguais para chegar à final e encontrou um modo de jogar o favoritismo para a equipe de Mano Menezes.
"Jogamos na quinta, enfrentamos uma partida muito difícil e tivemos que correr muito. A gente acredita em arrumar bem o time para surpreender o Corinthians, mas no aspecto físico eles levam vantagem", opinou.
"Tem também que eles estão lá treinando só para um jogo. Além de não ter treinado, focamos em outra competição", emendou, lembrando da complicada vitória sobre o Defensor, do Uruguai, quinta, pela Libertadores.
O atacante Borges, grande herói são-paulino na virada sobre os uruguaios, adotou tom semelhante no discurso e pregou cautela para o confronto. "Vai ser um jogo complicado, pois eles possuem um time de muita qualidade. Os dois times fizeram uma bela campanha e vão buscar o ataque. Sem dúvida, quem for ao estádio verá um grande jogo", apostou.
O desgastante jogo de quinta ainda causou uma baixa ao elenco tricolor. O polivalente Zé Luis sofreu uma contusão na coxa e só voltará em três semanas. Sem ele, Muricy deve retomar o esquema 3-5-2 após quatro jogos, deslocando Arouca para a lateral e escalando Renaton Silva como titular.
Corinthians precisa atacar São Paulo para "não cair de pé"
Fonte Terra
12 de Abril de 2009
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