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O anúncio da volta de Rogério Ceni foi feita em nota oficial pelo São Paulo. O treinador aceitou um contrato válido até dezembro de 2022. O clube anunciou que o novo técnico deverá comandar a equipe contra o Ceará, amanhã (14), às 19h (de Brasília).
Hernán Crespo viveu seu momento de maior contestação desde que chegou no São Paulo. Sob o comando do treinador, o Tricolor paulista se manteve a quatro pontos do Z4 do Brasileiro e somou apenas uma vitória nos últimos dez jogos. Com o empate com o Cuiabá na segunda-feira (11), o argentino tem o terceiro pior aproveitamento entre os últimos dez técnicos do clube na competição nacional.
No entanto, nas últimas semanas foi garantido no cargo de técnico pelo diretor Carlos Belmonte. Por vezes, o dirigente garantiu a permanência de Crespo no comando, inclusive após o empate contra o Cuiabá.
"Acredito no trabalho e queremos dar continuidade, lógico que precisamos também dos resultados, porque futebol é isso. Mas independente do resultado de hoje à noite, o Crespo não será demitido, pois nós temos convicção no trabalho dele", afirmou o dirigente em entrevista concedida ao programa Segunda Opinião da Rádio Energia 97.
Ao longo de oito meses, Crespo dirigiu o time na conquista do Campeonato Paulista e trabalhou em 53 partidas, com 24 vitórias, 19 empates e 10 derrotas, aproveitamento de 57,23% dos pontos. Pelo Brasileirão, alcançou 40% de aproveitamento em partidas, com 6 vitórias, 12 empates e 7 derrotas. Entre os últimos comandantes que passaram pelo Morumbi, apenas André Jardine, em 2018, e Rogério Ceni, em 2017, tiveram números inferiores.
O momento da queda do argentino relembra as saídas também de Osório e Aguirre, que, apesar dos bons números que conseguiram frente ao Tricolor, não sucumbiram a pressão e, de diferentes maneiras, deixaram o cargo de treinador no Morumbi. Relembre abaixo:
Saída de Osorio:
Em 2015, o técnico colombiano Juan Carlos Osorio comunicou à diretoria que aceitou uma proposta para dirigir a seleção mexicana. Ele tentou convencer os dirigentes do país de que poderia acumular as funções técnicas até o final do ano, mas a federação não aceitou as condições.
Segundo o colombiano, após conversas com o presidente da época, Miguel Carlos Aidar, a possibilidade de disputar a Copa do Mundo de 2018 pesou para sua decisão.
Osorio deixou o clube exatos quatro meses após sua estreia. O colombiano fez sua primeira partida pelo São Paulo na vitória por 2 a 0 contra o Grêmio, no dia 6 de junho. Seu último jogo à frente da equipe ocorreu no sábado, na vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-PR, no estádio do Morumbi.
Além de deixar o time na quinta colocação do Campeonato Brasileiro, com 46 pontos, Osorio garantiu a ida do Tricolor para a semifinal da Copa do Brasil. Por se tratar de um título inédito na história do clube, o técnico dava prioridade máxima para a disputa do torneio eliminatório.
A saída de Osorio foi mais um duro golpe para a gestão de Aidar. Na mesma semana, o clube havia confirmado a demissão do vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, por conta de uma briga em que ele se envolveu com o mandatário tricolor. Com o São Paulo mergulhado em uma grave crise política, Osorio se decepcionou com as provocações públicas de dirigentes e a quebra de promessas por parte da diretoria.
O ponto alto do desentendimento entre as partes ocorreu em 25 de setembro, quando Osorio disse não confiar na diretoria por conta dos oito jogadores que deixaram o clube desde sua chegada. Segundo o treinador, os dirigentes omitiram que o São Paulo teria de sofrer tantas baixas para quitar problemas financeiros.
Saída de Aguirre:
Após ser demitido do São Paulo no fim de 2018, Diego Aguirre praticamente não falou com a imprensa e nem explicou seu lado da história. Mais de um ano depois, o uruguaio finalmente abriu o jogo, criticou as circunstâncias de sua saída, mas se disse orgulhoso pelo trabalho no Tricolor.
Apesar de guardar os bons momentos, o treinador deixou bem claro que não entendeu sua demissão. Após liderar o Brasileirão na virada do turno, o São Paulo caiu de produção e lutava por uma vaga direta na fase de grupos da Libertadores, a cinco rodadas do fim.
"Óbvio que foi ruim, que foi injusto, que não dá para entender, mas isso fica para trás. Eu preferi não falar no momento (logo após ser demitido) porque eu estava ferido, estava mal e poderia falar alguma coisa que poderia me arrepender. Então deixei passar o tempo. Nós que estamos no futebol sabemos que acontecem essas coisas, faz parte", contou.
Aguirre caiu após um empate com o Corinthians por 1 a 1, na Arena, pela 33ª rodada do Brasileirão. Depois do clássico no sábado, o técnico se reuniu no domingo com Raí, executivo de futebol, e Alexandre Pássaro, gerente-executivo de futebol, quando foi comunicado da decisão.
São Paulo, Osório, Aguirre, Queda, Diretoria, SPFC
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