Crédito: Wagner Carmo/VIPCOMM
A classificação do Chivas à final da Copa Libertadores transformou a semifinal entre São Paulo e Internacional hoje (21h50, no Morumbi) em atalho de luxo. Quem passar garante vaga diretamente no Mundial Interclubes em Abu Dhabi, em dezembro.

O Chivas venceu a Universidade do Chile na terça-feira e garantiu vaga na final da Libertadores. Como é convidado da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), o clube mexicano não tem direito de participar do Mundial de Clubes. Quem passar pelo confronto Inter x São Paulo terá vaga assegurada no torneio, mesmo sem o título continental.

Com o bônus da classificação antecipada ao Mundial, a vaga ganhou ainda mais importância para o São Paulo. Só que, para chegar lá, a equipe terá de reverter vantagem (1 a 0) do Inter construída no Beira-Rio e, de preferência, mostrar o bom futebol perdido entre as quartas de final - contra o Cruzeiro (duas vitórias por 2 a 0), mais de dois meses atrás - e o início deste duelo válido pela semifinal.

"Jogamos o ano em 90 minutos", definiu o técnico Ricardo Gomes. "No primeiro dia de trabalho do ano, dissemos que tudo que estávamos fazendo era para chegarmos neste ponto da Libertadores. Se nos propusessem um acordo para estar na segunda partida da semifinal, no Morumbi, precisando reverter um gol de vantagem do adversário, muitos aceitariam de bom grado. Temos condições de buscar a classificação", concluiu.

O problema é que, no São Paulo, o torneio continental costuma valer demais. Uma queda para o Inter, somada aos maus resultados no Campeonato Brasileiro (três derrotas nos últimos cinco jogos), fatalmente custarão o emprego do treinador. "Não vou ficar pensando em suposições. Só posso pensar em situações concretas. Muita coisa pode acontecer depois deste jogo", despistou.

Ricardo Gomes sabe que está ameaçado e que a situação é delicada para a equipe, tanto que vai colocar em campo a formação testada apenas no segundo tempo da partida contra o Ceará, sábado, no Morumbi, pelo Brasileirão, quando o São Paulo venceu por 2 a 1: três atacantes, com Fernandão recuando um pouco para ajudar na armação das jogadas para Dagoberto e Ricardo Oliveira no ataque. (Com Agências)

Vendas caem e jogo decisivo não deve ter casa cheia
O Morumbi dificilmente atingirá a lotação máxima. Dos 64.921 ingressos colocados à venda para a partida entre São Paulo e Inter, os torcedores adquiriram 46.304 até a noite de ontem.

Durante o dia foram comercializadas 473 entradas. A diminuição no ritmo das vendas tem como principal motivo o fato de as arquibancadas, cujos valores são mais baratos (R$ 70 atrás do gol e R$ 100 no centro do campo), já estarem esgotadas.

Os ingressos seguem à disposição hoje, nas bilheterias do Morumbi, das 10h até a bola rolar. O recorde de público na casa são-paulina neste ano ocorreu em maio, na vitória Tricolor sobre o Cruzeiro por 2 a 0, pelas quartas de final. Na ocasião houve 52.196 pagantes. (Das Agências)

Vaga na decisão renderia R$ 15 mi para o Tricolor
Se não obtiver a classificação para a final da Libertadores, o São Paulo não deixará apenas de disputar outro Mundial, em dezembro. Perderá também a oportunidade de engordar os cofres em quantias bastante razoáveis para os padrões do futebol brasileiro.

Apenas em ganhos diretos, pode lucrar mais de R$ 15 milhões caso passe pelo Internacional, dispute e vença o Mundial no fim do ano.

O campeão da Libertadores recebe US$ 2,2 milhões (cerca de R$ 3,9 milhões). Como se não bastasse, o Morumbi ainda seria o palco da decisão. Lá se iriam, pelo menos, mais R$ 2 milhões com a renda do maior jogo da temporada no Brasil. Seriam injetados diretamente nas contas são-paulinas quase R$ 6 milhões por causa de apenas duas partidas no espaço de duas semanas.

Além do ganho direto, há as vantagens indiretas. "O clube ainda disputaria a Recopa Sul-Americana em 2011, que dá mais lucros ainda. E poderíamos acertar patrocínios significativos porque a marca apareceria muito", atestou o diretor de futebol são-paulino, João Paulo de Jesus Lopes. (Da AE)

Rogério Ceni convoca time a fazer história
Bom de oratória, o goleiro Rogério Ceni usou palavras fortes na véspera da decisão contra o Internacional, pediu dedicação máxima e convocou os demais jogadores a fazerem história com uma vitória por dois gols de diferença. Caso a partida termine 1 a 0, a decisão será nos pênaltis.

Perguntado sobre a possibilidade de ir de maneira antecipada ao Mundial, Ceni disse que tal fato não muda a postura de sua equipe. "A gente precisa ganhar do Inter, então continua tudo na mesma. O que muda é um prêmio maior, um prêmio antecipado de estar no Mundial", disse.(Das Agências)

Mundial aumenta motivação, afirma Sandro
O volante Sandro, do Inter, admite que a vaga direta para o Mundial de Clubes serve como motivação a mais para o embate com o São Paulo no Estádio do Morumbi. "Com certeza muda, sim. O fato de ganhar ou empatar e estar no Mundial motiva mais o nosso time a ganhar do São Paulo", disse ele.

Na opinião do volante, o Inter tem de jogar com tranquilidade e aproveitar a vantagem da vitória (1 a 0) no primeiro jogo para chegar à final. "Temos que fazer o nosso jogo, de toque de bola, envolver o adversário", disse. (Marco Borba, com Agências)