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Criticado pela torcida, técnico promete fazer mais antes de dar adeus

Se para alguns são-paulinos a derrota para o Santos no sábado revoltou como a quinta eliminação seguida nas semifinais do Campeonato Paulista, para Paulo César Carpegiani foi a repetição de um filme. Em 1999, na sua primeira passagem pelo clube, o técnico, como ocorreu nesta temporada, teve a melhor campanha nos pontos corridos, mas também caiu na fase anterior à final diante de um rival tradicional. Desta vez, porém, ainda há a Copa do Brasil no caminho.

Há 12 anos, o Tricolor de Carpegiani terminou a etapa do Estadual que envolvia todos os grandes em primeiro lugar de um grupo que tinha o Palmeiras. O São Paulo somou 39 pontos em 16 partidas, mas, na semifinal, perdeu a ida para o Corinthians por 4 a 0 e ficou no 1 a 1 na volta. Nesta temporada, o time, com 41 pontos, foi líder da primeira fase superando o Verdão nos critérios de desempate, mas foi eliminado pelo Santos ao perder a semifinal, em jogo único, por 2 a 0.

Desde o início da temporada, o técnico mostrou que lamentava não ter continuado no mata-mata a excelente campanha que realizava dentro de seu grupo há 12 anos. A diferença nesta temporada, porém, é a Copa do Brasil. Se em 1999 o Tricolor havia caído logo nas oitavas de final diante do Botafogo no torneio nacional e tinha o Paulista como salvação, desta vez o time já está nas quartas de final, com o Brasileiro às portas.

Em outra palavras, é a oportunidade para Carpegiani, que já teve sua demissão pedida por alguns torcedores que foram ao Morumbi no sábado, poder acalmar as críticas passando pelo Avaí em confronto que já começa nesta quarta-feira, em São Paulo, e já garantindo vaga nas semifinais da Copa do Brasil.

"Temos a obrigação de ganhar na quarta-feira. É a chance de voltar ao grande sonho de todos os são-paulinos, que é a Libertadores", comentou o treinador, incentivando o grupo para saber reagir também diante de um fracasso. "Temos que estar preparados para o outro lado da medalha. Não são somente vitórias. E temos um jogo logo na quarta-feira [no Morumbi]. Precisamos saber conviver e tirar rapidamente isso", pediu.

Para motivar seus atletas, o comandante lembra que, no primeiro tempo do San-São de sábado, o São Paulo teve um domínio principalmente por anular Neymar e Ganso, que decidiram o clássico na etapa final. "Nunca tivemos 45 minutos tão bons sob o meu comando como tivemos contra o Santos no primeiro tempo. O Santos estava cansadíssimo, parecia estar trotando, mas era o nosso domínio", exaltou.

Para mudar a história, o técnico ainda não deve contar com Lucas, Fernandinho, Rhodolfo e Rodrigo Souto, machucados, e existe uma expectativa em relação à liberação de Luis Fabiano. Carpegiani, entretanto, faz um discurso de confiança aos que tem à disposição. "Não lamento as ausências e não vou usar isso [como desculpa]", antecipou.

Em 1999, o técnico perdeu seu emprego ao ser eliminado novamente pelo Corinthians no final da temporada, nas semifinais do Brasileirão. Agora, ele tem como benefício o tradicional menosprezo de sua diretoria ao Estadual, mas não justifica o fracasso publicamente nem com este fato.

"Valorizamos sempre ao máximo [o Campeonato Paulista], sempre escalei o que tive de melhor. Não é porque saí que vou desvalorizar. É um titulo que soma alguma coisa, o que é sempre bom, mas serve muito mais para os comentários negativos do que como um título a mais, apesar do longo tempo em que o São Paulo não está ganhando", apontou o técnico de um time que não conquista o Paulistão desde 2005.