Trechos da coletiva: Milton Cruz

Foto: Site Oficial

Após a vitória de ontém contra o Cruzeiro, o técnico interino, Milton Cruz, concedeu uma coletiva para a imprensa e respondeu questões sobre o esquema tático da partida, a atuação de Rivaldo e Marlos, sua situação no clube e a escolha do novo técnico. Muito brincalhão, Milton Cruz estava contente com o resultado da partida e afirma que a crise acabou.
Veja os melhores trechos da entrevista:

Sobre o significado da vitória após três derrotas
"É sempre importante depois de três derrotas conseguir uma vitória e ainda na frente de uma equipe que tá bem no campeonato. Conseguimos essa vitória para dar tranqüilidade ao grupo, para trabalhar nessa semana cheia que teremos e poder estudar o Inter para o próximo jogo também vencermos. Não adianta ganhar hoje e ser derrotado amanhã, temos que ter o pé no chão e trabalhar bastante."

Sobre os conselhos dos experientes em relação ao jogo.
"Não só do Rogério Ceni, mas do Rivaldo, do Souto, do Dagoberto, enfim. A gente já tinha conversado durante a palestra que tivemos. Eu estudei o Cruzeiro, assisti alguns jogos deles e achei que se acontecesse alguma coisa com o Dagoberto, por exemplo, o próximo direto era o Fernandinho, e com o Fernandinho seria o Marlos e assim por diante. Eu já estava programado para todas as situações no jogo, todo mundo se apoiou muito."

Sobre a sua situação no São Paulo.
"Eu sou funcionário do clube, eu tô a disposição. Da outra vez, assumi aqui oito meses, não é ? Foi quando nós nos classificamos para a Libertadores, inclusive. Não tem problema, enquanto não vier alguém, eu vou ficando. Mas espero que seja o mais rápido possível."

Sobre a sua ajuda na escolha do novo técnico.
"Isso é parte da diretoria. Jogador, eles me perdem opinião e eu dou, mas treinadores, eu nunca participei ou opiniei. É assunto da diretoria, eles são inteligentes para escolher os nomes."

Sobre a sua atuação como técnico interino.
"Eu, praticamente sou um coordenador. Eu sou mais que um auxiliar, eu passo mais coisas. Eu sou feliz nessa função que estou. O treinador quando precisa, eu ajudo ele, eu tô sempre a diposição. No Brasil, acho que só eu faço essa função: trabalho dentro e fora, olho os jogadores, sou o elo do treinador e do jogador, sou o elo do jogador com a diretoria. Então, eu faço isso, fico lá e aqui, assumo quando o técnico sai. Sou feliz assim, é minha satisfação acordar de manhã e ir para o clube, trabalho com pessoas que eu gosto. Acho que futebol não tem segredo, quanto menos inventar, é melhor. Se você tem o jogador certo, você coloca, às vezes ele não joga bem ou joga e tem que ter paciência e ir modificando."

Sobre as alterações que trouxeram a vitória.
"Não foi porque eu assumo hoje que eu venci. Se o Carpegiani estivesse aqui, ele poderia ter vencido também. Acho que o time apoiou também, conversaram comigo e que eu poderia contar com todos ele para o que eu precisasse. Todos apoiaram, os moleques da base e os mais experientes. É gostoso quando as substituíções e alterações dão certo, é bom para o treinador. Eu fico feliz de ter colocado o Rivaldo, não só ele, mas o Marlos jogou bem também, todos jogaram bem: o Dagoberto, o Juan, o Rhodolfo, o Xandão, o Wellington, o Souto, enfim. Todos os jogadores, os garotos que entraram no final jogaram bem, o time está de parabéns por hoje e eu tenho que agradecer o emprenho que tiveram na partida."

video: globo.com

Sobre o Marlos.
"Acho que ele é um jogador fora de série. Ele tem uma qüalidade diferente de todos, é habilidoso, é ágil e não tem medo. Ele tem drible, que é uma característica difícil em um jogador atualmente, é uma coisa individual. Eu já falei, se ele manter uma regularidade de atuação, será um jogador para a Europa e seleção. Eu o acompanho desde os 16 anos de idade dele, sei da sua história e acredito no futebol dele. Ele está de parabéns."

Sobre a sensação da vitória.
"Acho que todas as vitórias que você participa tem um valor. Aquela contra o Chile que classificou para a Libertadores, foi muito legal. Mas hoje foi importante porque estavamos com três derrotas consecutivas, o grupo estava para baixo, todo mundo estava triste. Agora, se você for ao vestiário, tá todo mundo feliz. Deu tudo certo, o Rivaldo se dedicou bastante, sempre fez isso nos outros jogos também, ele nunca deixou de se empenhar, mas hoje ele foi feliz e deu, praticamente, dois passes para os dois gols."

Sobre a relação com o goleiro Rogério Ceni
"O Rogério Ceni tem opiniões iguais às minhas. Ele pensa igual sobre jogadores, esquemas táticos, ele confia muito em mim. Nas outras vezes, em épocas de libertadores, tudo que eu fazia ele me apoiava muito. É um grande amigo que eu tenho. Quando eu tô de olho em algum jogador, ele diz que o que eu trouxer, para ele tá de bom tamanho. A gente tem uma relação de confiança."

Sobre a motivação do Rivaldo
"O Rivaldo tem motivação desde que chegou. Só que ele chegou aqui e já estava há um tempo fora do Brasil. Os treinamenos são diferentes aqui, nós fazemos musculação, treinamos diferente. E ele ganhou mais força, ganhou massa muscular, ou seja, esse período para ele também foi legal. Ele sempre se empenhou, mas hoje ele foi mais feliz, fez os dois passes e tudo deu certo. Mesmo quando estava o Carpegiani, ele nunca entrou de má vontade em nenhuma das cinco vezes que entrou. Ele é um dos caras que mais treina, quer dar o bom exemplo para os mais novos, quer mostrar para todo mundo que mesmo com 39 anos de idade, ele continua correndo e quer puxar a fila. Ele é um exemplo. Ele e o Rogério Ceni são grandes exemplos."