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Paulo Baier: 'Todos querem bater São Paulo'

Artilheiro do Goiás diz ter gratidão ao Grêmio e pode fazer a diferença na rodada decisiva do Brasileirão

O meio-de-campo Paulo Baier, do Goiás, pode ser um dos protagonistas do jogo deste domingo entre São Paulo e sua equipe, às 17h, no Bezerrão. Ele tem motivos pessoais e profissionais para tentar evitar o hexa do Sampa, em caso de uma vitória.

Pelo lado familiar, Baier torce pela conquista do Grêmio, já que todos os seus parentes são fanáticos pelo tricolor gaúcho. Pensando em sua carreira, se marcar gols nesta tarde, ele vai colecionar mais recordes no Brasileirão. Está a um gol de empatar com Araújo, com 51, como maior goleador do time goiano no torneio nacional.

Além disso, Baier já possui no currículo o status de artilheiro do torneio desde que ele passou a ser disputado por pontos corridos, em 2003 – fez 69 gols em seis edições.

Leia abaixo a entrevista exclusiva que ele concedeu ao LANCENET! na última sexta-feira no CT do Goiás.

LANCENET!: Se o Goiás ganhar do São Paulo hoje, ele pode dar o título do Brasileirão ao Grêmio. Seria uma retribuição pelo favor que o Grêmio fez ao Goiás em 2007?
Claro que a gente tem uma gratidão pelo Grêmio. Se eles tivessem perdido para o Corinthians (na última rodada do Brasileirão de 2007) a gente teria caído. Mas temos de fazer a nossa parte, que é entrar em campo, ajudar o Goiás e sempre com o objetivo de vencer. Não temos outra alternativa que não seja essa. Não existe jogar para perder. Independentemente de quem vai ser o campeão, temos de fazer o melhor para o Goiás.

LNET!:Qual a relação do Paulo Baier com o Grêmio?
Nenhuma. Há uma relação com a minha família. Quando eu era pequeno, eu era gremista, meus familiares são todos gremistas também, eu sou lá do Sul... Cada um tem o seu time quando é criança, mas quando você é profissional, defende o time que vai te pagar. Eu abri mão de ser torcedor depois que eu comecei a jogar futebol profissionalmente. Lógico que há um interesse da minha família de que o Grêmio seja campeão, mas o meu objetivo é que o Goiás vença. Se vencermos, acho que será bom para todo mundo.

LNET!:Quando era torcedor, você costumava ir ao estádio? Usava camisa do clube?
Ir ao estádio, não! Ijuí-RS, a cidade onde eu morava, era distante (400km) de Porto Alegre. Mas eu acompanhava os jogos, as decisões pela televisão. Não era um fanático, mas meu pai guardava fotos do Grêmio, uma coisa normal do Sul. Meu pai hoje, prefere que o Goiás vença do que o Grêmio. Mas como agora um time pode ajudar o outro, é claro que não há como dividir. Quem sabe a gente não consegue vencer para dar tudo certo e a família bem...

LNET!:Dá mais vontade de ganhar do São Paulo? Há um gostinho especial quando as partidas são contra equipes de São Paulo ou do Rio?
Todo mundo quer bater o São Paulo, isso é uma realidade. O time ganhou tudo nos últimos anos e isso é uma coisa normal dentro do adversário. Não há aquele negócio de “temos de ganhar de qualquer maneira...” Mas a gente trabalha para isso, para vencer. O São Paulo está sem perder há vários jogos e isso é uma marca que requer consideração. Mas a gente tem capacidade de enfrentar o São Paulo de igual para igual. Eles têm de saber que vai ser difícil, não pense que vai ser fácil, porque não vai. Temos de fazer a nossa parte que é ir lá e vencê-los.

LNET!:Você tem alguma relação com o São Paulo? Alguma vontade extra de vencê-los que nunca contou?
Tenho admiração pelo clube e pelo Muricy Ramalho. Acho ele um baita treinador, com um perfil muito legal. Se eu fosse treinador gostaria de ser como ele, usando aquela maneira de cobrar os atletas à beira do campo. Ele passa uma energia muito boa. Mas só tenho admiração mesmo, não tenho contato, mas acho ele profissional demais e o futebol precisa de gente assim.

LNET!:Muito falou-se sobre mala branca neste Brasileirão. Como você analisa este artifício tão comum?
Isso é uma coisa que a gente deixa de lado. Traçamos objetivos e o técnico Hélio dos Anjos nos cobra muito, pois temos sempre de melhorar em campo. Nós queremos a sexta posição. Esse negócio de mala branca a gente nem quer falar, até porque eu não estou sabendo de nada. Quero estar bem concentrado para vencer esta partida. Apenas isso.

LNET!:Mas você é contra ou a favor?
Cara, se tiver eu acho que sou a favor. Não tem nada de mais dar um incentivo para outra equipe jogar.

LNET!:Há uma brincadeira, entre os palmeirenses, de que você pode tornar-se ídolo depois que saiu do clube. Isso porque você participou do rebaixamento do Corinthians e pode, quem sabe, tirar o hexa do São Paulo. Como analisa isso?
Acho que não tem nada a ver esse negócio de atrapalhar os rivais. O Corinthians caiu e, se ele não caísse, teria sido o Goiás. Melhor que foi o Corinthians, claro. Agora vou fazer o melhor para ajudar o Goiás. Não vou fazer nada além para ajudar Palmeiras ou Grêmio. Vou ajudar o meu clube. E o torcedor do Palmeiras não analisa também que, não fosse eu e o Edmundo, a equipe teria sido rebaixada em 2006. Nós marcamos dez gols cada no Brasileirão e ajudamos muito naquele ano. Se a gente não tivesse marcado tantos gols, o torcedor veria pela segunda vez o Palmeiras na Série B.

LNET!:O Goiás, mais uma vez, está em evidência na última rodada do Brasileirão. É só coincidência ou o clube tem alguma coisa a mais?
Acho bom. As atenções em cima do Goiás estão sempre em alta na mídia. É importante você estar na reta final com toda esta badalação. Cria mais uma motivação para a gente buscar o nosso objetivo. Nós traçamos um objetivo também, que é a sexta colocação. Se a gente vencer esta partida vamos conseguir isso que, para o Goiás, é uma coisa importante. Todo mundo dizia, a imprensa daqui e do Brasil, que éramos favoritos para cair. E nós estamos mostrando justamente o contrário, que o nosso grupo é forte.

LNET!:Durante o torneio, o Santos manifestou interesse em contratá-lo. Ficou animado com a sondagem?
Tive algumas sondagens do Santos, Grêmio e Cruzeiro, mas isso eu tirei como motivação durante o campeonato. O ruim é se não tivesse, porque aí seria um sinal de que eu estava em decadência. Vejo tudo isso como uma coisa muito legal, ver times de chegada interessados no meu futebol. Mostra que o trabalhado está sendo bem feito aqui.

LNET!:Os clubes podem animar-se?
Claro que podem. Tudo é possível, vai que o Goiás não esteja mais interessado em contar comigo. Meu contrato acaba em 19 de março de 2009, mas a gente tem um acordo que, se surgisse algo, o presidente me liberaria. Mas, por enquanto, está tudo em ordem. Quero deixar para resolver depois do campeonato.

LNET!:Como principal jogador do Goiás, como você viu esta polêmica com relação ao estádio do jogo de hoje e o alto preço cobrado?
Como é uma decisão, estou achando tudo normal. O jogo tem de ser valorizado. Só vejo que poderia ser no Serra Dourada, até porque teria mais gente no estádio, o preço dos ingressos poderia estar mais barato, porque a capacidade é maior que o Bezerrão. Mas, na minha opinião, não há nada anormal. Tudo dentro do padrão de decisões.

LNET!:Ninguém, nos pontos corridos, fez mais gols do que você até agora. Qual a sua relação com este torneio? Você é a cara do Nacional?
Desde a época em que começou os pontos corridos, em 2003, venho mantendo uma média muito boa e isso faz uma diferença muito grande. Este ano fiz 14, ano passado fiz 13, tenho 69 no total. Jogo a maioria dos jogos e me machuco pouco. Neste dois últimos anos eu joguei de meia, o que é uma coisa que me ajuda bastante. Estou com 34 anos e não tenho mais aquela velocidade, aquela saúde dos garotos. Tenho de administrar um pouco. Quando eu joguei de ala, tinha sempre a cobertura dos três zagueiros, que me ajudava. É uma marca legal, que eu me orgulho muito. Hoje estou a um gol de empatar com o Araújo, para, quem sabe, ser o maior artilheiro do Goiás de todos os tempos no Brasileirão. Completei outro dia 200 jogos pelo clube, fiz o milésimo gol do Goiás em Brasileiros em 2007. Tenho marcas muito legais por aqui.

LNET!:O Baier é a cara do Goiás?
Acho que sim. Tenho uma identificação muito grande com o Criciúma também, pelas coisas que aconteceram comigo lá, fiz três gols uma vez durante uma final. Mas aqui no Goiás as coisas se identificaram. A camisa é a minha segunda pele.

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