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Aprendiz de Chulapa, Borges reencontra o São Paulo

Atacante tenta repetir a história de Serginho, artilheiro pelos rivais Santos e São Paulo. Se tiver gol no clássico, ele vai comemorar


Borges e Chulapa posam juntos a pedido do LNET! (Foto: Ricardo Saibun/Divulgação)

‘Que honra!’, exclamou Borges ao encontrar com Serginho Chulapa no CT Rei Pelé, a convite do LANCENET!. A expressão de reverência do jogador ao eterno matador faz todo o sentido. Afinal, se Borges caminha para marcar história pelo Santos depois de brilhar no São Paulo, nada melhor do que seguir os passos de Chulapa, ídolo nos rivais.

De tão parecida, a história da dupla até poderia virar filme. É verdade que os créditos do longa metragem de Chulapa já subiram há tempos na tela, enquanto a trama de Borges está em plena ação, mas tudo aponta para o mesmo sucesso.

E o atual camisa 9 do Peixe está disposto a tentar repetir parte dos feitos do ex-atleta. Mas só parcialmente, já que ele não é o maior artilheiro da história do Sampa e sabe da dificuldade de virar o maior goleador do Santos após a era Pelé.

– É difícil. Ele é um dos grandes jogadores da história dessas duas equipes. Estou buscando a minha, mas sei que tenho de trabalhar muito para chegar a nem um terço de tudo isso que ele fez – admite Borges.

Respeito à parte, o eterno matador acredita no potencial do atual camisa 9 para seguir os seus próprios passos. Há de se lembrar, inclusive, que depois de conquistar dois Brasileirões e marcar 54 gols pelo Tricolor, o aprendiz de Chulapa já começa a criar identidade com o Santos. Como ele mesmo fez no passado.

– Com certeza ele pode repetir. Ele é um Chulapa melhorado (risos). Vejo semelhanças nos nossos estilos de jogo. O posicionamento dele é extraordinário, é um centroavante que eu admiro bastante – elogia o ex-jogador, em entrevista ao LANCENET!.

Amanhã, Borges terá uma experiência que Chulapa já teve no passado: enfrentar o São Paulo com a camisa do Santos pela primeira vez. Assim como o ex-jogador, ele admite que será uma partida diferente. Mas apesar do respeito ao Tricolor, o atacante garante que vai comemorar, caso vá às redes.

Independentemente do resultado do clássico, as duas torcidas podem festejar pelo privilégio de ter visto os dois centroavantes em seus times. Melhor para o Santos que, no momento, tem Chulapa e o aprendiz ao seu lado na Vila Belmiro.
Bate-bola com Serginho Chulapa, maior artilheiro da história do São Paulo e maior goleador do Santos depois da Era Pelé, em entrevista exclusiva ao LANCENET!
LANCENET!: Você fez história e é ídolo do Santos e do São Paulo. O Borges tem trajetória parecida. Acha que ele pode repetir os mesmos passos?
Chulapa: Com certeza. A partir do momento em que o Santos cogitou trazê-lo, eu assinei embaixo. Falei para os meus amigos que ele iria se encaixar direitinho e encaixou. Marcar 12 gols em 15 jogos é uma média extraordinária para centroavante. Junto com Neymar, Ganso e também o Muricy, ele caiu como uma luva. É um finalizador.
LNET!: Já chegou a conversar com ele ou deu dicas?
C: Conversamos de vez em quando, mas pelo que ele está fazendo nem precisa conversar muito (risos). Nem precisa dar dica (risos). É um centroavante que eu admiro bastante. Perto da área ele gira e faz isso muito bem, como poucos.
LNET!: Você vê semelhança no estilo dele com o seu?
C: Vejo. Ele é um finalizador e eu também era. Apesar de mais baixo, ele protege bem a bola e vira para os dois lados, coisa que eu tinha deficiência e consertei. Está sempre bem colocado.
LNET!: Você disse que tinha deficiência para girar para os dois lados e ele não. Então, dá para dizer que o Borges é um Chulapa melhorado?
C: Ele já tem essa facilidade. É um Chulapa melhorado (risos). Eu tinha deficiência na perna direita, e depois fui aprimorando. O Borges vai continuar assim, porque a equipe dá condição para isso, trabalha para ele. Isso é muito importante.
LNET!: Como foi sair do São Paulo, como ídolo, e se transferir para o Santos? Teve polêmica na época?
C: Foram muitos anos no São Paulo. Começou tudo lá, minha carreira e minha vida. Consegui fazer história no São Paulo e, de repente, vim para o Santos. Tinha que formar outra história. Vim com essa responsabilidade, de começar tudo do zero, e estou aqui até hoje. Não teve polêmica, porque o Santos sempre foi um time que eu admirei.
LNET!: Como foi jogar o primeiro clássico contra o São Paulo pelo Santos?
C: Foi diferente encarar o São Paulo depois de muitos anos. Quando olhei para o outro lado, achei muito estranho. Mas como profissional, mudei de cores, tinha que jogar. Não fiquei mais motivado, inclusive não forcei muito no jogo, porque não estava acostumado com essa situação (risos). Mas depois comecei minha identidade no Santos.
Bate-bola com Borges, em entrevista exclusiva ao LANCENET!

LANCENET!: Você se inspira no futebol do Serginho Chulapa?
Borges: Poxa, o Serginho depois da era Pelé é o maior artilheiro do Santos. Ele fez muitos gols aqui e por onde passou. Se eu conseguir fazer metade do que ele fez, já fico feliz.
LNET!:: Acha que consegue repetir o sucesso dele e fazer história por São Paulo e Santos?
B: É difícil. Ele é um dos grandes jogadores da história dessas duas equipes. Estou buscando a minha história, mas sei que tenho que trabalhar bastante para chegar em nem um terço de tudo o que ele fez.

LNET!: Será a primeira vez em que você vai enfrentar o São Paulo? Entra mais motivado por isso?
B: Sim. Pelo Grêmio, eu tinha operado e não joguei. Vai ser a primeira vez jogando contra o São Paulo. Espero fazer um grande jogo, com o estádio lotado. Independentemente de quem fizer os gols, o mais importante é a vitória. Jogar no Santos já é a melhor motivação.

LNET!: Mas para você será diferente enfrentar o São Paulo?
B: Clássico sempre é diferente. Claro que é a oportunidade de jogar contra a equipe em que fiquei três anos e fui muito feliz. Espero que seja um grande jogo.

LNET!: E se fizer gol contra o São Paulo neste domingo, vai comemorar?
B: Comemoro sim.
Outros que trocaram o Morumbi pela Vila
Careca
Ídolo são-paulino, conquistou títulos e prêmios individuais com a camisa tricolor. O sucesso no Morumbi o levou para o Napoli, da Itália. Depois de uma passagem pelo Japão, encerrou a carreira no Santos, time que torcia quando era criança.

Muller
Começou a carreira no São Paulo, clube no qual foi bicampeão mundial e da Libertadores. Teve três passagens pelo Tricolor, atuou na Itália, no Japão, e ainda vestiu a camisa do Palmeiras antes de ir para o Santos, em 1997. Em um ano no Peixe fez 10 gols.

Dodô
Foi no Tricolor que o atacante despontou para o futebol e chegou à Seleção Brasileira. Apesar de marcar muitos gols e vencer um Paulistão, teve atritos com a torcida e transferiu-se para o Santos, em 1999.

Caio
Revelado nas categorias de base do São Paulo, chegou à Vila Belmiro depois de atuar dois anos na Itália. No Santos, venceu o Rio-São Paulo de 1997 e foi para o Flamengo. Voltou ao Peixe, mas foi mal na segunda passagem.

Ao longo dos anos, Santos e São Paulo se acostumaram a “trocar” jogadores, sobretudo atacantes. Além dos nomes citados acima, outros “são-paulinos” deixaram o Morumbi rumo à Vila Belmiro. Zé Sérgio, Macedo, Jamelli e, mais recentemente, Reinaldo foram alguns dos que deixaram a camisa tricolor para brilhar com o manto alvinegro. O caminho inverso também foi percorrido, como nos casos de Pita e Toninho Guerreiro, que tiveram sucesso no Tricolor depois de passagens pelo Peixe. Arouca e Rodrigo Souto foram os últimos a virarem a casaca.



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