Neste domingo, no estádio do Morumbi, os técnicos Muricy Ramalho e Mano Menezes serão rivais no clássico entre São Paulo e Corinthians, mas os dois têm um histórico de amizade da época em que trabalhavam em Porto Alegre, respectivamente no Internacional e no Grêmio. Curiosamente, no Sul, eles nunca se enfrentaram, mas já duelaram no Campeonato Paulista do ano passado – empate por 0 a 0.



- O Muricy é um vencedor pelo seu trabalho. Tem uma trajetória que o engrandece muito. É um prazer ser colega dele. Em Porto Alegre nunca o enfrentei porque vivíamos em dimensões diferentes, eu na Série B com o Grêmio e ele com o Inter na Série A - comentou o técnico Mano Menezes.



Se não puderam se conhecer dentro de campo no clássico Gre-Nal, fora dele Mano e Muricy dividiram muitas garrafas de vinho. Moradores do mesmo flat na capital gaúcha, não foram raras as vezes em que eles se encontraram para conversar. Uma situação rara de se ver, segundo o agora comandante tricolor.



- No Sul é muito difícil, pois os técnicos de Grêmio e Inter não podem nem se olhar. Só que deram azar porque a gente morava no mesmo flat. É sempre bom conversar com ele. É gaúcho, conhecia as pessoas e tinha prazer em encontrar e tomar um vinho - lembrou o são-paulino Muricy Ramalho.



Nesses encontros e também por acompanharem os jogos um do outro, Mano e Muricy estão atentos às qualidades das equipes. Como analisa o técnico do Timão.



- É muito difícil fazer gol no São Paulo, porque o Muricy arma a equipe com uma marcação muito forte. A bola parada deles também é muito forte, por isso não podemos proporcionar oportunidades - acrescentou o treinador corintiano.



Para Muricy Ramalho, atual tricampeão brasileiro, o São Paulo tem de tomar muito cuidado, porque o rival alvinegro tem um estrategista no comando.



- O Mano é da nova safra de treinadores que estudam e trabalham muito. Técnico que quiser ter destaque e ser diferente tem de fazer isso. Se não for consistente, não dura muito. É um cara forte - completou o técnico tricampeão brasileiro.



A cordialidade entre Mano e Muricy será representada pelo aperto de mãos antes do começo do clássico. Depois do apito inicial, os berros serão constantes na beira do gramado – os dois treinadores costumam falar bastante com seus jogadores.