O goleiro do São Paulo Rogério Ceni garantiu que estava sem qualquer dor para o jogo contra o Bragantino, quando mais uma vez sentiu dores na perna direita e teve de ser substituído, mas ponderou:

- Poderia ter esperado um pouco mais - disse o capitão do São Paulo em entrevista exclusiva para o LANCENET!.

O goleiro trava agora uma rotina diária, que conta com tratameno no Reffis e em sua casa, para voltar ao gol do São Paulo em um momento importante: ou no clássico contra o Corinthians, no dia 15 de fevereiro, ou então na estréia do time na Libertadores, no dia 18, contra o Independiente (COL). A única certeza é a de que ele só estará em campo quando estiver sem qualquer lesão.

Você deu a entender que se precipitou ao voltar à equipe. É uma lição que tira, aos 36 anos?
Vou ser muito sincero: fui para o jogo sem nenhuma dor. Já contra o Santo André, não senti dores, apenas estava um pouco fora do ritmo de jogo. Fiz uma pré-temporada boa, forte, estava num peso superbom. Por isso, pensei que não poderia perder muito tempo parado e perder o condicionamento físico. A dor passou, senti um pouco no treino de terça-feira, mas segurei. O local ficava apenas um pouco sensível. Pode ser que tenha sido consequência da lesão anterior, mas também pode ter sido apenas uma fatalidade. Poderia ter esperado um pouco mais, mas me senti superbem.

No gol do Bragantino, você não alcança a bola. A lesão pode ter atrapalhado, a perna direita deu o suporte para você sair?
Na verdade, saí achando que ela ia cair um pouco antes. A bola pegou exatamente no fecho de luz do refletor e me atrapalhei um pouco na hora de pegar. Ela bateu na ponta do dedo. A verdade é que perdi um pouco o tempo da bola, cometi um erro.

Qual foi a principal razão do choro, ao sair de campo: dor, tristeza pela lesão, raiva por talvez ter voltado ao time de maneira precipitada?
Não foi dor, não. Contra a Portuguesa, doeu bastante, até para sair do gramado. Essa foi dois centímetros mais para baixo, um pouquinho para o lado esquerdo. Na primeira vez, senti no chute. Na quarta, foi no arranque. O músculo puxou, eu parei, botei o pé no chão. Dei uma forçada como se fosse arrancar de novo e, infelizmente, senti repuxando. Fiquei desanimado porque tinha acabado de voltar de outra lesão, não estava sentindo desconforto e, apesar de ter errado no gol, me sentia melhor do que contra o Santo André: mais confiante, com mais tempo de bola. Fiquei chateado, não foi choro de dor. É que voltar ao time, errar no gol e se machucar depois de 20 minutos é uma sensação muito desagradável.

O Muricy disse que você pediu desculpas para ele depois do jogo...
Pedi porque voltei ao time depois de sentir uma lesão e o prejudiquei no sentido de queimar uma substituição logo no primeiro tempo, que não é comum. Nesse início de temporada, com jogadores desgastados, é importante usar as substituições.

Qual será sua rotina agora?
Tratamento. Não dá para fazer previsão exata, mas vou tratar até segunda-feira e, se tiver melhor, começo o fortalecimento. Dessa vez, terei de fazer fortalecimento muscular antes de ir para o campo, para tentar voltar no domingo (dia 15, contra o Corinthians) ou na Libertadores (dia 18, contra o Independiente).

E a rotina em casa, como é?
Em casa eu faço gelo duas vezes, à noite. Pego um saco de gelo aqui do CT, que é melhor, tenho o copo, o rolo para enrolar na perna, já sei direitinho como fazer. Uma vez no início da noite, outra antes de dormir. E tenho um aparelho portátil de choque, regulo a intensidade e coloco no local.

Agora, só volta quando estiver 100%? Ou a importância do jogo é que vai determinar sua presença?
Só quando estiver bem, der para treinar bem, fazer todos os movimentos. Não quero ter a desgraça de sentir pela terceira vez. Dessa vez, voltei em seis dias. A previsão normal é de 15, teoricamente para estar bem no jogo da Libertadores.