"Quando garoto, eu fui várias vezes artilheiro".

A frase acima provavelmente foi dita por algum jogador ou até mesmo um ex-jogador, correto? Negativo. O autor, por incrível que pareça, é um dos maiores nomes no pugilismo brasileiro. Aos 74 anos, Eder Jofre relembra com carinho de sua infância e uma de suas paixões. Além, é claro, do boxe, onde construiu vitoriosa carreira.

Filho de José Aristides Jofre, técnico do boxe do São Paulo na época, Eder tomou gosto pelo esporte jogando bola. Isso mesmo. Quando pequeno, o ex-pugilista admitiu que adorava jogar futebol e marcava muitos gols. Ele até pensou em seguir carreira.



"Quando eu era garoto, eu adora jogar bola. Jogava na ponta esquerda e fazia muitos gols. Fui várias vezes artilheiro. Modestamente, eu era muito bom (risos). Mas não sei como seria se eu virasse jogador profissional", explicou Jofre.

Mas o destino já tinha reservado outra maneira do então garoto cravar seu nome na história do esporte brasileiro. Praticamente sua família inteira lutava boxe. Com isso, não foi muito difícil para ele descobrir seu verdadeiro dom e seguir carreira no ramo. E mostrou que trilhou o caminho certo.

"Eu gostava de jogar bola, mas lutar boxe era um dom meu. Pelo fato de meu pai ser treinador e meus tios também lutarem, não teve jeito. Fui para o ringue também", ressaltou Eder.

Apontado como um dos maiores pugilistas brasileiro de todos os tempos, Eder Jofre comemora este ano o cinquentenário da conquista de seu primeiro título mundial. Em 1960, ele superou o mexicano Eloy Sanchez e conquistou o cinturão de Campeão Mundial da AMB (Associação Mundial de Boxe) Peso Galo. Por conta de seus títulos na categoria, o são-paulino recebeu a alcunha de "Galinho de Ouro".

Uma data tão importante não poderia passar em branco. Assim, nesta quarta-feira (18), Eder Jofre será homenageado em cerimônia fechada no Morumbi. Além disso, a partir de 25 de novembro a exposição "Galo de Ouro-Coração Tricolor" contará a história vencedora do ex-lutador no Morumbi Concept Hall, onde ficará aberta ao público.

"Eu recebo esta homenagem com a maior satisfação do mundo. Sou são-paulino roxo e o São Paulo está no meu sangue. Lutei por este clube, por estas cores", completou o eterno campeão.



Confira os títulos que Eder Jofre conquistou ao longo da carreira:

Títulos
Campeão da Forja de Campeões (amador) - 1953
Campeão Latino-Americano (Montevidéu) - 1956
Campeão Brasileiro dos galos - 1958
Campeão Sul-americano dos galos - 1960
Campeão Mundial da AMB (Associação Mundial de Boxe) dos galos - 1960
Campeão Unificado (títulos pelas federações americanas e européias) dos galos - 1962
Campeão Mundial dos penas pelo CMB (Conselho Mundial de Boxe) - 1973

Premiações e Honrarias
Melhor "peso galo" do mundo - 1963.
Melhor "peso galo" de todos os tempos Conselho Mundial de Boxe (CMB) - 1983, na ONU.
Melhor na categoria de peso na América Latina - Imprensa da República Dominicana.
Pugilistas que defenderem com sucesso o seu cinturão nos galos ganham o "Troféu Eder Jofre".
Indicado para o "Hall da Fama" do boxe - 1992.
Nono melhor pugilista dos últimos cinqüenta anos - Revista norte-americana "The Ring" - 2002 (Ao lado de monstros do esporte como Sugar Ray Robinson, Muhammad Ali, Julio Cesar Chavez, Sugar Ray Leonard, Roberto Duran, Carlos Monzón).