São Paulo, clube que verdadeiramente combateu a ditadura — por Wender Peixoto

Fonte SPFC.Net
Revolução de 1932 ou Guerra Paulista, uma luta armada do Estado de São Paulo que tinha por objetivo derrubar a ditadura Vargas iniciada em 1930. O São Paulo Futebol Clube e seus jogadores participaram ativamente em defesa dos paulistas.
O São Paulo cedeu suas próprias estruturas como instalação militar. Na Chácara da Floresta, antigo estádio do clube, onde os exércitos se reuniam. O local — transformado em quartel — foi utilizado no treinamento para manuseio de fuzis e prática de manobras militares das tropas.

Arthur Friedenreich, que honrou as cores do Tricolor entre 1930 e 1935, e lutara exercendo liderança na Revolução de 32, fez um discurso histórico conclamando voluntários para a guerra, através de uma rede de rádio:
“Esportista há mais de 20 anos, como sabeis, sinto a energia física e moral que todos vós, também esportistas, certamente o sentis. Esportista há mais de 20 anos, com serviços prestados ao meu clube, ao meu Estado e — por que não dizê-lo — ao meu país, tanto nos nossos campos como naqueles do Uruguai, da Argentina, França, Portugal e Suíça, sinto-me com o direito de vos dirigir um veemente apelo para que imiteis meu gesto, inscrevendo-vos na Mobilização Esportiva, a fim de que todos juntos defendamos a causa sagrada do Brasil. Tudo por São Paulo, num Brasil unido”, discursou Friedenreich.
Jogadores são-paulinos como Luizinho e Faria, entre outros, também lutaram na região do Eleutério em Itapira, na divisa com Minas Gerais, onde se concentravam as batalhas mais sangrentas. Abaixo, Faria à esquerda de Friedenreich:

O conflito, iniciado em julho de 1932, terminou em outubro do mesmo ano. A Revolução de 32 deixou um legado de lutas por liberdades civis, que contribuíram para a realização de eleições em 1933 e a promulgação da Constituinte de 1934. Entretanto, as feridas não se fecharam.
Getúlio Vargas, odiado em São Paulo, havia proibido o uso de símbolos relacionados aos estados, como as bandeiras. Mas, na ocasião da inauguração do Estádio Pacaembu, em 1940, Vargas se fez presente e a criatividade do povo driblou a ordem do ditador.
Quando a delegação do São Paulo deu a volta na pista de atletismo (foto abaixo), a multidão, numa manifestação de orgulho pelo nome de seu estado e de sua capital, aplaudiu de pé. As pessoas berravam "São Paulo! São Paulo!" e olhavam, em desafio, para a tribuna de honra. Vargas entendeu. Nenhuma delegação de outro clube, naquele dia, foi saudada daquela forma.

Após o episódio, o Tricolor passou a ser chamado de “O clube mais querido da cidade”. A bandeira SPFC foi utilizada, em diversas ocasiões e manifestações populares, como sendo a bandeira do Estado de São Paulo.
Wender Peixoto
Twitter: @peixotowender
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