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Brasileirão: São Paulo atropela concorrentes e festeja o Tri

Tabu é feito para ser quebrado, já diziam os estudiosos e saudosistas do futebol. Mas quem acreditaria que, após um primeiro semestre frustrante e quase nove meses sem jogar um futebol de qualidade, o São Paulo terminaria dezembro festejando o terceiro título seguido do Campeonato Brasileiro?

O clube do Morumbi sempre foi chamado de Tricolor pelas suas três cores. Ironicamente, era o único time do Brasil a nunca conquistar por três vezes seguidas uma competição oficial. Era. Em 2008, o São Paulo retificou as conquistas do Brasileirão 2006 e 2007.

Nunca nenhum time tinha sido campeão brasileiro seis vezes desde a criação da competição, em 1971. O Flamengo conquistara o torneio cinco vezes*, assim como o São Paulo. Em 2008, o rubro-negro vacilou, ficou para trás. Os paulistas, como de rotina, atropelaram e chegaram ao sexto caneco.

Nunca na história do campeonato por pontos corridos o campeão do primeiro turno ficara sem o título. Foi assim com Cruzeiro, Santos, Corinthians e São Paulo, duas vezes. Em 2008, o Grêmio terminou as primeiras 19 rodadas na ponta. Os gaúchos perderam o fôlego. O Tricolor (paulista) aproveitou e levantou o caneco.

Para ser campeão, diziam estudiosos, o São Paulo teria de fazer um segundo turno praticamente perfeito. Onze pontos atrás do Grêmio, o time do Morumbi ficou 18 jogos sem perder, até o final da competição. E acabou três pontos a frente do rival gaúcho.

Cinco líderes, momentos distintos
O Campeonato Brasileiro de 2008 será sempre lembrado como o torneio mais equilibrado de todos os tempos na era dos pontos corridos. Até a antepenúltima rodada, cinco times ainda tinham chances de levantar o caneco do torneio.

Os cinco clubes, aliás, foram líderes da competição, em momentos distintos (o Náutico também chegou a ser primeiro colocado, na segunda rodada). Campeão em 2003, o Cruzeiro começou melhor e comandou o torneio na terceira e quarta rodadas. A inexperiência do elenco seria fatal nas partidas seguintes.

Com um elenco mais completo e homogêneo, o Flamengo dominou o torneio até a 13ª rodada, mas caiu de produção após as saídas de Renato Augusto, Marcinho e Souza, vendidos para o futebol europeu. As derrotas no Maracanã custaram caro.

Sem ataque, o Flamengo foi desbancado pelos gaúchos do Grêmio, que fazim bonito dentro de casa e fora do Olímpico. Foram 13 rodadas seguidas na liderança do Brasileirão, fato que garantiu o título do primeiro turno ao Tricolor.

Na 27ª jornada, apareceu o quarto líder: o Palmeiras. A equipe de Vanderlei Luxemburgo, porém, oscilava demais em casa e nunca conquistava pontos fora. Por isso, ficou apenas duas rodadas na ponta, perdida novamente para os gremistas.

Mas o mandato gaúcho terminaria quarto partidas depois. Com uma exibição de gala, o São Paulo bateu o Internacional por 3 a 0 no Morumbi e chegou à liderança pela primeira vez. O Tricolor agüentou mais cinco rodadas na ponta, suficiente para garantir o hexacampeonato.

Rebaixamento? Só na última rodada...


A briga contra o rebaixamento também foi boa neste Brasileirão. Grandes equipes como Vasco, Santos e Fluminense estavam ameaçadas desde o começo. Outros times, como Ipatinga, Portuguesa, Náutico, Atlético-PR e Figueirense, também estavam seriamente ameaçados.

Mas o confronto direto acabou decidindo as coisas. No ano em que o Corinthians se reencontrou com a elite do Brasileirão, o Vasco tem encontro marcado com a Série B em 2009. Isso porque deixou escapar pontos preciosos em São Januário...

Mesmo mal afligiu a Portuguesa. De volta à elite após cinco anos na Série B, a Lusa errou demais quando jogou no Canindé. Os pontos perdidos na capital paulista fizeram a equipe, que apresentou bom futebol em parte da campanha, voltar à segunda divisão.

Outro time garantido na Série B em 2009, o Figueirense alternou belas apresentações com exibições patéticas. Se por um lado a equipe conseguia se recuperar de um placar de 5 a 2 para a Lusa, o alvinegro perdia de sete para o Grêmio, em pleno Orlando Scarpelli. Assim, nem os gols de Cleiton Xavier podiam evitar o descenso.

Por fim, o Ipatinga também não agüentou a pressão da Série A e voltou à segunda divisão, um ano após ter conseguido o acesso. Os mineiros se notabilizaram por vencerem os grandes, mas perderem pontos bestas contra os pequenos.

Quem disse que campeão não joga mal?

O São Paulo também quebrou o (negativo) tabu ao mostrar que o campeão brasileiro pode fazer partidas horrorosas a qualquer momento. Principalmente no primeiro turno, o Tricolor se superou e fez jogos de dar pena. Veja alguns:

1. Atlético-MG 1 x 1 São Paulo
Este jogo foi certamente o pior do Tricolor na temporada. O próprio Muricy Ramalho admitiria mais tarde. "A virada foi contra o Atlético. Naquele jogo, fomos tão mal que reuni os jogadores no dia seguinte e falei um monte. Deu certo".

2. Santos 0 x 0 São Paulo
Clássico é sempre um jogo legal de assistir, né? Nem tanto. Quem viu Santos 0 x 0 São Paulo, pela quarta rodada do Brasileirão, ficou traumatizado. Sem chance de gol, sem emoção, sem defesa dos goleiros. Cadê o futebol, poxa?

3. São Paulo 1 x 1 Coritiba
Aqui tem explicação. Quatro dias depois de dar adeus à Libertadores, o São Paulo entrou em campo sem vontade alguma. Tomou um gol no começo, de Rubens Cardoso, e ainda achou o empate com Borges. Saiu do Morumbi pior do que tinha entrado.

Cinco jogos de campeão


O São Paulo fez partidas bastante ruins no Campeonato Brasileiro, mas tem também uma série de partidas em que encheu os olhos de sua torcida, principalmente na reta final. Abaixo, as partidas em que o Tricolor mostrou pinta de campeão.

1. Flamengo 2 x 4 São Paulo
Neste jogo, o São Paulo mostrou que ainda tinha chances de recuperar o futebol dos anos anteriores. Com bela partida de Borges, autor de dois gols, o Sampa fez a festa no Maracanã e acabou com a invencibilidade do Flamengo, então líder do torneio.

2. São Paulo 2 x 0 Cruzeiro
No Morumbi e sem o ídolo Rogério Ceni, o Tricolor precisava da vitória para se tornar ameaça séria ao Grêmio. Com dois gols nos dez minutos finais, o Sampa despachou o Cruzeiro e caminhou rumo à conquista. André Dias, de cabeça, e Jancarlos, de falta, foram os heróis.

3. Botafogo 1 x 2 São Paulo
Foi um grande jogo, talvez um dos cinco melhores do campeonato. Após falha de Renan, o jovem Jean acertou belo chute e encobriu o arqueiro. O Fogão empatou em seguida, com Wellington Paulista. Mas, em uma das especialidades tricolores, Dagoberto puxou contra-ataque e serviu Hernanes, que só teve o trabalho de tirar o goleiro rival.

4. São Paulo 3 x 0 Internacional
Melhor jogo do São Paulo no ano, possivelmente. Borges abriu o placar ainda no primeiro tempo, contra os reservas do Inter. Na etapa final, Dagoberto marcou um golaço, passando por Bolívar e tocando na saída de Lauro. No fim, Hugo completou, com categoria. Valeu a liderança.

5. Portuguesa 2 x 3 São Paulo
Logo aos oito minutos, Borges aproveitou a sobra e marcou o primeiro. Jonas empataria no final da primeira etapa, mas o São Paulo achou tempo para fazer o segundo, novamente com Borges. Na etapa final, Jonas empataria a partida de novo. No entanto, em uma vitória com cara de campeão, o Sampa fez o terceiro, com Borges, e garantiu a vitória.

Jogões para ficar na história


Palmeiras 2 x 2 São Paulo
Era a decisão antecipada do Campeonato Brasileiro. Precisando mais da vitória que o rival, o São Paulo começou de maneira perfeita e abriu o placar logo no começo, com Rogério Ceni, em cobrança de pênalti.

Logo depois, Diego Souza e Borges se desentenderam no meio-campo e foram expulsos, deixando o clássico mais aberto. Melhor em campo, o São Paulo ampliou sua vantagem no final da etapa inicial, com Dagoberto, em bom chute de fora da área.

Na segunda etapa, o Palmeiras contou com a ofensividade de sua equipe e erros individuais do Tricolor para empatar. O primeiro gol veio depois dos 30 minutos. Denilson deixou André Dias no chão e chutou cruzado. Kléber pegou a sobra e completou para as redes.

No minuto seguinte, o torcedor palmeirense foi ao delírio. Leandro cobrou falta do bico direito da grande área. A bola desviou em Dagoberto e enganou Rogério Ceni, que tentou voltar, mas não conseguiu. Foi, talvez, o melhor jogo do campeonato.

Internacional 4 x 1 Grêmio
O Internacional não tinha mais tantos objetivos no campeonato, a não ser um: deixar o Grêmio mais distante do título brasileiro. E parecia que o Colorado conseguiu, ao golear o rival no Beira-Rio, pela 27ª rodada do torneio.

Logo nos primeiros minutos, o argentino D'Alessandro pegou chute de fora da área e acertou o canto de Victor. Logo depois, Tcheco deu esperança aos gremistas, ao pegar sobra e, dentro da grande área, vencer o experiente Clemer.

Mas a partida era do Internacional mesmo. Ainda no primeiro tempo, o time marcou três gols e completou a goleada. Alex fez boa jogada entre os zagueiros e chutou por entre as pernas do goleiro gremista, dando a vantagem novamente ao Colorado.

No final, Índio deixou a sua marca, após completar cobrança de escanteio de D'Alessandro. Nilmar ainda achou tempo para marcar o quarto, após novo passe do meia argentino, grande nome da equipe na partida.

Cruzeiro 3 x 2 Flamengo
Podia valer o futuro de cada equipe no campeonato. E valeu. A derrota eliminou o Flamengo da briga pelo título e manteve acesas as esperanças do Cruzeiro, que seriam exterminadas pouco à frente, por tropeços dos mineiros e bons resultados dos rivais.

O primeiro gol aconteceu já no primeiro tempo. Destaque do Cruzeiro, Ramires enfiou para Fernandinho, que bateu e abriu o marcador no Mineirão. O Flamengo empatou no começo da etapa final. Após boa jogada de Marcelinho, Ibson bateu e deixou tudo empatado.

O Cruzeiro recuperou a frente no placar: após nova boa jogada de Fernandinho, Thiago Ribeiro esperou Bruno cair no chão e acertou o ângulo esquerdo. Obina empatou logo a seguir, deixando a partida com cada vez mais emoção.

E no finalzinho, aos 40 minutos, Thiago Ribeiro lançou para a área. A defesa ficou olhando e Ramires surgiu no meio da zaga, para tocar para o fundo das redes e garantir os três pontos. Nos acréscimos, Tardelli se envolveu em uma confusão e foi expulso, criando um principio de confusão.

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