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Grandes de SP driblam carência na lateral e exaltam improvisações

Santos, São Paulo, Corinthians e Palmeiras utilizam meio-campistas improvisados na lateral-direita. Força física e fim dos pontas facilitaram mudança, opina ex-jogador Zé Maria

Bruno Thadeu, especial para o Pelé.Net

SANTOS - Há tempos que o futebol brasileiro padece de laterais-direitos de qualidade. Os quatro clubes grandes de São Paulo encontraram soluções caseiras para resolver esse problema crônico. Sem muitas opções de valor para a ala, Corinthians, Santos, São Paulo e Palmeiras utilizaram, com sucesso, meio-campistas improvisados.

Wendel, do Santos; Carlos Alberto e Alessandro, do Corinthians; Elder Granja, do Palmeiras; e Zé Luís, do São Paulo, lucraram com a mudança de posicionamento.

São diversos os motivos para eles aceitarem o deslocamento: menor concorrência na ala e possibilidade de um dia defender a seleção brasileira, algo improvável quando eram meio-campistas.

Elder Granja é o único que já se desgarrou do rótulo de improvisado. O jogador iniciou a carreira em 2000, na função de meia. Percebendo que o setor direito do Internacional estava carente, Granja foi aproveitado como lateral em 2004.

A troca deu uma guinada na vida de Granja, que sonhou com a convocação para a Copa de 2006. Uma grave lesão em 2005, porém, o afastou da seleção. Absoluto na lateral, Granja comemora estabilidade no Palmeiras: contra o São Paulo ele completa 50 jogos defendendo o clube somente neste ano.

Um conselho de Muricy Ramalho fez Wendel mudar seu conceito em campo. Então contrário à idéia de abandonar o posto de volante, o agora lateral do Santos já fala em acabar com essa de curinga, sendo definitivamente lateral.

Valorizado na nova função, Wendel sanou problema no setor direito do Santos, que havia tentado sem sucesso Apodi, Fabiano e Quiñonez. Ele deve ter seus direitos econômicos comprados pelo Santos no final do ano por US$ 1,5 mi.

"O Muricy disse que eu teria grande futuro se eu continuasse como lateral devido à maneira como eu cuido dos avanços do ataque adversário. Ele falou que eu posso um dia ir para a seleção, que é o meu sonho", vislumbra Wendel.

O São Paulo penou para encontrar uma solução para o lado direito neste Brasileirão. Opções não faltaram. Contratados, os laterais de origem Joílson, Jancarlos e Éder foram reprovados. Sobrou para o "intruso" Zé Luís, 29 anos, que tem se especializado nos cruzamentos à área.

"Para mim é indiferente ser ou não ser lateral. Podendo continuar ajudando no time titular é o que importa para mim, em qualquer posição", prega Zé Luís, que ainda é classificado como meio-campista no site do São Paulo.

O Corinthians decidiu que Carlos Alberto e Alessandro seriam as peças responsáveis por cuidar da lateral-direita. Pior para o lateral Denis, que dificilmente terá nova oportunidade com Mano Menezes.

Alessandro já havia exercido as funções de ala e meio-campista em outros times. No período em que ele esteve afastado do Corinthians por lesão, sobrou para o volante Carlos Alberto, que surpreendeu Mano como lateral, de modo que por inúmeras vezes acabou sendo opção número 1 na ala.

Lateral em extinção?

A bem-sucedida migração de meio-campistas para a lateral não é recente. Um exemplo clássico ocorreu com Cafu, que iniciou carreira no meio-campo do São Paulo, rumando para a lateral após solicitação de Telê Santana. Pelo setor direito, Cafu ganhou as Copa de 1994 e 2002.

Defensor do estilo original de atuação nas laterais, o ex-jogador Zé Maria não se surpreende com a invasão de volantes pelos lados de campo. Para o "Super Zé", a função de lateral entrou em extinção, podendo ser ocupada atualmente por qualquer jogador. Basta possuir bom preparo físico e saída de bola.

O fim dos pontas e a adoção em larga escala do sistema 3-5-2 também contribuíram para a "banalização" do setor, entende o ex-jogador do Corinthians, que disputou as Copas de 70 e 74.

"Hoje não tem mais ponta incomodando o lateral. Antes, cuidávamos da marcação e só depois subíamos para ajudar o time na frente. Agora é comum o lateral avançar e demorar a voltar, já que muitos times jogam com três zagueiros, dando total cobertura. Hoje qualquer um que tiver bom preparo joga. É uma pena", analisa Zé Maria.

"O Cafu é um exemplo. Ele tinha bastante fôlego e noção de jogo, por isso se deu bem quando deslocado para a lateral. O Betão também virou lateral, pois tem 'pulmão' para isso".

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