Bandeira do América nas costas, faixa de campeão no peito. Na comemoração do tÃtulo da Segunda Divisão do Campeonato Carioca, em uma churrascaria da Zona Oeste do Rio de Janeiro durante a madrugada desta quinta-feira, Romário parecia um outro homem, um verdadeiro anfitrião. Com um largo sorriso no rosto, ele cumprimentava cada um que chegava, fazia questão de ir de mesa em mesa para ver se estava tudo bem. Aos 43 anos, o Baixinho garante que tirou um peso das costas. Cumpriu uma promessa feita ao pai, seu Edevair, há mais de 20 anos e aos poucos vai reestruturando o tradicional clube carioca após ter assumido o departamento de futebol há cerca de cinco meses.
A promessa feita ao pai Edevair, falecido no ano passado, ocorreu em 1986, após o Baixinho marcar um gol pelo Vasco em cima do América, pelo Campeonato Carioca. Após ter encerrado a carreira há mais de dois anos, Romário viu a necessidade de voltar a campo em uma partida oficial. Jogou 29 minutos, deu dois chutes a gol. Não marcou, mas se sentiu mais leve.
- A minha promessa para o meu pai foi cumprida. Falei que um dia iria jogar com a camisa do América e isso aconteceu. Para mim é um orgulho e uma honra muito grande fazer parte da história do time que me fez gostar de futebol, do time que a pessoa que eu mais amei na minha vida, que era o meu pai, torcia. Tenho certeza de que ele está lá em cima bebendo a cervejinha dele bem feliz e comemorando bastante o tÃtulo - disse Romário durante uma pausa com os convidados na festa.
*
Aspas
As pessoas podem ficar tranquilas. Jogar futebol profissional para mim não dá mais. Tenho 43 anos e isso pesa para qualquer um. Mas eu já cumpri o que eu prometi ao meu pai e eu estou de alma lavada. "
Romário tem gostado da vida de dirigente. Tem até acordado cedo alguns dias por causa dos novos compromissos. As negociações com os jogadores são diretas, sem muitos rodeios. E a relação com o grupo é agradável. Brinca quando pode, fala grosso quando deve. Por isso, o Baixinho considera que vive um momento importante na vida.
- A conquista é importante para mim. Mesmo da Segunda Divisão. Fui campeão por praticamente todos os lugares que joguei. Mas ser campeão pelo seu time do coração, pelo time que você torce desde pequeno e começou a gostar de futebol, é diferente. Envolve carinho, sentimento. Não tenho qualquer tipo de interesse financeiro com o América. Não estou ganhando nada com isso. O prestÃgio que deveria ganhar na minha vida eu já ganhei. Os tÃtulos também. O presidente me deu total liberdade para eu fazer o que quisesse com o futebol. E eu com a minha pouca experiência, em quatro, cinco meses já consegui levar o América para a Primeira Divisão, consegui dar um tÃtulo ao clube após 27 anos. Então tenho que comemorar. O América tem que voltar para o lugar que nunca deveria ter saÃdo. E mesmo o meu pai não estando mais aqui, eu sei que ele lá em cima está muito feliz - disse.
BLOG PRIMEIRA MÃO - Uma chega, outra vai embora: taça deixa a sala de troféus do América e se desmancha na comemoração
O América voltou a ser campeão após 27 anos. A última conquista do clube tinha sido a Copa dos Campeões, em 1982, em cima do Guarani. Romário garante que estava lá torcendo pelo clube ao lado de seu Edevair.
- Tinha 16 anos na época e acho que estava no juvenil do Vasco. Fui ao Maracanã com o meu pai ver o jogo. O América é um time querido por quase todo o carioca. É um clube com uma rejeição muito pequena. Sei que os torcedores se emocionaram muito com esse tÃtulo - disse.
A camisa 11 do América que vestiu na vitória por 2 a 0 sobre o Artsul está guardada e vai ganhar um lugar especial na casa da mãe, dona Lita. Aos crÃticos, o Baixinho manda um recado e garante que não há motivo de preocupação. Não existe a menor possibilidade de ele voltar a jogar em 2010.
- As pessoas, e eu conheço bem, podem ficar tranquilas. Porque elas logo vão falar que eu iria jogar dez minutos e já joguei uns 25. Aà vão falar que eu quero jogar mais uma partida e depois vão dizer que eu quero disputar o Campeonato Carioca e estou de volta (risos). Mas podem ficar calmos porque mais do que nunca eu tive a prova (contra o Artsul) que jogar futebol profissional para mim não dá mais. Eu tenho 43 anos e isso pesa para qualquer um e para mim não é diferente. Já parei há mais de dois anos e é muito grande a diferença. É difÃcil me movimentar. Tenho a consciência de que para mim não dá mais. Se eu tiver a oportunidade de jogar mais um pouco contra o Sendas vai ser muito legal, será um prazer. Mas eu já cumpri o que eu prometi ao meu pai e eu estou de alma lavada.
Nem um eventual apelo da torcida faria Romário mudar de ideia. Como, por exemplo, alguns gritos de "Fica" que foram escutados em Edson Passos durante a vitória sobre o Artsul.
- Ficar eu vou ficar. Sentado lá no campo (risos). O mais importante que eu faço pelo América é fora de campo. Vou fazer todo o esforço possÃvel para que o jogo seja no Maracanã. Vou falar com as autoridades e tudo mais. Mas para mim, o ideal mesmo era que a partida fosse em uma quadra de futebol de salão. Quanto menor o campo para mim é melhor (risos).
*
Aspas
Hoje não tem jeito. A conta vai sobrar para mim. Deve ter umas 150 cabeças aqui (risos). Meu Deus!"
A participação de Romário na última rodada da Segunda Divisão do Campeonato Carioca depende de um acordo com o Sendas, dono do mando de campo. Se o clube e a Federação do Rio aceitarem trocar o local da partida - sair de sábado e ir para o domingo, no Maracanã, na preliminar de Fluminense x Vitória -, o Baixinho topa mais uma partida. Nem o horarÃo, 14h30m, assusta.
- Ah, f... É só mais um jogo.
Nem a dolorosa conta da churrascaria parecia tirar o bom-humor do Baixinho. Após ter criado a fama de pão duro ao longo da carreira como jogador, ele já estava preparado para arcar com os custos da festa do tÃtulo.
- Hoje não tem jeito. A conta vai sobrar para mim. Deve ter umas 150 cabeças aqui (risos). Meu Deus!
Romário promete time competitivo em 2010
Com pouco tempo para montar o time do América para disputar a Segunda Divisão, Romário buscou apostar em velhos conhecidos. Trouxe o goleiro Roberto, o zagueiro Ciro, o volante Júnior e o lateral Claudemir e os meias Rubens e Teti, todos ex-companheiros no Vasco. Além disso, conseguiu um patrocÃnio forte para o clube por causa do bom relacionamento com Celso Barros, presidente da Unimed. Mas para a próxima temporada, o Baixinho prevê muitas dificuldades.
- O Campeonato Carioca há muitos anos não é um dos mais fortes do Brasil. Mas eu sei que é muito difÃcil montar um time em menos de dois meses. E pela campanha que a gente fez, muita gente do grupo vai procurar caminhos melhores. A parte financeira sempre pesa e é normal. Já fui jogador e sei como é, tem que aproveitar mesmo as oportunidades. Acho que vou ficar com poucos jogadores desse grupo e vou precisar escolher certo os reforços. Falar que não quero entrar no campeonato e disputar para ser campeão eu vou ser mentiroso. Mas tenho que ter o pé no chão. Tenho certeza de que o torcedor do América vai ver um time bem competitivo. E vamos sempre jogar para ganhar, enfrentar de igual para igual os quatro grandes. Mas ser campeão no ano que vem... Nada é impossÃvel no futebol, mas eu tenho consciência de que é difÃcil - disse.
Romário vai precisar negociar com cada jogador do elenco. O contrato de todo o grupo termina agora no final de novembro. Ele vai se esforçar para manter o que considera a base do time: o goleiro Roberto, o lateral Gerson, o volante Júnior, o meia Diguinho e o atacante Alexandro.
- O nosso compromisso era com esse ano. Como as coisas aconteceram da melhor maneira possÃvel, não vejo motivo para desfazer alguma coisa. Lógico que mudanças acontecem, todos aqui são profissionais e aparecem propostas muitas vezes melhores. E eu, como amigo deles, sou o primeiro a dizer para eles aceitarem. Todo mundo precisa se sustentar e levar o melhor para a sua casa. Agora na Primeira Divisão eu acredito que o América vai ter mais receitas. Tem o dinheiro da televisão que a Federação repassa aos clubes. Isso com certeza já ajuda a montar o time.
A promessa feita ao pai Edevair, falecido no ano passado, ocorreu em 1986, após o Baixinho marcar um gol pelo Vasco em cima do América, pelo Campeonato Carioca. Após ter encerrado a carreira há mais de dois anos, Romário viu a necessidade de voltar a campo em uma partida oficial. Jogou 29 minutos, deu dois chutes a gol. Não marcou, mas se sentiu mais leve.
- A minha promessa para o meu pai foi cumprida. Falei que um dia iria jogar com a camisa do América e isso aconteceu. Para mim é um orgulho e uma honra muito grande fazer parte da história do time que me fez gostar de futebol, do time que a pessoa que eu mais amei na minha vida, que era o meu pai, torcia. Tenho certeza de que ele está lá em cima bebendo a cervejinha dele bem feliz e comemorando bastante o tÃtulo - disse Romário durante uma pausa com os convidados na festa.
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Aspas
As pessoas podem ficar tranquilas. Jogar futebol profissional para mim não dá mais. Tenho 43 anos e isso pesa para qualquer um. Mas eu já cumpri o que eu prometi ao meu pai e eu estou de alma lavada. "
Romário tem gostado da vida de dirigente. Tem até acordado cedo alguns dias por causa dos novos compromissos. As negociações com os jogadores são diretas, sem muitos rodeios. E a relação com o grupo é agradável. Brinca quando pode, fala grosso quando deve. Por isso, o Baixinho considera que vive um momento importante na vida.
- A conquista é importante para mim. Mesmo da Segunda Divisão. Fui campeão por praticamente todos os lugares que joguei. Mas ser campeão pelo seu time do coração, pelo time que você torce desde pequeno e começou a gostar de futebol, é diferente. Envolve carinho, sentimento. Não tenho qualquer tipo de interesse financeiro com o América. Não estou ganhando nada com isso. O prestÃgio que deveria ganhar na minha vida eu já ganhei. Os tÃtulos também. O presidente me deu total liberdade para eu fazer o que quisesse com o futebol. E eu com a minha pouca experiência, em quatro, cinco meses já consegui levar o América para a Primeira Divisão, consegui dar um tÃtulo ao clube após 27 anos. Então tenho que comemorar. O América tem que voltar para o lugar que nunca deveria ter saÃdo. E mesmo o meu pai não estando mais aqui, eu sei que ele lá em cima está muito feliz - disse.
BLOG PRIMEIRA MÃO - Uma chega, outra vai embora: taça deixa a sala de troféus do América e se desmancha na comemoração
O América voltou a ser campeão após 27 anos. A última conquista do clube tinha sido a Copa dos Campeões, em 1982, em cima do Guarani. Romário garante que estava lá torcendo pelo clube ao lado de seu Edevair.
- Tinha 16 anos na época e acho que estava no juvenil do Vasco. Fui ao Maracanã com o meu pai ver o jogo. O América é um time querido por quase todo o carioca. É um clube com uma rejeição muito pequena. Sei que os torcedores se emocionaram muito com esse tÃtulo - disse.
A camisa 11 do América que vestiu na vitória por 2 a 0 sobre o Artsul está guardada e vai ganhar um lugar especial na casa da mãe, dona Lita. Aos crÃticos, o Baixinho manda um recado e garante que não há motivo de preocupação. Não existe a menor possibilidade de ele voltar a jogar em 2010.
- As pessoas, e eu conheço bem, podem ficar tranquilas. Porque elas logo vão falar que eu iria jogar dez minutos e já joguei uns 25. Aà vão falar que eu quero jogar mais uma partida e depois vão dizer que eu quero disputar o Campeonato Carioca e estou de volta (risos). Mas podem ficar calmos porque mais do que nunca eu tive a prova (contra o Artsul) que jogar futebol profissional para mim não dá mais. Eu tenho 43 anos e isso pesa para qualquer um e para mim não é diferente. Já parei há mais de dois anos e é muito grande a diferença. É difÃcil me movimentar. Tenho a consciência de que para mim não dá mais. Se eu tiver a oportunidade de jogar mais um pouco contra o Sendas vai ser muito legal, será um prazer. Mas eu já cumpri o que eu prometi ao meu pai e eu estou de alma lavada.
Nem um eventual apelo da torcida faria Romário mudar de ideia. Como, por exemplo, alguns gritos de "Fica" que foram escutados em Edson Passos durante a vitória sobre o Artsul.
- Ficar eu vou ficar. Sentado lá no campo (risos). O mais importante que eu faço pelo América é fora de campo. Vou fazer todo o esforço possÃvel para que o jogo seja no Maracanã. Vou falar com as autoridades e tudo mais. Mas para mim, o ideal mesmo era que a partida fosse em uma quadra de futebol de salão. Quanto menor o campo para mim é melhor (risos).
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Aspas
Hoje não tem jeito. A conta vai sobrar para mim. Deve ter umas 150 cabeças aqui (risos). Meu Deus!"
A participação de Romário na última rodada da Segunda Divisão do Campeonato Carioca depende de um acordo com o Sendas, dono do mando de campo. Se o clube e a Federação do Rio aceitarem trocar o local da partida - sair de sábado e ir para o domingo, no Maracanã, na preliminar de Fluminense x Vitória -, o Baixinho topa mais uma partida. Nem o horarÃo, 14h30m, assusta.
- Ah, f... É só mais um jogo.
Nem a dolorosa conta da churrascaria parecia tirar o bom-humor do Baixinho. Após ter criado a fama de pão duro ao longo da carreira como jogador, ele já estava preparado para arcar com os custos da festa do tÃtulo.
- Hoje não tem jeito. A conta vai sobrar para mim. Deve ter umas 150 cabeças aqui (risos). Meu Deus!
Romário promete time competitivo em 2010
Com pouco tempo para montar o time do América para disputar a Segunda Divisão, Romário buscou apostar em velhos conhecidos. Trouxe o goleiro Roberto, o zagueiro Ciro, o volante Júnior e o lateral Claudemir e os meias Rubens e Teti, todos ex-companheiros no Vasco. Além disso, conseguiu um patrocÃnio forte para o clube por causa do bom relacionamento com Celso Barros, presidente da Unimed. Mas para a próxima temporada, o Baixinho prevê muitas dificuldades.
- O Campeonato Carioca há muitos anos não é um dos mais fortes do Brasil. Mas eu sei que é muito difÃcil montar um time em menos de dois meses. E pela campanha que a gente fez, muita gente do grupo vai procurar caminhos melhores. A parte financeira sempre pesa e é normal. Já fui jogador e sei como é, tem que aproveitar mesmo as oportunidades. Acho que vou ficar com poucos jogadores desse grupo e vou precisar escolher certo os reforços. Falar que não quero entrar no campeonato e disputar para ser campeão eu vou ser mentiroso. Mas tenho que ter o pé no chão. Tenho certeza de que o torcedor do América vai ver um time bem competitivo. E vamos sempre jogar para ganhar, enfrentar de igual para igual os quatro grandes. Mas ser campeão no ano que vem... Nada é impossÃvel no futebol, mas eu tenho consciência de que é difÃcil - disse.
Romário vai precisar negociar com cada jogador do elenco. O contrato de todo o grupo termina agora no final de novembro. Ele vai se esforçar para manter o que considera a base do time: o goleiro Roberto, o lateral Gerson, o volante Júnior, o meia Diguinho e o atacante Alexandro.
- O nosso compromisso era com esse ano. Como as coisas aconteceram da melhor maneira possÃvel, não vejo motivo para desfazer alguma coisa. Lógico que mudanças acontecem, todos aqui são profissionais e aparecem propostas muitas vezes melhores. E eu, como amigo deles, sou o primeiro a dizer para eles aceitarem. Todo mundo precisa se sustentar e levar o melhor para a sua casa. Agora na Primeira Divisão eu acredito que o América vai ter mais receitas. Tem o dinheiro da televisão que a Federação repassa aos clubes. Isso com certeza já ajuda a montar o time.
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