
Foto: Ivan Pacheco/Terra
Os resultados estão comprovando que a demissão de Ricardo Gomes e a efetivação de Sérgio Baresi foi uma péssima decisão. Quando o tricampeão brasileiro Muricy foi demitido havia a justificativa do desgaste do técnico no clube. Não concordei, mas respeitei. Eu não escutaria os cartolas e manteria o técnico, como Juvenal fez durante três anos. Os cornetas tricolores culpavam Muricy por não ter conquistado a Libertadores. É um argumento ridículo e arrogante. Não é fácil conquistar a América. O Flamengo ganhou com Zico e nunca mais. O Palmeiras ganhou com a Parmalat e nunca mais. O Corinthians nunca conquistou. O Santos não conquista desde a época do Pelé. Será que todos os técnicos destes clubes foram incompetentes ou perdedores? Óbvio que não.
Quanto mais você disputa a Libertadores, mais você perde. Não quer perdê-la? Não dispute.
Muricy saiu, Ricardo Gomes entrou. Achei a decisão equivocada. Com o tempo, fui obrigado a reconhecer os resultados positivos. Gomes pegou um grupo rachado, na 15a colocação. Disputou o título até a última rodada, com André Dias, Hugo, Jean, Dagoberto e Borges desfalcando o time com expulsões e suspensões nas partidas decisivas. Imagine disputar o título só com Washington como opção no ataque. Não é fácil. Mesmo assim, ficou em terceiro, subiu no pódio e classificou para a Libertadores, coisa que poucos técnicos conseguiram.
Este ano, chegaram vários jogadores, muitos machucados e fora de forma. Em pouco tempo, Gomes classificou o time para o G4 Paulista, mesmo disputando clássicos com jogador expulso e as vésperas das viagens mais longas e importantes da Libertadores. Chegou na semifinal, na frente de Corinthians e Palmeiras. Perdeu para o Santos, um dos melhores times dos últimos tempos. Gomes não tinha time para ir além disso. Técnico não faz milagre.

Foto: Ivan Pacheco/Terra
Ao mesmo tempo, fez a segunda melhor campanha na fase de grupos da Libertadores. No mata-mata bateu o Cruzeiro duas vezes e foi eliminado ganhando do Inter, um timaço, campeão da América. Pela primeira vez o São Paulo saiu da competição com a torcida aplaudindo. Ficou a 1 gol do Mundial. Mas, os cornetas mal acostumados consideram a semifinal uma derrota. Na visão míope dos cornetas, o time é o melhor do mundo e não pode perder pra ninguém, mesmo que o time seja pior que os adversários campeões.
Os jogadores defendiam a permanência do Ricardo Gomes. O técnico tinha o comando do grupo e a confiança da equipe. Depois da Libertadores, é a melhor época para trabalhar no São Paulo. A pressão diminui. Marcelinho, Diogo e Casemiro já haviam subido. Ricardo Oliveira, estaria reforçando a equipe. O time estava na 9a colocação, próximo do G4. A única justificativa aceitável para a demissão seria para trazer um técnico melhor, mais experiente e vencedor. Não foi o caso.
Desejo sorte ao Baresi, tem uma boa cabeça, é educado, estudioso, mas não é técnico para comandar o time profissional num campeonato Brasileiro. Escrevi ontem que o Inter era favorito no Morumbi. Não deu outra. Não existe argumento para defender a troca de Gomes pelo Baresi. Só apelando para o jargão vazio: “padrão de jogo”. Pois é, “padrão de jogo” deve ser perder tomando baile. Ou, ganhar só daqueles que estão lutando contra o rebaixamento. Talvez, “padrão de jogo” signifique ficar fora da disputa dos títulos e ganhar clássico.
Bom, vem aí um clássico. Quem sabe uma vitória satisfaça o corneta tricolor.
O São Paulo agora não luta pelos títulos, mas para vencer um clássico.

Foto: Ivan Pacheco/Terra
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