Todo são-paulino já deve ter ouvido a história do goleiro Poy, que vendia pessoalmente as futuras cadeiras cativas do estádio, ainda em construção. Sozinho, vendera 8 mil (das 12 mil disponibilizadas).
O que talvez não saibam é que, no início, as cativas não seriam tão cativas assim. Digo, não seriam perpétuas, mas sim, de posse transitória, válida por vinte anos. Acontece que - tal como hoje, com o Morumbi 2014 -, havia muita gente jogando contra, desvalorizando perante a população e o público consumidor, toda e qualquer linha de projeto do São Paulo sobre o Morumbi.
Era um descrédito total. Havia forte campanha (de baixo nível, do pior tipo - tal como hoje novamente, em certos programas esportivos) desqualificando a empreitada tricolor naquela região inóspita. Logo, simplesmente zombavam ''da tua cara'' se ouvissem falar: "Quer comprar uma cativa do futuro estádio do São Paulo no Morumbi?
-"Onde, no mato?".
Com tantos descrentes e com tantos outros jogando contra, alimentando ainda mais essas malícias, o clube não conseguiu vender as meras seis mil cadeiras que planejava desde o início e teve que mudar suas perspectivas quanto a posse das cativas, tornando-as perpétuas.
E ai sim, Poy foi um herói.
Foto da antiga propaganda de venda das Cadeiras Cativas do Morumbi (1953!):