O São Paulo irá romper com a Federação Paulista de Futebol (FPF). A decisão, anunciada pelo vice-presidente de futebol do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, à rádio Jovem Pan, foi tomada após ter a confirmação de que a denúncia de uma possível manipulação de resultado da partida entre Goiás x São Paulo partiu da entidade para o Ministério Público de São Paulo (MP/SP).
Em nota, o MP/SP afirma que o presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, procurou os promotores do Grupo de Atuação Especial de Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), preocupado com uma suposta tentativa de manipulação do resultado. Os promotores do Gaeco, então, sugeriram que o caso fosse comunicado à Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
De acordo com a rádio paulista, o Sâo Paulo chegou a conclusão de que toda a polêmica foi gerada por Del Neto e cogita até solicitar seu afastamento da Federação.
Segundo a Rádio CBN, o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, conversa neste início de tarde de domingo com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
No sábado, a CBF mudou o árbitro da partida do jogo deste domingo, que irá decidir o campeão do Brasileirão: sai Wagner Tardelli e entra Jailson Macedo. A entidade máxima do futebol brasileiro diz ter identificado o suposto responsável pela tentativa de suborno, mas avisou que o nome só seria revelado na segunda-feira.
Durante o sábado, dirigentes dos dois times que ainda disputam o título, São Paulo e Grêmio, deram diversas declarações. O São Paulo quer que o nome seja divulgado logo e o Grêmio coloca o campeonato sob suspeita .
Uma das versões da tentativa de suborno, divulgada pela TV Bandeirantes, dá conta de que ingressos para o show da Madonna, que se apresenta nos dias 18, 20 e 21 de dezembro, no Morumbi, teriam levado à crise. O São Paulo nega.
Confira a seguir a nota emitida pelo Ministério Público de São Paulo:
NOTA DO MP SOBRE CAMPEONATO BRASILEIRO
Na sexta-feira (5), o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo del Nero, procurou os promotores do Grupo de Atuação Especial de Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), núcleo da Capital, que atuaram no caso da chamada "Máfia do Apito". O presidente da FPF relatou, na ocasião, sua preocupação com relação à suposta tentativa de manipulação de resultado do jogo entre Goiás e São Paulo, válido pela última rodada do Campeonato Brasileiro da Série "A", a ser disputado neste domingo (7).
Diante do relato, os promotores do Gaeco sugeriram ao presidente da FPF que a questão fosse comunicada à Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O Ministério Público do Estado de São Paulo não voltará a se manifestar sobre o assunto até que o caso seja apurad o pelas autoridades competentes.
São Paulo, 06 de dezembro de 2008.