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"Desvalorizado" no Corinthians, Marcelinho vira xodó tricolor


Crédito: Gaspar Nóbrega/VIPCOMM

As rusgas entre as diretorias de Corinthians e São Paulo não são poucas. Mas um assunto em especial deixa Andrés Sanchez ainda mais irritado. O meia Marcelinho começa agora a ganhar espaço entre os profissionais do Tricolor, mas iniciou a carreira no Timão.

O dirigente alvinegro nunca se conformou com a mudança, ocorrida em 2005, mas, nesta entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.Net, Marcelinho explica os motivos que o levaram a optar pelo São Paulo. "O Corinthians não me deu tanto valor", recorda.

Mesmo em meio à crise são-paulina, o meia-atacante virou o novo xodó do Tricolor e recebe elogios até quando todos os outros são criticados. Aos 18 anos, Lucas Rodrigues Moura da Silva, que ganhou o apelido graças ao corintiano Marcelinho Carioca, tem contrato no Morumbi até 2013 e garante que tem o desejo de se firmar no clube antes de ir para a Europa.

Gazeta Esportiva.Net: Você teve oportunidades em jogos difíceis, contra Atlético-PR, Cruzeiro, Corinthians e Vasco, mas não decepcionou. Recebeu elogios até no clássico, quando o time inteiro foi criticado. Esperava começar dessa forma no São Paulo?
Marcelinho: É um momento especial da minha vida, estou realizando um sonho. Eu me preparo para qualquer situação, porque treino firme e forte. Independentemente do time que tiver pela frente, estou pronto para ajudar o São Paulo a sair dessa situação e colocá-lo onde merece.

GE.Net: Trabalhar com o Sérgio Baresi nos profissionais facilita seu momento?
Marcelinho: Ajuda um pouco, porque ele conhecia meu futebol, trabalhamos juntos na base. Mas, independentemente do treinador, procuro dar meu máximo. Sendo o Baresi ou outro, tento mostrar que o treinador pode confiar em mim.

GE.Net: Outros jogadores formados na base do São Paulo demoraram bastante para ganhar oportunidades. Imaginava que seria aproveitado rapidamente ou tinha receio de ter que esperar muito?
Marcelinho: Eu não esperava que fosse assim tão rápido, mas venho trabalhando para acontecer dessa forma. Quero dar sequência e continuar jogando. Ficava com receio de passar a idade, mas confio bastante em meu potencial. Sei do que sou capaz, a oportunidade chegou e estou tentando agarrar com unhas e dentes para não soltar mais.

GE.Net: O seu nome gera uma certa rusga entre São Paulo e Corinthians. O presidente corintiano, Andrés Sanchez, já reclamou da postura do Tricolor em relação à sua contratação. O que aconteceu para você trocar de clube?
Marcelinho: Foi no final de 2005. Joguei três anos no Corinthians, mas era muito corrido para mim, porque naquela época não tinha a opção de morar lá. Eu tinha que pegar ônibus e metrô todo dia, ficava muito cansativo. O São Paulo, então, me convidou para conhecer o CT da Cotia e me mostrou toda a estrutura, falando que eu moraria lá. Optei pelo São Paulo por causa da estrutura.

GE.Net: Então, você estava mesmo treinando no Corinthians?
Marcelinho: Estava no Corinthians, mas eu era muito novo, tinha 13 anos. Não tinha contrato. Eu precisava fazer um trabalho especial, porque era muito franzino e pequeno. O Corinthians sempre falava que ia marcar com um especialista e nunca fazia. Mas o São Paulo arrumou isso tudo para mim e eu mudei bastante logo em meu primeiro ano.

GE.Net: O Andrés Sanchez já falou até que o São Paulo roubou você do Corinthians. O que acha disso?
Marcelinho: Não foi um roubo, eu tinha a opção. Naquela época, o Corinthians não me deu tanto valor, e o São Paulo me deu mais atenção e fiquei aqui.

GE.Net: Você acha que foi mais valorizado pelo São Paulo?
Marcelinho: Sim. Eu merecia um pouquinho mais de valor no Corinthians, mas não tenho nada contra. Foi uma opção minha na época. Não tenho mágoa, isso ficou para trás. Esqueci e segui em frente. Quando eu saí, era a época da parceria com a MSI e eles davam mais atenção ao profissional, enquanto a base ficava mais de lado.


Crédito: Gaspar Nóbrega/VIPCOMM
Em pouco tempo nos profissionais, Marcelinho já até enfrentou o time em que começou

GE.Net: E o apelido de Marcelinho surgiu por causa de um corintiano. Como aconteceu?
Marcelinho: Eu tinha seis anos de idade e comecei a jogar na escolinha do Marcelinho Carioca em Diadema. Fiquei seis meses lá e fui para um clube de São Caetano, chamado Santa Maria. Mas tinha muitos Lucas no clube. O treinador perguntou onde eu tinha jogado antes, e eu falei que era na escolinha do Marcelinho. Eu era baixinho e carequinha, e ficou aquele apelido até hoje. Não consegui tirar.

GE.Net: Mas isso o incomoda?
Marcelinho: Não incomoda, já me acostumei. É o nome que carrego e não tenho problema algum.

GE.Net: E você era corintiano?
Marcelinho: Não. Eu sempre procurava ver jogos de Corinthians, São Paulo... Mas eu só torço para o time em que jogo. Visto a camisa do clube.

GE.Net: Como está sua relação com a torcida?
Marcelinho: Quando eles vieram aqui (na segunda-feira), falaram para eu ter tranquilidade e que vão me apoiar. Isso me deixou bem tranquilo para entrar em campo e fazer o que sei. Nesses momentos, a torcida tem mesmo que ficar do nosso lado. Com apoio, vamos sair dessa situação e colocar o São Paulo onde merece.

GE.Net: Seu empresário é o Wagner Ribeiro, que tem contatos na Europa. Você pensa em ir cedo para o exterior?
Marcelinho: Todo jogador sonha em jogar na Europa um dia, mas antes quero muito fazer minha vida no São Paulo, virar ídolo da torcida e ganhar títulos. Só depois quero seguir carreira na Europa.

GE.Net: O Wagner já falou para você se teve alguma sondagem?
Marcelinho: Não. Ele sempre me dá conselhos sobre jogar bola, mas parte de negociação ele fala com meu pai. Procuro só fazer meu trabalho em campo e deixo o resto para eles resolverem.


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