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Hipocrisia de parte dos sãopaulinos joga contra o time

De Vitor Birner

Protestos, sim

Ao contrário de alguns dos meus colegas de trabalho, defendo a ideia de cobrar atletas e diretores para que as mudanças ocorram. Fiz isso várias vezes antes de entrar na profissão. E não só em relação ao meu time do coração, mas também sobre questões sociais e políticas, tal qual no plano Collor.

No meu mundo utópico, manifestações de insatisfação grandes, inteligentes e constantes mudam a sociedade.

Se boa parte da população que ama futebol tivesse o hábito de protestar quando tentam enrolá-la, faria o mesmo diantes da farra legal impune da classe política, não admitiria a falta de proridades brasileira ao ver as pessoas revirarem lixo para se alimentar, e ao saber dos gastos do Pan e do desabamento da Fonte Nova sem aparecerem os responsáveis.

Espanto

Passei grande parte da segunda-feira no Rio de Janeiro, sem poder acessar a internet.

Quando cheguei em São Paulo e entrei nos principais portais, me deparei com a manchete do protesto de alguns sãopaulinos por causa da fase do time.

Achei a iniciativa positiva.

Ao ler a notícia, sem exagero, não acreditei.

De acordo com a informação de Carlos Padeiro, repórter do Uol, Renato Silva, Cleber Santana e Alex Silva foram alvos da críticas porque teriam sido vistos em baladas noturnas.

E o grito de “é Dagoberto! É Dagoberto!” ecoou da pequena arquibancada no CT.

Hipocrisia 90 x 0 Futebol

Renato Silva tem limites técnicos. Não serve para ser titular do São Paulo.

Cleber Santana é bom jogador, tem nível para atuar no time, todavia mostra pouquíssimo comprometimento com os resultados positivos.

Entendo as críticas.

Mas, pegar no pé de Alex Silva ou de qualquer outro atleta apenas porque sai a noite é uma baaaaaaaita hipocrisia. E, neste caso, extremamente prejudicial ao próprio São Paulo.

Há 2 jogadores que só merecem elogios, e muitos, no fraco 2010 sãopaulino.

Rogério Ceni e Alex Silva.

O zagueiro, sãopaulino de verdade, é o único em todo o elenco capaz de substituir Rogério Ceni, quando parar, no coração do torcedor. A direção deveria, inclusive, tentar segurá-lo até o fim da carreira no Morumbi.

Guerreiro, de bom nível técnico, concorrente à uma das vagas na zaga da seleção em 2014, Alex Silva solucionou os problemas gerados pela má fase de Miranda, improvisação malsucedida de Jean na lateral e buracos deixados por Hernanes ou qualquer volante que trabalhou em frente a ele.

Se é verdade que gosta de sair a noite, não é problema de ninguém. Essa mania de se meter na vida pessoal do atleta, independentemente do time, é ridícula e hipócrita.

Não me interessa se os 3 ou 300 saem de noite e bebem. O consumo de bebida não é saudável e recomendável, entretanto não temos direito de interferir na vida alheia.

Como amantes do futebol, devemos questionar o desempenho dos jogadores em campo. Qualquer coisa além disso não passa de arrogância e moralismo piegas do ser humano se posicionando no lugar de Deus para julgar o semelhante.

Nesta situação, pessoas, ou melhor, alguns santos estavam no CT avaliando os hábitos pessoais dos jogadores, não o desempenho deles em campo.

A maior prova disso foram os gritos de Dagoberto.

O péssimo desempenho ao longo do ano, o chute para fora no fim da semifinal contra o Peixe, o pequeno interesse contra o Inter no Beira-Rio, o minúsculo futebol na partida de volta e nos clássicos, o individualismo que beira o egoísmo, os chutes, dribles e passes errados receberam aplausos.

Muuuuuuuuito bom para corintianos, palmeirenses e outros torcedores que desejam ver o São Paulo cada vez mais fraco.

Ainda bem que esses santos na terra não acompanharam o São Paulo de Serginho Chulapa, maior atilheiro do clube, e noutros tempos não foram torcedores de Romário, Garrincha, Sócrates, Careca…

A lista é gigante.

Que eu saiba, Sandro Hiroshi nunca foi baladeiro. E Rondon também.

Resultado

Acho que o protesto vai turbinar as próximas atuações de Cleber Santana e Dagoberto, contudo não sei até quando.

Não mudamos as pessoas. Elas mesmas modificam o próprio comportamento quando acham que devem.

Por isso, o crescimento de ambos mostrará também a falta de empenho deles antes da manifestação.

Recomendo

Recomendo aos moralistas que troquem os domingos de futebol por idas ao AA (alcoólicos anônimos), pois lá poderão ajudar quem luta para abandonar combater o vício.

Os dependentes ficarão felizes com a presença de voluntários e o mundo melhorará porque mais seres humanos ajudam os semelhantes.

E eu passarei a chamá-los de exemplo para a sociedade, não mais de moralistas.

Eis o link do site http://www.alcoolicosanonimos.org.br/

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