Imagine um são-paulino que vai ao estádio, acompanha notícias, discute o time no bar. Será ele capaz de escalar a equipe titular?
Não. Nem os três técnicos do São Paulo neste Brasileiro sabem a formação ideal.
Em 16 rodadas, foram 16 times diferentes, com um total de 28 jogadores usados.
Há boas chances de a rotina se manter contra o Fluminense -o atacante Ricardo Oliveira, lesionado, é dúvida.
Contratações, dispensas, más fases, contusões, mudanças táticas ou preferências dos treinadores levaram às alterações no time-base.
A primeira escalação tinha Marcelinho Paraíba, Léo Lima e Washington. Todos eles já deixaram o clube.
O último time tinha Casemiro, Marcelinho, Ricardo Oliveira e Fernandão. Os dois primeiros eram da divisão de base no início do Nacional, quando os dois atacantes ainda não haviam chegado.
Mesmo quando tiveram o elenco intacto, os treinadores não acharam um time titular. Até porque a equipe já jogou no 3-5-2, 4-4-2, 4-3-3.
O atual técnico, Sérgio Baresi, que deve ser mantido até domingo por falta de um substituto, usou três atacantes no 0 a 0 com o Vasco, inovando com Marcelinho.
Antes, ele havia promovido a estreia de Carlinhos Paraíba como titular no Nacional e fixara a dupla Fernandão e Ricardo Oliveira. Essas opções foram abandonadas.
"É sempre melhor repetir a escalação, dá mais entrosamento. Mas o Baresi chegou em um momento conturbado e tenta uma solução", analisou o volante Rodrigo Souto.
Com Ricardo Gomes, a rotação gerou atritos com Wa- shington, que foi para o Fluminense. Até agora, com Baresi, não houve revolta.
"Eu não sou um jogador polêmico. Vou ajudar o time se entrar só por cinco minutos", declarou Fernandão.
Ele tem chance de começar atuando domingo, contra o Fluminense, já que um exame constatou uma tendinite no joelho esquerdo do atacante Ricardo Oliveira.
"Não quero jogar meia-boca", afirmou Ricardo Oliveira. "Acho que não é grave. É pela sobrecarga de jogos", disse ele, que está sendo submetido a tratamento.
Pode ocorrer então mais uma mudança. Ao analisar suas alterações, Baresi admitiu que o técnico se arrisca a cada alteração. E, por enquanto, o risco não tem valido a pena para o São Paulo.