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Entenda os motivos pelos quais Aguirre caiu

Auxiliar fixo assumirá equipe na reta final do Brasileirão. Desligamento imediato do uruguaio tem a ver com ideia de usar profissional do clube na próxima temporada

André Jardine vai comandar treino do São Paulo nesta segunda-feira — Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net

A saída de Diego Aguirre do São Paulo parte do princípio consensual de que o técnico não teria o contrato renovado para 2019. Os motivos pelos quais se chegou a essa conclusão você entenderá mais abaixo. A gota d'água foi a atuação ruim do time no empate com o Corinthians. A performance da equipe irritou a diretoria.



Embora Aguirre fosse criticado por dirigentes e parte da torcida, a demissão de certa forma surpreendeu internamente.

O vínculo de Aguirre terminaria em dezembro e ele receberá os valores integrais desse contrato até o fim da temporada.

A partir dessa decisão de não renovar com Aguirre o departamento de futebol do São Paulo decidiu antecipar o desligamento do uruguaio para André Jardine assumir imediatamente. Isso porque o auxiliar fixo da comissão é o primeiro nome para comandar a equipe em 2019.

Portanto, não faria sentido, na visão dos dirigentes do São Paulo, segurar Aguirre até o fim do ano e fazer a transição para Jardine só no começo de 2019.

O antes auxiliar fixo vai comandar o Tricolor nas cinco rodadas finais do Brasileirão. Inicialmente, se não houver um desempenho muito ruim, com resultados catastróficos, ele seguirá como técnico. Caso os planos mudem, Abel Braga é um dos nomes elogiados internamente.

Neste momento, o São Paulo está na quinta posição, empatado com o Grêmio em pontos (58 cada), mas atrás no número de vitórias (16 a 15). Perder a vaga direta na fase de grupos da Libertadores, por exemplo, não é visto como um motivo para não apostar em Jardine para 2019.

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Por que Jardine é o nome forte para 2019?

Trata-se de um profissional vencedor: ganhou mais de 30 títulos na base da dupla Gre-Nal. No Tricolor ele foi campeão da Libertadores, bicampeão da Copa do Brasil de forma invicta, bicampeão da Copa RS, Copa Ouro e Paulista.

O técnico de 39 anos é visto como alguém extremamente dedicado e estudioso. Em outubro, numa viagem marcada com muita antecedência, Jardine viajou à Europa apoiado pelo São Paulo para se atualizar, conhecer novos métodos e fazer observações. Fez um tour com passagens por centros de treinamentos de grandes clubes e assistiu ao vivo jogos de gigantes europeus.

Jardine está no São Paulo desde 2015. Ou seja, é um profissional que conhece o clube e nunca escondeu o sonho de um dia ser o técnico principal do time. Por isso mesmo o São Paulo investe há algum tempo na sua formação. Ainda sob o comando de Dorival Júnior, o Tricolor tinha a ideia de subir o então técnico da base para auxiliar fixo do profissional. Mas a promoção foi adiada para evitar uma sombra para Dorival. Após a demissão do treinador, em março, ele foi promovido.

A integração com a base se dará de forma mais natural com Jardine. Ele foi o responsável, por exemplo, pela promoção de Liziero, revelado em Cotia. Recentemente, o garoto Helinho apareceu com um golaço contra o Flamengo (Antony e Igor Gomes também subiram). Jardine conhece muito bem esses e outros atletas com potencial em Cotia.

A visão de futebol de Jardine se assemelha com o que o São Paulo pensa. O técnico gosta de times agressivos, com posse de bola e ofensivos. Rogério Ceni, campeão da Série B com o Fortaleza e líder na enquete do GloboEsporte.com entre internautas, tem ideias nesse sentido, mas o nome do ídolo é visto como inviável pela relação extremamente desgastada com o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco – Ceni foi demitido em julho de 2017.

Por que Diego Aguirre saiu do São Paulo?

De uma forma geral o trabalho de Aguirre é visto de maneira positiva. Foi correto e alcançou parte dos objetivos. Veja abaixo alguns dos motivos para a saída:

Uma das justificativas nos bastidores é de que a atitude do elenco demonstrava falta de entendimento, sintonia e energia em campo. A postura do São Paulo no clássico com o Corinthians, inclusive, foi duramente criticada por Raí, principal responsável pelo departamento de futebol e convicto de que a saída de Aguirre era necessária.



O São Paulo piorou de rendimento com mais tempo para Aguirre treinar a equipe. Foram nova semanas cheias seguidas, entre o duelo com o Bahia, no dia 8 de setembro, e o confronto diante do Corinthians, no último sábado. No total, foram 10 partidas em 64 dias: seis empates, duas vitórias e duas derrotas. Mesmo nos jogos com resultados positivos a avaliação é de que o desempenho não foi convincente.

A queda radical de rendimento no segundo turno: o São Paulo fechou a primeira metade como líder da competição, com 71% de aproveitamento, e é o 13º colocado do segundo turno, com 40,5% de aproveitamento. Com a vitória do Grêmio, o time saiu do G-4.

Atuação no clássico contra o rival Corinthians: o jogo foi considerado um desastre. O Tricolor foi dominado mesmo com um jogador a mais durante todo o segundo tempo e não controlou a partida. Houve erros de arbitragem em lances capitais que favoreceram o São Paulo (gol não validado e pênalti não marcado).

Ou seja, a avaliação era de que o time merecia perder pelo futebol apresentado. A substituição de Gonzalo Carneiro (com dores) por Brenner, autor do gol de empate, recebeu críticas – o garoto da base teve dificuldades em campo. Everton foi apontado como nome certo para entrar naquele momento, aos 25 minutos do primeiro tempo (ele foi acionado no intervalo, depois da expulsão de Araos).
Fraqueza para buscar a quarta posição e garantir um lugar na fase de grupos da Libertadores: Aguirre tentou diversas alternativas para recuperar o futebol do primeiro turno e não teve sucesso. Havia a percepção de que o técnico perdeu a mão do time e não soube encontrar novas soluções. Ou seja, faltou repertório. A vaga direta na competição continental é considerada um importante no planejamento da próxima temporada.



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