São Paulo enfrenta déficit em 2024 e dívida de R$ 968 milhões no jogo financeiro

Na última segunda-feira, o São Paulo Futebol Clube divulgou seu balanço patrimonial referente ao ano de 2024. O documento, já aprovado pelo Conselho Deliberativo do clube, revela um déficit significativo de R$ 287.640.000,00 e uma dívida total de R$ 968.255.000,00. Apesar desse desafio financeiro, o balanço também destaca um recorde de arrecadação, com uma receita total de R$ 731.898.000,00.

Desse montante, R$ 234.974.000,00 foram provenientes de operações de marketing, quase R$ 100 milhões a mais do que no ano anterior, 2023. O restante, que totaliza R$ 582.945.000,00, foi arrecadado pelo futebol, sendo que apenas R$ 93.370.000,00 desse valor resultou da venda de atletas. A previsão orçamentária do São Paulo já considerava um déficit para 2024, mas não na magnitude reportada, que superou em muito a projeção inicial de R$ 34.900.000,00 de perdas.

No relatório, o clube atribui o resultado negativo à baixa nas vendas de atletas. Reconhecendo a gravidade da situação, a diretoria tem buscado maneiras de conter os gastos e melhorar o desempenho financeiro. Uma das principais iniciativas é a criação de um fundo de investimentos, com o intuito de levantar R$ 240 milhões para quitar dívidas que comprometem o fluxo de caixa.

Até 31 de dezembro de 2024, o São Paulo tinha R$ 81.601.000,00 investidos em seu fundo. Em uma entrevista recente, o superintendente geral do clube, Márcio Carlomagno, admitiu que a situação financeira é preocupante. Ele destacou que, no passado, o clube antecipava muitos contratos e utilizava essas receitas para quitar débitos antigos. Contudo, com a estratégia do fundo, a gestão optou por um novo modelo, preservando 40% dos ativos para o vencimento, visando ao aprendizado sobre o fluxo de caixa.

Embora o momento seja desafiador e cheio de dificuldades, Carlomagno expressou otimismo ao afirmar que o clube está avançando nas mudanças necessárias dentro da sua estrutura administrativa. "É doloroso? É. É doído? É. Mas depende de muita gente mudar o 'start' interno. Estamos conseguindo. Passo a passo", concluiu o dirigente.