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Helena: Duas gerações de campeões

Lá estavam sentados no set do Bem, Amigos do Galvão, lado a lado, duas gerações de ex-craques e técnicos de futebol. Ambos com suas raízes fincadas no São Paulo, os dois únicos tricampeões brasileiros segundo as normas de praxe antiga – assim, um título atrás do outro.

Rúbens Minelli, que na próximas sexta-feira completa 80 anos em pleno vigor físico e mental, pra quem não sabe, começou a jogar como ponta-esquerda dos aspirantes do São Paulo, em meados da década de 40, ainda garoto.

Formou naquele estupendo time reserva da chamada Máquina de Costura ou Esquadrão de Aço, o primeiro grande time do Tricolor, talvez, incomparável pela excelência de seus craques, embora não tivesse alçado os vôos vertiginosos do São Paulo de Telê, Autuori e de Muricy porque naquele tempo andavasse mais de vagar e de bonde.

Mas, os reservas, contam os mais antigos, eram tão bons que o Canindé, campo do São Paulo à época, enchia-se toda quinta-feira, dia de coletivo entre os titulares, de Sastre, Leônidas, Rui, Bauer, Noronnha, Luizinho (Luiz Mesquita de Oliveira), Remo, Pardal, Texeirinha etc, e os aspirantes de Azambuja, Armando, Jacó, o paraguaio Barrios, o aventureiro Ieso Amalfi, Antoninho, Américo, Leopoldo…

Muricy Ramalho, por sua vez, praticamente nasceu no Tricolor, onde aos 10, 11 anos de idade, já encantava no Campeonato Dente de Leite, promovido por Roberto Petri, Ely Coimbra e Sérgio Baklanos na extinta Tv Tupi.

Se Minelli foi um ponta-esquerda de lúcida participação tática, que rodou por Palmeiras, Nacional, Portuguesa Santista, Yipiranga, onde chegou a formar na célebre linha Liminha, Rubens, Silas, Bibe e Válter ou Minelli, Muricy jogava tanto que só um golpe fatal no joelho o impediu de ir à Copa da Argentina, em 78.

E o curioso é que, quando você pergunta a Muricy quais os técnicos que o influenciaram mais, depois de pendurar as chuteiras e assumir a nova carreira, a resposta é imediata: Telê e Minelli, sob cujo comando, ainda como jogador, sagrou-se campeão brasileiro em 77, o primeiro título nacional do clube.

E se você perguntar a ambos qual o melhor esquema para o sucesso no futebol, a resposta será gêmea: se defender bem e atacar com contundência.

Sim, isso, diria, é o óbvio. Mas, como armar um time para cumprir tal desígnio?

Minelli, o inventor dos dois volantes (antes, era um só atrás de dois meias, como volta a ser hoje em alguns dos principais times da Europa) no Inter bicampeão brasileiro de 75/76, com Batista ou Caçapava e Falcão, assim como Muricy hoje, acha que, antes de mais nada, é preciso estudar bem o adversário, coisa que não se fazia naqueles tempos. E preparar o antídoto para o veneno do inimigo.

E, treinar, treinar, treinar, que é do treino que nasce o jogo.

Muitas semelhanças ainda encontraremos entre esses dois tricampeões brasileiros.

Mas, talvez, a mais significativa é que o senso geral, em 78, apontava Minelli como o técnico ideal para a Seleção, como hoje em dia o nome de Muricy se eleva. À época, foi escolhido Coutinho, que, embora mil vezes mais inteligente e preparado teoricamente, como o nosso Dunga, não tinha experiência suficiente para assumir o time nacional.

Duas gerações que, separadas por três décadas, traçam caminhos similares. Terão o mesmo destino?

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