Casemiro
"Maior exemplo é o Rogério Ceni. pretendo fazer uma história que nem a dele", diz o jovem
Ele é um dos jovens que ganhou muito espaço no São Paulo com a saída de Ricardo Gomes após a eliminação do time na Copa Libertadores e a chegada de Sérgio Baresi, até então técnico dos juniores do clube. Aos 18 anos, Casemiro já é praticamente titular absoluto da equipe do Morumbi, e em entrevista exclusiva ao iG Esporte, ele fala sobre o início da carreira e os sonhos para o futuro.
Na contramão do discurso mais comum entre jovens jogadores, o volante diz não pensar em se transferir para o futebol europeu. Ele se mira no exemplo do mais experiente companheiro de time, o goleiro Rogério Ceni, que há pouco mais de uma semana completou 20 anos no São Paulo. “Porque não fazer uma história como a dele?”, questiona.
Natural de São José do Rio Preto, o jogador mora nas dependências do clube - primeiro no Centro de Treinamentos de Cotia, e agora na Barra Funda - desde os 11 anos. Diz que não gosta de ir pra noite, não gasta com bobeiras e que é sua mãe quem decide o que fazer com o dinheiro. Dos amigos, diz que tem ouvido muitas brincadeiras sobre a fama repentina. “Mas não pode nunca perder a humildade”, afirma.
Casemiro estreou pelo São Paulo no dia 25 de julho, em jogo contra o Santos válido pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. Desde então, foram oito partidas disputadas e dois gols marcados, uma média até surpreendente para um jogador cuja preocupação é prioritariamente defensiva.
Mesmo com colegas de equipe bem mais experientes, Casemiro já tem lugar quase cativo entre os titulares de Baresi no São Paulo. E ao falar das expectativas para a reta final do Brasileirão, o jogador mostra entrosamento com o comandante: “primeiro tem que pensar numa vitória agora na quinta, depois outra no domingo. Tem que ir passo por passo. Se você já for pensar em título, em G4, aí que não dá pra chegar, tem que pensar jogo por jogo”.

Volante esteve na vitoriosa campanha da Copa São Paulo de futebol junior de 2010
Confira a entrevista completa da revelação são-paulina:
iG - Como foi o seu início no São Paulo, os primeiros anos nas categorias de base? Como era essa rotina?
Casemiro - Comecei no São Paulo com 11 anos, fazendo testes quando o CT era em Barueri ainda. Depois passou pro Morumbi, depois pra Cotia. Fazia alguns testes porque ia ter um campeonato no Japão, quando estava com 12, 13 anos. Inclusive não fui pro campeonato, fiquei aqui. Tinha muita molecada, mas muita mesmo. E na época muita gente falou que "daqui quem não for vai ser difícil, não é certeza que vai chegar lá em cima e tal”. E é o que está sendo hoje. De quem estava comigo naquele grupo não sobrou nenhum, mesmo dos que foram pro Japão ninguém vingou no São Paulo, não sei em outros clubes.
iG - Mas você, apesar de não ter ido para a competição, pôde continuar. Teve muitas dificuldades até começar a ser realmente notado?
Casemiro - Com 14 anos comecei a jogar no CT, aí já tinha Cotia. No começo foi muito difícil, tive um problema de hepatite, mas o São Paulo me tratou. Tive que ficar dois meses e meio sem treinar, só tratando, tratando. Achei que ia ser dispensado pelo clube, mas em momento algum o clube me deu essa possibilidade. Aí quando cheguei pra treinar, em menos de uma semana já treinei na categoria de cima, que seria a de [nascidos em] 91, que tinha Wellington, Zé Vitor, dessa galera. A partir daí foi mais tranquilo.
iG - E desde então você sempre pulou de categoria bem novo, certo? Sempre jogando com os mais velhos.
Casemiro - Na minha categoria já deu pra ser capitão da equipe, tinha mais liberdade e tal. Eu sempre jogava na categoria de cima, nunca joguei muito na minha, sempre jogava com o pessoal mais velho. Fui pra Taça São Paulo ano passado, esse ano fui de novo. Já deu pra pegar uma seleção de base [sub-17], disputamos o Sul-americano, fomos campeões em cima da Argentina. Disputei o Mundial, nem chegamos a classificar, mas estava no grupo também.
iG - Qual foi o momento que você considera realmente decisivo para subir ao time profissional?
Casemiro - Esse ano teve a Copa São Paulo. Fizemos um excelente campeonato, o exemplo é que a maioria do grupo está no elenco do profissional. E no meio do ano agora teve a parada pra Copa, o professor Ricardo Gomes me chamou pra fazer os treinos e ele me elogiou bastante, principalmente no setor de marcação e o passe. Aí ele e o Milton [Cruz, auxiliar técnico] me deram a notícia de que gostaram do meu trabalho e era pra eu começar a morar aqui no CT e começar a participar do elenco profissional.
iG - Sua estreia não foi tão feliz, o São Paulo acabou perdendo para o Santos na Vila Belmiro [no dia 25 de julho, pelo primeiro turno do Brasileirão]. Quais as lembranças que ficaram desse primeiro jogo como profissional?
Casemiro - O próprio Ricardo veio conversar comigo, dizer pra ficar tranquilo. Não foi do jeito que eu queria, né. Por um lado foi, porque gostei da minha atuação, muitas pessoas vieram elogiar minha personalidade, por ser um clássico. Mas por outro lado nós saímos com a derrota, não foi como eu queria. Depois desse jogo veio a Libertadores, saímos fora da Libertadores. Cheguei a ser relacionado pelo menos, estava no grupo.
iG - Você considera que a troca de treinador te ajudou a ganhar mais espaço?
Casemiro - O Ricardo saiu, entrou o Baresi, que foi o nosso treinador na Taça São Paulo. Deu uma ajuda melhor, porque ele já conhecia o nosso trabalho, já sabia o que nós poderíamos dar pra ele dentro de campo. Mas se fosse outro treinador que tivesse vindo também teria que dar o máximo.
iG - Ainda foram poucos os jogos como profissional, apenas oito, mas você já marcou dois gols. É uma boa média para um volante, não?
Casemiro - Sim, é uma média boa. Sempre quando tem escanteio, ou uma falta lateral, já tento ir pra área. Mas eu não me preocupo muito em fazer gol não. Quero primeiro fazer a minha função de marcar, defender a zaga. Fazer o gol é bom, claro, mas é consequência do trabalho.
iG - Que mudanças você já sentiu na sua vida desde que se tornou profissional, como foi a reação dos amigos, da família?
Casemiro - É legal. A diretoria do São Paulo no começo já tinha falado muito com nós na base. "Pô, vocês estão fazendo um trabalho muito bom, não desanima não, vocês ganharam a Taça São Paulo. Não subiram, mas no meio do ano com certeza vocês vão subir". E a galera lá, pô, todo mundo fica brincando agora que está famoso, mas nunca pode perder a humildade.
iG - E no aspecto financeiro, já mudou muita coisa?
Casemiro - Tem que mudar. Tem que tomar mais cuidado agora com a família, que vai vir gente também que vai estar interessada só no dinheiro. A minha mãe sempre conversa comigo sobre esse assunto, ela é quem resolve o que eu tenho que fazer com o dinheiro. Mas nessas coisas eu sou bem tranquilo. Não gosto de sair pra noite, não gasto com essas bobeiras. Tem que fazer o seu pezinho de meia e nunca esquecer das origens, de onde você veio, da sua família, daquilo que te deram de bom. É só não perder a cabeça.
iG - Como você vê a sua carreira a curto prazo, pretende fazer um bom trabalho e ir pra Europa o mais rápido possível? Ou tentar passar mais alguns anos no São Paulo?
Casemiro - A maioria da galera que é da base tem um sonho de jogar na Europa, ganhar muito dinheiro. Mas o maior exemplo é o Rogério Ceni, pela história que ele tem no clube. Ontem fomos assistir o filme soberano e, pô, o cara é conhecido mundialmente, o cara tem uma história dentro do clube muito bonita, chega até a arrepiar. Porque não fazer uma história que nem a dele dentro do clube? Nesse momento eu pretendo fazer uma história que nem a dele.
iG - Falando sobre o filme “Soberano”, o que você achou? Ficou emocionado, conheceu alguma história que não conhecia antes?
Casemiro - Eu sabia dos títulos, mas não sabia como tinha sido. Aquele gol do Careca contra o Guarani [na final do Brasileirão de 1986] no último lance foi o que mais emocionou mesmo. Tava assistindo ontem, chega até a arrepiar em alguns lances. É bonito você ver o torcedor chorando por aquilo, e tenho certeza que nos próximos eu quero estar nesses filmes também.
iG - Na chegada ao cinema o Rogério Ceni comentou que esperava que o filme servisse de inspiração para o time no Campeonato Brasileiro. Você acha que isso pode acontecer?
Casemiro - Com certeza. É o que eu falei, chega até a arrepiar. No momento que você estiver indo pro campo, você lembra daquelas cenas, daqueles torcedores, daqueles jogadores que conquistaram o título. Pô, você vai ficar marcado... tenho certeza que dá um ânimo a mais, dá uma força a mais. Porque você quer ser igual àquelas pessoas. Depois de 20, 30 anos ainda ser reconhecido. E porque com a gente não?
iG - Em uma entrevista coletiva recente você falou sobre um conselho que deu ao meia Marcelinho quando ele chegou em cima da hora para um treino. Como acontecem essas conversas, essas dicas entre vocês que estão chegando agora?
Casemiro - Pô, falei daquele dia lá, falei que o Marcelinho chegou cinco minutos antes e já falaram que eu dou puxão de orelha nele. Mas não, isso aí não chega nem a ser conselho. É um ajudando o outro, principalmente quem está chegando da base, é mais difícil você se adaptar. Mas tenho certeza que o Marcelinho também cobra algumas coisas de mim, isso aí é um ajudando o outro mesmo.
iG - Vocês já se sentem à vontade entre os profissionais? Em algum momento se assustaram de passar a conviver com alguns jogadores tão experientes?
Casemiro - No começo sim. Acho que na primeira semana, segunda semana. Mas agora já tem uns três meses, dá pra ficar mais tranquilo. E o mais importante é que estou dando conta dentro do campo, aí dá pra fortalecer mais ainda.
iG - Sobre a atual fase do time, o que você acha que é realmente possível conseguir no Campeonato Brasileiro?
Casemiro - A gente andou conversando sobre alguns outros títulos que nós ganhamos recentemente, das séries de vitórias que tivemos. Eu não estava aqui, mas acompanhei da base. A sequência de jogos, ficou não sei quantos jogos sem tomar gol. E porque o nosso elenco não pode fazer isso? Mas primeiro tem que pensar numa vitória agora na quinta, depois outra no domingo. Tem que ir passo por passo. Se você já for pensar em título, em G4, aí que não dá pra chegar, tem que pensar jogo por jogo.
iG - Você acha que já está no ponto de olhar pra tabela e torcer por tropeços do Fluminense, do Corinthians, de outros times que estão em cima?
Casemiro - Não está nesse ponto ainda. Primeiro você tem que fazer o seu dever, conseguir a vitória. Mas, sim, temos que arrancar ponto dos que estão em cima. Mas primeiro tem que pensar jogo por jogo, depois sim no G4 ou até mesmo no título.
"Maior exemplo é o Rogério Ceni. pretendo fazer uma história que nem a dele", diz o jovem
Ele é um dos jovens que ganhou muito espaço no São Paulo com a saída de Ricardo Gomes após a eliminação do time na Copa Libertadores e a chegada de Sérgio Baresi, até então técnico dos juniores do clube. Aos 18 anos, Casemiro já é praticamente titular absoluto da equipe do Morumbi, e em entrevista exclusiva ao iG Esporte, ele fala sobre o início da carreira e os sonhos para o futuro.
Na contramão do discurso mais comum entre jovens jogadores, o volante diz não pensar em se transferir para o futebol europeu. Ele se mira no exemplo do mais experiente companheiro de time, o goleiro Rogério Ceni, que há pouco mais de uma semana completou 20 anos no São Paulo. “Porque não fazer uma história como a dele?”, questiona.
Natural de São José do Rio Preto, o jogador mora nas dependências do clube - primeiro no Centro de Treinamentos de Cotia, e agora na Barra Funda - desde os 11 anos. Diz que não gosta de ir pra noite, não gasta com bobeiras e que é sua mãe quem decide o que fazer com o dinheiro. Dos amigos, diz que tem ouvido muitas brincadeiras sobre a fama repentina. “Mas não pode nunca perder a humildade”, afirma.
Casemiro estreou pelo São Paulo no dia 25 de julho, em jogo contra o Santos válido pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. Desde então, foram oito partidas disputadas e dois gols marcados, uma média até surpreendente para um jogador cuja preocupação é prioritariamente defensiva.
Mesmo com colegas de equipe bem mais experientes, Casemiro já tem lugar quase cativo entre os titulares de Baresi no São Paulo. E ao falar das expectativas para a reta final do Brasileirão, o jogador mostra entrosamento com o comandante: “primeiro tem que pensar numa vitória agora na quinta, depois outra no domingo. Tem que ir passo por passo. Se você já for pensar em título, em G4, aí que não dá pra chegar, tem que pensar jogo por jogo”.

Volante esteve na vitoriosa campanha da Copa São Paulo de futebol junior de 2010
Confira a entrevista completa da revelação são-paulina:
iG - Como foi o seu início no São Paulo, os primeiros anos nas categorias de base? Como era essa rotina?
Casemiro - Comecei no São Paulo com 11 anos, fazendo testes quando o CT era em Barueri ainda. Depois passou pro Morumbi, depois pra Cotia. Fazia alguns testes porque ia ter um campeonato no Japão, quando estava com 12, 13 anos. Inclusive não fui pro campeonato, fiquei aqui. Tinha muita molecada, mas muita mesmo. E na época muita gente falou que "daqui quem não for vai ser difícil, não é certeza que vai chegar lá em cima e tal”. E é o que está sendo hoje. De quem estava comigo naquele grupo não sobrou nenhum, mesmo dos que foram pro Japão ninguém vingou no São Paulo, não sei em outros clubes.
iG - Mas você, apesar de não ter ido para a competição, pôde continuar. Teve muitas dificuldades até começar a ser realmente notado?
Casemiro - Com 14 anos comecei a jogar no CT, aí já tinha Cotia. No começo foi muito difícil, tive um problema de hepatite, mas o São Paulo me tratou. Tive que ficar dois meses e meio sem treinar, só tratando, tratando. Achei que ia ser dispensado pelo clube, mas em momento algum o clube me deu essa possibilidade. Aí quando cheguei pra treinar, em menos de uma semana já treinei na categoria de cima, que seria a de [nascidos em] 91, que tinha Wellington, Zé Vitor, dessa galera. A partir daí foi mais tranquilo.
iG - E desde então você sempre pulou de categoria bem novo, certo? Sempre jogando com os mais velhos.
Casemiro - Na minha categoria já deu pra ser capitão da equipe, tinha mais liberdade e tal. Eu sempre jogava na categoria de cima, nunca joguei muito na minha, sempre jogava com o pessoal mais velho. Fui pra Taça São Paulo ano passado, esse ano fui de novo. Já deu pra pegar uma seleção de base [sub-17], disputamos o Sul-americano, fomos campeões em cima da Argentina. Disputei o Mundial, nem chegamos a classificar, mas estava no grupo também.
iG - Qual foi o momento que você considera realmente decisivo para subir ao time profissional?
Casemiro - Esse ano teve a Copa São Paulo. Fizemos um excelente campeonato, o exemplo é que a maioria do grupo está no elenco do profissional. E no meio do ano agora teve a parada pra Copa, o professor Ricardo Gomes me chamou pra fazer os treinos e ele me elogiou bastante, principalmente no setor de marcação e o passe. Aí ele e o Milton [Cruz, auxiliar técnico] me deram a notícia de que gostaram do meu trabalho e era pra eu começar a morar aqui no CT e começar a participar do elenco profissional.
iG - Sua estreia não foi tão feliz, o São Paulo acabou perdendo para o Santos na Vila Belmiro [no dia 25 de julho, pelo primeiro turno do Brasileirão]. Quais as lembranças que ficaram desse primeiro jogo como profissional?
Casemiro - O próprio Ricardo veio conversar comigo, dizer pra ficar tranquilo. Não foi do jeito que eu queria, né. Por um lado foi, porque gostei da minha atuação, muitas pessoas vieram elogiar minha personalidade, por ser um clássico. Mas por outro lado nós saímos com a derrota, não foi como eu queria. Depois desse jogo veio a Libertadores, saímos fora da Libertadores. Cheguei a ser relacionado pelo menos, estava no grupo.
iG - Você considera que a troca de treinador te ajudou a ganhar mais espaço?
Casemiro - O Ricardo saiu, entrou o Baresi, que foi o nosso treinador na Taça São Paulo. Deu uma ajuda melhor, porque ele já conhecia o nosso trabalho, já sabia o que nós poderíamos dar pra ele dentro de campo. Mas se fosse outro treinador que tivesse vindo também teria que dar o máximo.
iG - Ainda foram poucos os jogos como profissional, apenas oito, mas você já marcou dois gols. É uma boa média para um volante, não?
Casemiro - Sim, é uma média boa. Sempre quando tem escanteio, ou uma falta lateral, já tento ir pra área. Mas eu não me preocupo muito em fazer gol não. Quero primeiro fazer a minha função de marcar, defender a zaga. Fazer o gol é bom, claro, mas é consequência do trabalho.
iG - Que mudanças você já sentiu na sua vida desde que se tornou profissional, como foi a reação dos amigos, da família?
Casemiro - É legal. A diretoria do São Paulo no começo já tinha falado muito com nós na base. "Pô, vocês estão fazendo um trabalho muito bom, não desanima não, vocês ganharam a Taça São Paulo. Não subiram, mas no meio do ano com certeza vocês vão subir". E a galera lá, pô, todo mundo fica brincando agora que está famoso, mas nunca pode perder a humildade.
iG - E no aspecto financeiro, já mudou muita coisa?
Casemiro - Tem que mudar. Tem que tomar mais cuidado agora com a família, que vai vir gente também que vai estar interessada só no dinheiro. A minha mãe sempre conversa comigo sobre esse assunto, ela é quem resolve o que eu tenho que fazer com o dinheiro. Mas nessas coisas eu sou bem tranquilo. Não gosto de sair pra noite, não gasto com essas bobeiras. Tem que fazer o seu pezinho de meia e nunca esquecer das origens, de onde você veio, da sua família, daquilo que te deram de bom. É só não perder a cabeça.
iG - Como você vê a sua carreira a curto prazo, pretende fazer um bom trabalho e ir pra Europa o mais rápido possível? Ou tentar passar mais alguns anos no São Paulo?
Casemiro - A maioria da galera que é da base tem um sonho de jogar na Europa, ganhar muito dinheiro. Mas o maior exemplo é o Rogério Ceni, pela história que ele tem no clube. Ontem fomos assistir o filme soberano e, pô, o cara é conhecido mundialmente, o cara tem uma história dentro do clube muito bonita, chega até a arrepiar. Porque não fazer uma história que nem a dele dentro do clube? Nesse momento eu pretendo fazer uma história que nem a dele.
iG - Falando sobre o filme “Soberano”, o que você achou? Ficou emocionado, conheceu alguma história que não conhecia antes?
Casemiro - Eu sabia dos títulos, mas não sabia como tinha sido. Aquele gol do Careca contra o Guarani [na final do Brasileirão de 1986] no último lance foi o que mais emocionou mesmo. Tava assistindo ontem, chega até a arrepiar em alguns lances. É bonito você ver o torcedor chorando por aquilo, e tenho certeza que nos próximos eu quero estar nesses filmes também.
iG - Na chegada ao cinema o Rogério Ceni comentou que esperava que o filme servisse de inspiração para o time no Campeonato Brasileiro. Você acha que isso pode acontecer?
Casemiro - Com certeza. É o que eu falei, chega até a arrepiar. No momento que você estiver indo pro campo, você lembra daquelas cenas, daqueles torcedores, daqueles jogadores que conquistaram o título. Pô, você vai ficar marcado... tenho certeza que dá um ânimo a mais, dá uma força a mais. Porque você quer ser igual àquelas pessoas. Depois de 20, 30 anos ainda ser reconhecido. E porque com a gente não?
iG - Em uma entrevista coletiva recente você falou sobre um conselho que deu ao meia Marcelinho quando ele chegou em cima da hora para um treino. Como acontecem essas conversas, essas dicas entre vocês que estão chegando agora?
Casemiro - Pô, falei daquele dia lá, falei que o Marcelinho chegou cinco minutos antes e já falaram que eu dou puxão de orelha nele. Mas não, isso aí não chega nem a ser conselho. É um ajudando o outro, principalmente quem está chegando da base, é mais difícil você se adaptar. Mas tenho certeza que o Marcelinho também cobra algumas coisas de mim, isso aí é um ajudando o outro mesmo.
iG - Vocês já se sentem à vontade entre os profissionais? Em algum momento se assustaram de passar a conviver com alguns jogadores tão experientes?
Casemiro - No começo sim. Acho que na primeira semana, segunda semana. Mas agora já tem uns três meses, dá pra ficar mais tranquilo. E o mais importante é que estou dando conta dentro do campo, aí dá pra fortalecer mais ainda.
iG - Sobre a atual fase do time, o que você acha que é realmente possível conseguir no Campeonato Brasileiro?
Casemiro - A gente andou conversando sobre alguns outros títulos que nós ganhamos recentemente, das séries de vitórias que tivemos. Eu não estava aqui, mas acompanhei da base. A sequência de jogos, ficou não sei quantos jogos sem tomar gol. E porque o nosso elenco não pode fazer isso? Mas primeiro tem que pensar numa vitória agora na quinta, depois outra no domingo. Tem que ir passo por passo. Se você já for pensar em título, em G4, aí que não dá pra chegar, tem que pensar jogo por jogo.
iG - Você acha que já está no ponto de olhar pra tabela e torcer por tropeços do Fluminense, do Corinthians, de outros times que estão em cima?
Casemiro - Não está nesse ponto ainda. Primeiro você tem que fazer o seu dever, conseguir a vitória. Mas, sim, temos que arrancar ponto dos que estão em cima. Mas primeiro tem que pensar jogo por jogo, depois sim no G4 ou até mesmo no título.
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