O presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, falou pela primeira vez sobre a punição do presidente da Federação Paulista, Marco Polo Del Nero, que foi suspenso por unanimidade pela Terceira Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, por causa da polêmica envolvendo a arbitragem na última rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado. O dirigente tricolor achou a condenação importante principalmente por ser inédita no futebol brasileiro.
- É um caso singular. Pela primeira vez o presidente de uma federação, sobretudo a de São Paulo, senta no banco dos réus. Tem um simbolismo importante, oxalá isso signifique uma correção de rumos nos ditames do futebol brasileiro. Quando em um tribunal esportivo a unanimidade condena um presidente da federação como a Paulista, eu vejo que há esperança no futebol - explicou Juvêncio ao GLOBOESPORTE.COM, em Cáli, na Colômbia.
Entenda o caso
Na véspera da partida entre São Paulo e Goiás, no Gama, no fim do ano passado, Del Nero fez uma denúncia, dizendo que o árbitro Wagner Tardelli, que comandaria a partida, estaria envolvido em um esquema de suborno. Ele entrou em contato com a CBF após ser alertado por sua secretária de que uma secretária do São Paulo teria ligado para a FPF afirmando que precisava entregar um envelope para o vice-presidente Reinaldo Carneiro Bastos que, por sua vez, deveria fazê-lo chegar ao juiz da partida. Este foi afastado do duelo.
Depois de entender que a denúncia de Del Nero foi infundada, o STJD puniu o dirigente com suspensão de 90 dias, e a Federação Paulista de Futebol foi multada em R$ 10 mil. Eles foram denunciados no artigo no artigo 221 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (oferecer queixa infundada ou dar causa, por erro grosseiro ou sentimento pessoal, à instauração de inquérito ou processo na Justiça Desportiva). Del Nero vai recorrer da decisão no Pleno do STJD. Reinaldo Carneiro Bastos ficará no comando da FPF nos próximos 90 dias.