Botafogo e São Paulo, ao menos na determinação e emoção despejadas em campo, fizeram um jogo digno de decisão de campeonato, como proclamado durante a semana. Em dois tempos distintos, melhor para o Tricolor Paulista, que com os 2 a 1, gols de Jean e Hernanes, encostou no líder Grêmio. Já o Alvinegro de Ney Franco, que marcou através de Wellington Paulista, praticamente deu adeus ao sonho de ir à Libertadores.
Os dois treinamentos secretos impostos por Ney Franco durante a semana resultaram em uma escalação que deve ter surpreendido não só a Muricy Ramalho e os torcedores alvinegros, mas os próprios jogadores, que sofreram para se adaptar ao cautelosíssimo esquema com três zagueiros e três volantes, que mais parecia um 5-3-2 tamanho o domínio do São Paulo nos 20 primeiros minutos.
À sua maneira, o Tricolor deitava e rolava. Como de costume, Hernanes tinha liberdade, os alas caíam nas costas de Alessandro e Zé Carlos, e Dagoberto e Hugo trocavam passes e, também, de posição com facilidade, o que criou muito perigo a Renan.
Ao Botafogo faltou sobretudo compactação, diante do quadro que se apresentava. Com o time recuado, os zagueiros não tinham padrão para a saída de bola e, principalmente, Diguinho, o cérebro, o maestro, o substituto do camisa 10 Lucio Flavio, jogava isolado dos atacantes e de qualquer outro companheiro.
O panorama, porém, começou a mudar por volta dos 25, quando, na base da conversa, os jogadores alvinegros se acertaram mais e passaram a bloquear os avanços do meio-de-campo adversário, impedindo que as deficiências da formação fossem exploradas com a mesma facilidade e inteligência com que tinham sido até então.
De qualquer forma, a evolução do Botafogo não representou grande perigo para o São Paulo. Jorge Henrique, bem marcado, se preocupava apenas em cair no chão. Wellington Paulista era pouco acionado. Até o fim da primeira etapa, o time de Muricy procurava se ajustar novamente no jogo, enquanto o de Ney Franco corria desordenadamente e errava passes.
Ao adotar a tática de Parreira, que era criticado por nunca substituir no intervalo, Ney Franco esperou exatos cinco minutos para chamar Luciano Almeida e Fábio e desmontar o esquema de quem não queria a vitória. Zé Carlos, muito vaiado, e Edson foram sacados.
Mais encorpado, o Botafogo melhorou em campo. Entretanto, dando razão a Ney Franco, que na última quarta havia dito que "há coisas que só acontecem no Botafogo", Renan cometeu falha incrível ao repor a bola nos pés de Jean, que o encobriu e abriu o placar no Engenhão.
Em desvantagem, Ney resolveu, enfim, adotar a coragem, e promoveu a entrada de Lucas Silva na vaga de Alessandro. E deu certo. Depois de tanto pressionar, Fábio dividiu com Rogério Ceni, e a bola sobrou para Wellington Paulista, que ganhou de Rodrigo e empurrou a rede.
A partir daí, o jogo ficou aceso de vez, e ganhou contornos de uma verdadeira decisão. O Botafogo assumiu seu papel de um legítimo mandante e tomou as rédeas da partida. Mais uma vez, no entanto, em contra-ataque do São Paulo, arma mortal e pouco utilizada pelo time de Muricy na noite desta quarta, Hernanes enganou dois marcadores e fuzilou o gol de Renan, que desta vez nada pôde fazer.
Valente, o Alvinegro não se intimidou, talvez por contar com ao menos seis jogadores considerados reservas, que pareciam se entregar ainda mais. Tanto que, aos 31, Lucas Silva marcou o gol de empate. Inexplicavelmente, o auxiliar Altemir Haussman assinalou impedimento de Wellington Paulista, que teria atrapalhado o goleiro Rogério Ceni.
Isso desencadeou uma série de reclamações enlouquecidas por parte dos botafoguenses, e entoada pelo presidente Bebeto de Freitas, que, à beira do gramado, gritava "É uma vergonha, assalto à mão armada!".
Exaustos, os dois times diminuíram um pouco ritmo depois da confusão. Por mais que a derrota praticamente lhe tirasse qualquer chance de Libertadores, o Botafogo parecia não ter mais forças, nem recursos para entrar na bem postada defesa são-paulina, que deu um passo maior rumo ao hexacampeonato.
FICHA TÉCNICA:
BOTAFOGO 1 X 2 SÃO PAULO
Estádio: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 29/10/2008 - 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Sérgio da Silva de Carvalho (DF)
Auxiliares: Altemir Haussman (Fifa-RS) e Renato Miguel Vieira (DF)
Renda/público: R$ 92.023,00 / 12.356 pagantes
Cartões amarelos: Diguinho e Alessandro (BOT); Hugo e Rodrigo (SAO)
Cartões vermelhos: -
GOLS: Jean, 16'/1ºT (0-1); Welligton Paulista, 23'/2ºT (1-1); Hernanes, 28'/2ºT (1-2)
BOTAFOGO: Renan, Alessandro, Renato Silva, Andre Luis e Édson (Luciano Almeida, 11'/2ºT); Leandro Guerreiro, Túlio (Lucas Silva, 18'/2ºT), Diguinho e Zé Carlos (Fábio, 10'/2ºT); Jorge Henrique e Wellington Paulista - Técnico: Ney Franco
SÃO PAULO: Rogério Ceni, André Dias, Miranda e Rodrigo; Jancarlos, Jean, Hernanes, Hugo e Jorge Wagner; Dagoberto e Borges (André Lima, 19'/2ºT) - Técnico: Muricy Ramalho
Os dois treinamentos secretos impostos por Ney Franco durante a semana resultaram em uma escalação que deve ter surpreendido não só a Muricy Ramalho e os torcedores alvinegros, mas os próprios jogadores, que sofreram para se adaptar ao cautelosíssimo esquema com três zagueiros e três volantes, que mais parecia um 5-3-2 tamanho o domínio do São Paulo nos 20 primeiros minutos.
À sua maneira, o Tricolor deitava e rolava. Como de costume, Hernanes tinha liberdade, os alas caíam nas costas de Alessandro e Zé Carlos, e Dagoberto e Hugo trocavam passes e, também, de posição com facilidade, o que criou muito perigo a Renan.
Ao Botafogo faltou sobretudo compactação, diante do quadro que se apresentava. Com o time recuado, os zagueiros não tinham padrão para a saída de bola e, principalmente, Diguinho, o cérebro, o maestro, o substituto do camisa 10 Lucio Flavio, jogava isolado dos atacantes e de qualquer outro companheiro.
O panorama, porém, começou a mudar por volta dos 25, quando, na base da conversa, os jogadores alvinegros se acertaram mais e passaram a bloquear os avanços do meio-de-campo adversário, impedindo que as deficiências da formação fossem exploradas com a mesma facilidade e inteligência com que tinham sido até então.
De qualquer forma, a evolução do Botafogo não representou grande perigo para o São Paulo. Jorge Henrique, bem marcado, se preocupava apenas em cair no chão. Wellington Paulista era pouco acionado. Até o fim da primeira etapa, o time de Muricy procurava se ajustar novamente no jogo, enquanto o de Ney Franco corria desordenadamente e errava passes.
Ao adotar a tática de Parreira, que era criticado por nunca substituir no intervalo, Ney Franco esperou exatos cinco minutos para chamar Luciano Almeida e Fábio e desmontar o esquema de quem não queria a vitória. Zé Carlos, muito vaiado, e Edson foram sacados.
Mais encorpado, o Botafogo melhorou em campo. Entretanto, dando razão a Ney Franco, que na última quarta havia dito que "há coisas que só acontecem no Botafogo", Renan cometeu falha incrível ao repor a bola nos pés de Jean, que o encobriu e abriu o placar no Engenhão.
Em desvantagem, Ney resolveu, enfim, adotar a coragem, e promoveu a entrada de Lucas Silva na vaga de Alessandro. E deu certo. Depois de tanto pressionar, Fábio dividiu com Rogério Ceni, e a bola sobrou para Wellington Paulista, que ganhou de Rodrigo e empurrou a rede.
A partir daí, o jogo ficou aceso de vez, e ganhou contornos de uma verdadeira decisão. O Botafogo assumiu seu papel de um legítimo mandante e tomou as rédeas da partida. Mais uma vez, no entanto, em contra-ataque do São Paulo, arma mortal e pouco utilizada pelo time de Muricy na noite desta quarta, Hernanes enganou dois marcadores e fuzilou o gol de Renan, que desta vez nada pôde fazer.
Valente, o Alvinegro não se intimidou, talvez por contar com ao menos seis jogadores considerados reservas, que pareciam se entregar ainda mais. Tanto que, aos 31, Lucas Silva marcou o gol de empate. Inexplicavelmente, o auxiliar Altemir Haussman assinalou impedimento de Wellington Paulista, que teria atrapalhado o goleiro Rogério Ceni.
Isso desencadeou uma série de reclamações enlouquecidas por parte dos botafoguenses, e entoada pelo presidente Bebeto de Freitas, que, à beira do gramado, gritava "É uma vergonha, assalto à mão armada!".
Exaustos, os dois times diminuíram um pouco ritmo depois da confusão. Por mais que a derrota praticamente lhe tirasse qualquer chance de Libertadores, o Botafogo parecia não ter mais forças, nem recursos para entrar na bem postada defesa são-paulina, que deu um passo maior rumo ao hexacampeonato.
FICHA TÉCNICA:
BOTAFOGO 1 X 2 SÃO PAULO
Estádio: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 29/10/2008 - 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Sérgio da Silva de Carvalho (DF)
Auxiliares: Altemir Haussman (Fifa-RS) e Renato Miguel Vieira (DF)
Renda/público: R$ 92.023,00 / 12.356 pagantes
Cartões amarelos: Diguinho e Alessandro (BOT); Hugo e Rodrigo (SAO)
Cartões vermelhos: -
GOLS: Jean, 16'/1ºT (0-1); Welligton Paulista, 23'/2ºT (1-1); Hernanes, 28'/2ºT (1-2)
BOTAFOGO: Renan, Alessandro, Renato Silva, Andre Luis e Édson (Luciano Almeida, 11'/2ºT); Leandro Guerreiro, Túlio (Lucas Silva, 18'/2ºT), Diguinho e Zé Carlos (Fábio, 10'/2ºT); Jorge Henrique e Wellington Paulista - Técnico: Ney Franco
SÃO PAULO: Rogério Ceni, André Dias, Miranda e Rodrigo; Jancarlos, Jean, Hernanes, Hugo e Jorge Wagner; Dagoberto e Borges (André Lima, 19'/2ºT) - Técnico: Muricy Ramalho
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