Jogador vindo da base muda de nome após pressão da diretoria por ele lembrar ídolo corintiano, time corre para não ficar fora da Libertadores pela primeira vez em sete anos, e um técnico interino ora é exaltado pelos cartolas tricolores ora vê uma corda ser posta no seu pescoço.


Luiz Pires/VIPCOMM

Definitivamente, o São Paulo vive uma crise de identidade. Por essas e outras, o time precisa vencer o Inter, hoje, às 22h, no Morumbi, para se reencontrar, colocar um rumo na sua vida no Brasileirão e lutar para não ficar muito distante do G4, que o levará à Libertadores - questão de honra no clube.

Os últimos tempos já anunciavam que o Tricolor estava um tanto quanto perdido. Mas ontem foi o auge. Com nove jogos disputados no profissional, o jovem meia Marcelinho, titular nesta quinta-feira, não só "virou" Lucas, como também foi apresentado à imprensa, com direito a discurso de dirigente e pompa.

"Estou aqui para fazer a apresentação oficial desse craque do São Paulo, que subiu e não foi apresentado", afirmou o vice-presidente de futebol Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, sem conseguir esconder um sorriso amarelo no rosto.

Tudo foi cena para tentar convencer a todos que o próprio jogador pediu para adotar seu nome de batismo, e disfarçar o real motivo de a alta cúpula tricolor optar pela mudança. A direção não estava gostando da associação imediata do meia com Marcelinho Carioca. O menino de 18 anos começou no futebol em uma escolinha do ex-camisa 7 do Corinthians.

"Isso me incomodava um pouco, porque jogo no São Paulo. O Marcelinho foi um excelente jogador, ídolo do Corinthians, e eu não queria ser comparado a ele", comentou o agora Lucas, que, para ainda desespero dos chefes, revelou que já havia sido pressionado. "Eles tentaram mudar, mas não conseguiam. Agora criou repercussão e resolvi mudar."