Lucas Gaúcho posou para o LANCE! dentro de um dos gols do CT da Barra Funda - foto: Tom Dib

O elegante relógio dourado logo denuncia a vaidade de Lucas Gaúcho. O perfume caro comprova e ele admite: seus banhos costumam ser demorados. Mas o atacante precisou apenas de nove minutos para fazer a alegria dos são-paulinos. Foi o tempo que levou para marcar, de letra, seu primeiro gol como profissional, domingo, contra o Vasco.

Em São Januário, entrou aos 20 minutos do segundo tempo. Marcou aos 25. Antes, havia disputado apenas quatro minutos contra o Vitória, no dia 6 de outubro. Nove minutos que mudaram sua vida.

– Ainda não parei para pensar na importância do gol para minha carreira. Estou curtindo, a ficha está começando a cair – admitiu o garoto, de 19 anos, ao LANCENET!.

Logo após o gol de letra, que ele revelou ter sido o primeiro da carreira desta forma, seu nome foi um dos assuntos mais comentados no Twitter, microblog da internet (superou o alemão Sebastian Vettel, campeão mundial de Fórmula 1).

O sucesso, pelo menos por um dia, encheu o jovem de confiança. A mesma com a qual disputou a Copa São Paulo deste ano, sendo campeão e artilheiro, com nove gols. Química com o número, vago desde a saída de Washington para o Fluminense?

– O número 9 é bom para quem joga na área. Se quiserem me dar, aceito (risos). Se o presidente disser que a 9 é minha no ano que vem, ficarei muito feliz – afirmou Gaúcho.

O atacante lembra que ainda tem muito o que mostrar e será uma decisão da diretoria se ele ficará com o número 9 (ainda mais que o clube luta para renovar o contrato de Ricardo Oliveira). Mas ele garante:

– Se eu não estivesse pronto, não estaria no profissional jogando. O São Paulo não queima etapas. Todos os jovens entram na hora certa.

É o desejo do são-paulino. E que nove minutos durem a eternidade.

Confira um Bate-Bola com Lucas Gaúcho:

Após o gol de domingo, você ligou para alguém?
Eu liguei. Peguei o telefone e liguei para a minha mãe. Falei: “Se a minha mãe não morreu, ela atende” (risos). Ela estava alegre demais. Depois o celular não parou de tocar. Todos os meus amigos me ligaram.

Esperava fazer o gol?
Antes do jogo, disse para Fernandão que, se entrasse, iria marcar. E ele disse que eu iria mesmo.

O próximo jogo é contra o Fluminense. Se vencer, ajuda o Corinthians. E aí?
Se eu entrar e puder fazer cinco gols, vou fazer, porque será importante para a minha carreira. A gente sempre vai entrar para vencer. E a gente ainda tem a chance de ir para a Libertadores. Enquanto tiver chances, vamos buscar.

Entre Fluminense e Corinthians, quem você prefere que seja campeão?
Fluminense (risos). Corinthians, não.

Já conversou com Henrique? Ele está no Vitória e vai enfrentar o Corinthians na próxima rodada.
Vou ter de falar. Vou pedir para ele fazer um gol para nos ajudar (risos).
Com a palavra: Fernandinho, fez seu primeiro gol pelo São Paulo com quatro minutos em campo
O gol de Lucas Gaúcho não foi só importante para o time na partida contra o Vasco, como para ele também, principalmente. Gaúcho é um jogador de muito talento e tem de buscar aliar isso com a vontade, porque, desta forma, certamente vai ser dar bem.
Um gol assim, rápido, ainda mais em uma estreia, como foi meu caso contra o Monte Azul, é essencial. Tirou um peso das minhas costas para eu fazer mais três gols (ele anotou quatro gols na sua estreia pelo Paulistão). Fiquei mais leve do que uma pena. Se jogássemos juntos, Lucas Gaúcho e eu, ele iria morrer de tanto fazer gols (risos). Ele teria de dividir os direitos ecônomicos dele comigo.