Nação tricolor;

Muitos aqui cobram a opinião “oficial” do Blog sobre a recente ida do ex-técnico do São Paulo Muricy Ramalho para o Palmeiras.

Em linhas gerais o torcedor do Maior do Mundo quer saber se para o Blog Muricy “traiu” o clube que permaneceu por 3 anos por ter virado a casaca contra um rival histórico.

Vou tentar ser o mais direto possível.

Acho que o ex-técnico não fez nada de anti-ético em trocar de clube, mesmo que essa troca tenha sido de muro e para o maior rival histórico. Ele foi demitido e estava livre no mercado. Também não li ou ouvi o treinador desrespeitar ou ofender o Maior do Mundo em suas recentes entrevistas. O discurso “Torcedorístico Muricyano” tem sido voltado somente para os palmeirenses.

Para mim, diferente de muitas pessoas, ex-técnico do tricolor nunca foi um “ídolo” incontestável.

Foi (e ainda é) um excelente profissional que teve um grande momento aqui no tricolor e uma identificação muito grande com o clube que ele jogou e cresceu como auxiliar técnico, sob o olhar perfeccionista do mestre Telê Santana, este sim um grande ídolo. Porém, mesmo com todo esse tempo no tricolor, Muricy não me cativou o suficiente a ponto de querer ter um adesivo seu.

Para mim, tirando Rogério e Marcos, não há mais ídolos em clubes brasileiros. Identificação sim, ídolos… não.

Isso não quer dizer que eu não reconheça forte identificação do técnico com o Maior do Mundo. Ela existe e já está gravada para sempre na história de ambos. Sempre defendi Muricy no clube após a saída (unilateral, diga-se de passagem) de Paulo Autuori. Desde os primórdios da Rádio SPNet (ainda com o Murro e o Rica) eu via que 2006 era o momento ideal em que o “faminto” Muricy agregaria ainda mais experiência e qualidade a um time já reestruturado e campeão mundial. O tricampeonato inédito nos mostrou a certeza da escolha.

O tempo foi passando, a parceria se desgastando e acabou de uma maneira de certa forma muito brusca mas, mesmo entendendo que era o momento, nunca deixei de ter valorizado o trabalho do cara. Até porque a pessoa pode até não ir com o santo dele, mas não reconhecer a enorme importância de Muricy na história recente do clube é pura ignorância.

Só que agora ele está do outro lado e é bom alguns se acostumarem. Quem vai cantar “É Muricy” (ou sofrer com o Muricy) são os palmeirenses. Muricy é profissional como qualquer outro, nunca prometeu que jamais iria trocar de portão na Barra Funda e pode até um dia voltar a dirigir o São Paulo. Só que agora (espero eu) o torcedor precisa entender de vez que, assim como o ex-treinador, muitos profissionais virão. O que fica mesmo é o clube, seu legado, tradição, patrimônio e história.

Nada apagará a “era” Muricy no clube. Mas é importante que todos saibam que antes de mais nada foi o São Paulo que conquistou o tricampeonato. Seus jogadores, sua diretoria, sua comissão técnica (incluso o treinador), seus funcionários e sua torcida.

Para a turma do “bola para frente” recomendo assistir o programa Juca Entrevista com Ricardo Gomes:

Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=7PX-xGKdEeI&feature=player_embedded
Parte 2: http://www.youtube.com/watch?v=okugncOxTU0&feature=player_embedded
Parte 3: http://www.youtube.com/watch?v=ZvEyOBRh_sY&feature=player_embedded
Parte 4: http://www.youtube.com/watch?v=4drcOTATC88&feature=player_embedded
Parte 5: http://www.youtube.com/watch?v=uRlZLGQucGY&feature=player_embedded

Fonte: Canal oficial do SPFC no youtube

POR FALAR EM ÍDOLOS… as torcidas organizadas do São Paulo, em conjunto com a diretoria e a administração do estádio do Morumbi deveriam dar um jeito de trazer de volta a “magia dos ídolos eternos” do São Paulo sob forma de faixas dentro do Morumbi. Jogadores como Friedenreich, Leônidas, Canhoteiro, Bauer, Chicão, Darío Pereyra, Poy, Forlán, Serginho, Zé Sérgio, Raí e Lugano deveriam ter faixas semelhantes a do Rogério Ceni feita pela Independente. Seria uma bela forma de homenagear para sempre quem fez parte da bela história do clube.

Saudações tricolores!

REAGE, TRICOLOR!