Há quem considere esse clássico definitivo, se nem tanto para o palmeiras, ao menos, para o São Paulo.
Confesso que já não arrisco mais nada neste campeonato feito de tantas alternâncias. Mas, enfim, vale fazer um cotejo, setor por setor dos dois times.
Marcos e Rogério Ceni são, sem dúvida, o ponto mais alto de Palmeiras e São Paulo. Arqueiros extraordinários, campeões do mundo, experientes e senhores de fortes traços de liderança, cada um a seu modo.
Rogério, simétrico, racional, com nítidos pendores para os números e as análises calculadas das situações; Marcos, alma solta de caipirão que esconde a esperteza aguda por trás de sua espontaneidade incontida.
Ambos pertencem à linhagem mais nobre dos paredões, na definição do saudoso comentarista Mário Moraes – aqueles que fecham o gol e jogam a chave fora. Nesse sentido, Marcos parece avolumar-se mais do que Rogério. Tanto que é perceptível pairando sobre sua cabeça aquela auréola que lhe valeu a canonização no futebol. É o São Marcos. Em contrapartida, perde de goleada para Rogério no quesito pé na bola. Com a bola nos pés, Rogério reina absoluta sobre qualquer outro no mundo. Nesse item – goleiros -, empate técnico.
Se restringirmos a linha de defesa aos zagueiros – três de cada lado – haverá nítida superioridade tricolor. Afinal, sob qualquer ângulo, o trio formado por Rodrigo, André Dias e Miranda é superior, individual e coletivamente, ao do Palmeiras, que conta com Gustavo, Roque Jr. e Martinez. Está mais entrosado, na pior das hipóteses.
Mas, há aqui uma diferença significativa que se reflete mais lá na frente do que aqui atrás. Refiro-me ao movimento destinado a Martinez, um meia-esquerda de origem, que se transformou em lateral e acabou se fixando como segundo volante. Embora um tanto lento, ao sair para o jogo, compõe melhor o meio-de-campo do seu time do que qualquer beque-beque do São Paulo. Na verdade, é um volante a mais, disfarçado de terceiro zagueiro, E isso, no rolar da bola, pode faer uma grande diferença. Mas, pau a pau, na zaga, como tal, ganha o São Paulo.
No meio campo, somos obrigados a entender os laterais como alas, na nomenclatura assumida de início (sistema 3-5-2). Nesse caso, os dois palmeirenses Elder Granja e Leandro levam nítida vantagem, no conjunto das ações, sobre os dois tricolores, Jancarlos e Jorge Wagner. Isso, porque coordenam melhor os movimentos defensivos com os ofensivos. Jorge Wagner é referência do São Paulo nas bolas paradas, jogada essencial desse time tão mecanizado. Mas, não possui a mesma velocidade e a mesma eficiência de Leandro na marcação. Já, no meio, observa-se uma variação de estilos e funções.
O São Paulo deverá atuar com três volantes naturais – Zé Luís, Hernanes e Jean -, embora Hernanes se adiante como meia. Por seu lado, o Palmeiras firma-se em Pierre, Sandro Silva e Diego Souza, este já um meia de ofício e estilo. Essa simples diferença, entre o jeito de jogar de Hernanes e de Diego, pode vir a ser o ponto de maior equilíbrio do Palmeiras. Assim, vence o Palmeiras, por una cabeza.
No ataque, de um lado, Alex Mineiro, um dos artilheiros do campeonato, e Kleber, cria tricolor que ganhou notoriedade por seu futebol aguerrido, às vezes violento, mas inegavelmente eficiente. Ambos, fluidos, saindo e entrando da área, seja para colaborar no passe, seja para definir o assunto. De outro, Borges e Hugo, com traços semelhantes, mas menos incisivos. Nesse aspecto, o Palmeiras me parece mais bem servido. Como alternativas, no banco, Muricy terá o insinuante Dagoberto, que ainda não voltou a jogar o que jogava no Furacão, mas que vem progredindo, e André Lima, um finalizador. Já Luxemburgo sempre poderá contar com Denílson, o driblador imprevisível, que tanto pode acabar com o jogo em poucos minutos como acrescentar pouco, dependendo da lua. Melhor o Palmeiras aqui também, por alguns fios.
Toda essa acurada análise não passa de pretensa profecia, pois está baseada no quem tem sido, ao longo de um campeonato pontilhado por viradas e reviradas de expectativas. Em futebol, quase nunca o que foi será, quando se trata de clássicos dessa magnitude histórica. Basta a troca de um jogador, este por aquele, e o cenário vira de ponta-cabeça. Um gol aos 5 minutos, uma expulsão, uma dor de barriga, uma súbita tempestade, um erro da arbitragem, qualquer coisa pode alterar tudo. Mas, como o futebol, ao contrário do dito popular, guarda, sim, uma dose significativa de lógica, há que se levar em conta o fato de o jogo ser no Palestra Itália, onde o Palmeiras tem obtido um índice elevado de bons resultados, o que, somado ao cotejo de setores lá de cima, indica o Verdão como levemente favorito. De resto, é esperar pra ver, sobretudo porque os dois treinadores se eqüivalem em competência e esforço, e as duas camisas pesam toneladas de ouro.
Confesso que já não arrisco mais nada neste campeonato feito de tantas alternâncias. Mas, enfim, vale fazer um cotejo, setor por setor dos dois times.
Marcos e Rogério Ceni são, sem dúvida, o ponto mais alto de Palmeiras e São Paulo. Arqueiros extraordinários, campeões do mundo, experientes e senhores de fortes traços de liderança, cada um a seu modo.
Rogério, simétrico, racional, com nítidos pendores para os números e as análises calculadas das situações; Marcos, alma solta de caipirão que esconde a esperteza aguda por trás de sua espontaneidade incontida.
Ambos pertencem à linhagem mais nobre dos paredões, na definição do saudoso comentarista Mário Moraes – aqueles que fecham o gol e jogam a chave fora. Nesse sentido, Marcos parece avolumar-se mais do que Rogério. Tanto que é perceptível pairando sobre sua cabeça aquela auréola que lhe valeu a canonização no futebol. É o São Marcos. Em contrapartida, perde de goleada para Rogério no quesito pé na bola. Com a bola nos pés, Rogério reina absoluta sobre qualquer outro no mundo. Nesse item – goleiros -, empate técnico.
Se restringirmos a linha de defesa aos zagueiros – três de cada lado – haverá nítida superioridade tricolor. Afinal, sob qualquer ângulo, o trio formado por Rodrigo, André Dias e Miranda é superior, individual e coletivamente, ao do Palmeiras, que conta com Gustavo, Roque Jr. e Martinez. Está mais entrosado, na pior das hipóteses.
Mas, há aqui uma diferença significativa que se reflete mais lá na frente do que aqui atrás. Refiro-me ao movimento destinado a Martinez, um meia-esquerda de origem, que se transformou em lateral e acabou se fixando como segundo volante. Embora um tanto lento, ao sair para o jogo, compõe melhor o meio-de-campo do seu time do que qualquer beque-beque do São Paulo. Na verdade, é um volante a mais, disfarçado de terceiro zagueiro, E isso, no rolar da bola, pode faer uma grande diferença. Mas, pau a pau, na zaga, como tal, ganha o São Paulo.
No meio campo, somos obrigados a entender os laterais como alas, na nomenclatura assumida de início (sistema 3-5-2). Nesse caso, os dois palmeirenses Elder Granja e Leandro levam nítida vantagem, no conjunto das ações, sobre os dois tricolores, Jancarlos e Jorge Wagner. Isso, porque coordenam melhor os movimentos defensivos com os ofensivos. Jorge Wagner é referência do São Paulo nas bolas paradas, jogada essencial desse time tão mecanizado. Mas, não possui a mesma velocidade e a mesma eficiência de Leandro na marcação. Já, no meio, observa-se uma variação de estilos e funções.
O São Paulo deverá atuar com três volantes naturais – Zé Luís, Hernanes e Jean -, embora Hernanes se adiante como meia. Por seu lado, o Palmeiras firma-se em Pierre, Sandro Silva e Diego Souza, este já um meia de ofício e estilo. Essa simples diferença, entre o jeito de jogar de Hernanes e de Diego, pode vir a ser o ponto de maior equilíbrio do Palmeiras. Assim, vence o Palmeiras, por una cabeza.
No ataque, de um lado, Alex Mineiro, um dos artilheiros do campeonato, e Kleber, cria tricolor que ganhou notoriedade por seu futebol aguerrido, às vezes violento, mas inegavelmente eficiente. Ambos, fluidos, saindo e entrando da área, seja para colaborar no passe, seja para definir o assunto. De outro, Borges e Hugo, com traços semelhantes, mas menos incisivos. Nesse aspecto, o Palmeiras me parece mais bem servido. Como alternativas, no banco, Muricy terá o insinuante Dagoberto, que ainda não voltou a jogar o que jogava no Furacão, mas que vem progredindo, e André Lima, um finalizador. Já Luxemburgo sempre poderá contar com Denílson, o driblador imprevisível, que tanto pode acabar com o jogo em poucos minutos como acrescentar pouco, dependendo da lua. Melhor o Palmeiras aqui também, por alguns fios.
Toda essa acurada análise não passa de pretensa profecia, pois está baseada no quem tem sido, ao longo de um campeonato pontilhado por viradas e reviradas de expectativas. Em futebol, quase nunca o que foi será, quando se trata de clássicos dessa magnitude histórica. Basta a troca de um jogador, este por aquele, e o cenário vira de ponta-cabeça. Um gol aos 5 minutos, uma expulsão, uma dor de barriga, uma súbita tempestade, um erro da arbitragem, qualquer coisa pode alterar tudo. Mas, como o futebol, ao contrário do dito popular, guarda, sim, uma dose significativa de lógica, há que se levar em conta o fato de o jogo ser no Palestra Itália, onde o Palmeiras tem obtido um índice elevado de bons resultados, o que, somado ao cotejo de setores lá de cima, indica o Verdão como levemente favorito. De resto, é esperar pra ver, sobretudo porque os dois treinadores se eqüivalem em competência e esforço, e as duas camisas pesam toneladas de ouro.
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