Em meio a experientes jogadores campeões do mundo com a Seleção Brasileira, como Júnior, Luizão e Rogério Ceni, além de Amoroso, o volante Alê teve, no São Paulo de 2005, uma temporada especial aos 19 anos. Caçula do elenco tricolor na conquista do Paulistão, no tri da Libertadores e no tri Mudial – mesmo que não tenha atuado no Japão -, a até então jovem promessa da base conserva até os dias atuais o carinho e respeito pelo clube que o revelou e a amizade com os companheiros de elenco. Isso tudo se deve ao fato de ele sempre ser bom de grupo. No elenco vitorioso do Tricolor, por exemplo, Alê foi de motorista a imitador, arrancando boas risadas de todos, inclusive do técnico Paulo Autuori.

- Eu lembro que o Autuori sempre foi muito sério, mas é um cara muito bacana. E usava sempre três palavras. Falava que a gente tinha que ter cabeça, coração e colhão. Falava com a voz dele, fazia gesto. Eu era mais moleque e comecei a imitar ele, com a voz grossa dele. Um dia os caras pediram para imitar, só que ele estava atrás de mim e eu não vi. Eu imitei e, quando virei, ele estava atrás de mim. Eu fiquei branco. Aí ele falou para mim: “Gostei da sua personalidade, viu”. Para mim foi muito legal, porque achei que não ia mais para jogo porque estava imitando ele. Mas o grupo era tão unido, era tão fechado, que acabou virando meme. Sempre que tinha uma preleção o Autuori me chamava para terminar o papo imitando ele. Aí eu fazia e os caras riam para caramba - contou aos risos.

Em 2024, o São Paulo luta pelo tetra na competição. A estreia é nesta quinta-feira, às 21h, contra o Talleres, da Argentina, fora de casa. O ge acompanha a partida em Tempo Real ( clique aqui para acessar ). O Tricolor está no grupo B e, além de Talleres, enfrentará o Cobresal, do Chile, e o Barcelona de Guayaquil, do Equador. - Libertadores é sempre muito difícil. O grupo é difícil, os jogos são difíceis, são adversários que sabem jogar, têm catimba, mas acredito que o São Paulo está bem preparado, vem de um ano anterior bom. Mesmo com a eliminação no Paulista diante de uma equipe competente, bem treinada, mas a Libertadores é uma competição que o São Paulo sabe jogar e tem tradição.

- Lembro que tinha o rachão e era o time do Luizão com o time do Júnior. E o Luizão dava R$ 50 de bicho por cabeça para o time dele ganhar. Aí virava uma guerra. R$ 50 naquela época dava para encher o tanque do carro. Eu era do time dele. Ele gostava de mim. Era muito legal, muito acolhedor.

Em 2005 também as expectativas eram desse jeito, por serem adversários difíceis, mas a gente confiava muito no elenco. Agora, com jogadores experientes e uma rapaziada que está junto há um tempo, estou bem confiante. O São Paulo tem tudo para conquistar o tetra, fazer um bom campeonato. Como torcedor, fico sempre otimista para que o São Paulo consiga apresentar um bom futebol e buscar o tetra. É uma competição diferente, que exige muita atenção e é resolvida nos detalhes. O São Paulo é acostumado, não é à toa que á tricampeão - analisa o volante, que atualmente defende o Grêmio São-Carlense na Série A4 do Campeonato Paulista aos 38 anos.

- Quando cheguei com o bicho da Libertadores meu pai achava que eu tinha roubado, que era um assalto (risos). Até explicar (risos). Mas a grana foi usada para comprar uma casa para minha mãe. Ela não quis sair do bairro onde eles moram até hoje, em Embu das Artes (SP), aí dei um dinheiro e eles reformaram a casa, deixaram a casa bonita e deu tudo certo - recordou em tom de brincadeira.