Insatisfeito com a exclusão do Morumbi da Copa de 2014, Carlos Augusto de Barros e Silva, vice de futebol do São Paulo, criticou Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e questionou a escolha do estádio do Corinthians como sede da abertura do Mundial.
"A informação que eu tenho é que o Lula quer fazer um estádio para o Corinthians, e ele está indiscutivelmente certo, porque o Corinthians precisa de um estádio. Mas ele quer a Copa no Morumbi. Se dependesse da vontade do presidente da República, o estádio do Corinthians seria feito, mas não seria o da abertura da Copa", afirmou.
O dirigente do São Paulo foi convidado para participar de um encontro sobre profissionalização e transformações do futebol na Casa do Saber, realizado na noite da última terça-feira. O Corinthians entrou na pauta no momento em que Leco falava sobre a influência da paixão dos torcedores no mercado futebolístico.
"O futebol tem a paixão como mola propulsora, o que explica o fenômeno Corinthians, porque é uma coisa impressionante. Mas também é uma coisa impressionante que eles até agora ainda não tenham construído um estádio", alfinetou o vice de futebol do São Paulo.
Leco não acredita na estratégia adotada pelo Corinthians de bancar a construção de seu estádio com a venda do direito de batizar a arena a uma determinada empresa. "Acho que o naming rights esbarra em questões internas do próprio clube", afirmou o dirigente tricolor.
Na última eleição do Clube dos 13, Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, votou em Fábio Koff, que venceu Kléber Leite, candidato apoiado por Teixeira. Já Andrés Sanchez, mandatário do Corinthians, votou no candidato da CBF e se aproximou ainda mais de Teixeira como chefe da delegação brasileira na Copa do Mundo.
Na África do Sul, Teixeira anunciou oficialmente a exclusão do Morumbi de 2014. Andrés Sanchez, por sua vez, na véspera do centenário do Corinthians, confirmou a construção do estádio do clube, aprovado pelo presidente da CBF para receber o jogo de abertura da Copa do Brasil.
"Na eleição do Clube dos 13, o Juvenal simbolizou a resistência não apenas do São Paulo, mas de todos que votaram contra o tal Kléber Leite. Embora nos cobrem, sabemos que, se abdicarmos de nossa dignidade, ele (Teixeira) toma conta do futebol de um jeito absurdo", disse Leco.
Questionado por um dos espectadores do encontro sobre como Teixeira consegue se manter no cargo de presidente da CBF, posição que ocupa desde 1989, Leco respondeu sem meias palavras. "Ele subvenciona todos que o elegem (os presidentes das confederações). Nesse jogo de interesses, coloca todos aos seus pés", explicou.
Para Leco, os clubes deveriam organizar o Campeonato Brasileiro de forma independente. Desta forma, a CBF tomaria conta apenas da seleção nacional. "Mas certamente isso não vai acontecer com o Ricardo Teixeira", disse o vice de futebol tricolor.
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