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Zetti e Juninho relembram título da Recopa Sul-Americana

Memória FPF

No início da década de 90 o torcedor são-paulino já estava acostumando a comemorar os mais diversos títulos colocados em disputa. O bicampeonato Paulista de 1991/92, o Brasileirão de 1991, o bi da Copa Libertadores da América 1992/93, além do Mundial Interclubes de 1992 pareciam suficientes para preencher a sala de troféus do Morumbi.

Em setembro de 1993, porém, mais um título sul-americano era colocado em disputa pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). São Paulo e Cruzeiro decidiam em Belo Horizonte o título da Recopa Sul-Americana. A decisão colocava frente a frente os campeões da Copa Libertadores da América e da extinta Supercopa Libertadores (atual Copa Sul-Americana) de 1992.


Ronaldo, mais tarde apelidado de Fenômeno na Itália, já era um atacante perigoso em seus tempos de Cruzeiro, onde despontou

Comandado por Carlos Alberto Silva, o Cruzeiro também chegava à decisão com condições de levar o título. Campeão Mineiro e da Supercopa Libertadores do ano anterior, a equipe tinha o garoto Ronaldo como a principal estrela do time. Já o São Paulo mantinha a mesma base da equipe que se firmou como a melhor do país e trazia novidades como os atacantes Valdeir e Juninho, o meio-campista Jamelli e o lateral André Luiz, os dois últimos recém-promovidos das categorias de base.

No primeiro jogo da final – três dias antes no estádio do Morumbi – paulistas e mineiros empataram por 0 a 0 em uma partida que também foi válida pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro, devido à falta de datas para a realização da disputa, já que o São Paulo em dezembro viajaria ao Japão para a disputa do bicampeonato mundial.


Zetti foi um dos melhores goleiros de sua época, tanto que esteve na Copa do Mundo/94, e foi bicampeão da Libertadores e Mundial 92/93

Um novo empate no Mineirão fez com que a disputa do título terminasse em uma emocionante decisão por pênaltis. Para Zetti, ex-goleiro são-paulino, o jogo contra o Cruzeiro foi uma das finais mais difíceis que já disputou. “Estávamos disputando o Campeonato Brasileiro e ao mesmo tempo nos preparando para o Mundial no Japão. Encontramos um Cruzeiro muito forte que também almejava o título, pois vinha de um vice-campeonato. Foi uma partida muito complicada”, lembrou o ex-camisa 1.

Muito experiente e com a fama de pegador de pênaltis, Zetti já havia defendido o último pênalti na decisão da Copa Libertadores do ano anterior. Hoje, comentarista esportivo de uma rádio da cidade de Santos, o ex-goleiro recorda com orgulho de ter defendido a cobrança do ainda jovem Ronaldo, atual atacante do Corinthians. “O São Paulo já estava acostumado em decidir em cobranças penais, mas aquela foi mais emocionante, pois jogávamos fora de casa e contra um time brasileiro formado por bons jogadores. Quando Ronaldo partiu para a cobrança escolhi o canto e, por sorte, acertei. Daí vi que bastava fazer mais um gol para comemorar o título”, lembrou Zetti.


Observado por Doriva, Juninho Paulista, pentacampeão mundial em 2002 com a seleção, tenta jogada contra Capitão, da Portuguesa

Recém-chegado do Ituano, Juninho ainda tentava se firmar na equipe comandada pelo técnico Telê Santana. O meio-campista tricolor aos poucos ganhava oportunidades de entrar no decorrer das partidas e teve a chance de ser um dos titulares na decisão contra o Cruzeiro. “Para mim foi uma surpresa jogar aquela final. Era um jogo muito difícil contra o forte Cruzeiro. Fiquei na reserva na primeira partida e no elenco havia grandes jogadores como o Jamelli, Catê e o Müller. Mas o Telê Santana já estava acostumado às decisões e passava muita confiança aos jogadores jovens. Acredito que tenha sido toda essa tranquilidade passada que me deixou bem para disputar a final”, afirmou Juninho Paulista.

Titular mais jovem daquele time, com apenas 20 anos de idade, Juninho Paulista disputava sua primeira decisão com a camisa tricolor. O jogador que era fã da equipe comandada por Telê Santana assistiu pela televisão toda a saga tricolor nos dois primeiros anos da década. Para o ex-meio-campista, disputar uma final ao lado dos ídolos foi algo inacreditável. “Lembro-me que deixei de aceitar propostas de outros clubes só para jogar no São Paulo, pois tinha a certeza que jogaria num clube campeão. Quando estava no aquecimento no vestiário me dei conta que estava indo para uma decisão junto com os jogadores que tanto admirava. Foi algo inacreditável entrar em campo e levantar uma taça com todos aqueles grandes jogadores”, disse o atual administrador de futebol do Ituano.

Ficha técnica
Cruzeiro 0x0 São Paulo (2x4)

Cruzeiro (MG):

Sérgio;
Paulo Roberto,
Luizinho (Célio Lúcio),
Róbson e
Nonato;
Ademir,
Marco Antônio Boiadeiro,
Luiz Fernando e
Rogério Lage;
Macedo (Careca) e
Ronaldo.
Técnico: Carlos Alberto Silva

São Paulo:

Zetti;
Cafú,
Gilmar,
Ronaldão e
André Luiz;
Válber,
Dinho e
Toninho Cerezo;
Juninho,
Palhinha (Cate) e
Valdeir (Jamelli).
Técnico: Telê Santana.

Decisão nos pênaltis:

São Paulo 4
(Dinho, Cafú, Válber e Ronaldão) x

Cruzeiro 2
(Luiz Fernando e Ademir); Paulo Roberto desperdiçou a cobrança e Zetti defendeu o chute de Ronaldo.

Renda: Cr$ 7.616.400,00
Público: 20.018

Árbitro: Jorge Nieves (Uruguai).

Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG).

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