Acordo de múltipla conveniência pode resolver o sonho tricolor.
Há poucos minutos, a Agência FOMQ checou positivamente uma informação (cuja fonte, próxima ao presidente Juvenal Juvêncio, pediu sigilo sobre sua identidade) que explica por que as negociações com Jadson e Montillo estagnaram. Mais uma vez, o São Paulo tenta uma operação de bastidores para tirar um camisa 10 do Santos. Em 2007, Zé Roberto só não veio por detalhes. Agora o objetivo é Paulo Henrique Ganso. O meia caiu em desgraça aparentemente definitiva com os torcedores santistas, após a pálida atuação contra o Barcelona. No lugar de uma partida redentora, enterrou os argumentos de quem defendia que, na hora certa, desequilibraria.
Principal detentora dos direitos federativos do atleta, a DIS é a mentora da operação. A empresa não se importa de ter seu jogador longe da Copa Santander Libertadores. Acredita que o ambiente saudável do São Paulo é do que Ganso precisa para recuperar a bola que o fez camisa 10 da seleção. Até poderiam colocá-lo no Corinthians, mas haveria o risco de vê-lo crucificado outra vez, caso o clube do Parque São Jorge não vença o torneio sul-americano. Por sua vez, o presidente do Santos parece pouco disposto a segurá-lo, já que os gastos com Neymar extrapolaram, a ponto de o clube ter desistido do futsal e do futebol feminino. Para LAOR, Ganso poderia entrar no bloco dos supérfluos.
As negociações estão adiantadas. O São Paulo deve ceder Jean e o lateral-esquerdo Juan, ambos bem vistos por Muricy, que revelou o primeiro e admira a disposição do segundo para chegar à linha de fundo. Juan passou a ser o principal alvo santista após Kléber anunciar que fica no Internacional. Cléber Santana, revelação santista de 2007, é outro que interessa pela afinidade com a torcida. Para o complemento financeiro, a DIS se propõe a ajudar, em troca de metade das parcelas do clube sobre os direitos federativos de Lucas e do próprio Ganso. O que pode dificultar o acerto é o tempo de contrato. O São Paulo quer mantê-lo por cinco anos, sem cláusula de liberação em caso de proposta do exterior em junho. Ganso até aceita excluir esta cláusula, mas quer apenas dois anos.
Já sabendo do possível desfecho, o presidente santista estaria preparando o terreno para eventual insatisfação interna. De acordo com os agentes do jogador, as recentes notícias contra a postura de Ganso são emitidas pela própria assessoria de imprensa do Santos, para garantir que a torcida não retome a simpatia por ele, facilitando o intuito de colocar o clube da Vila Belmiro como vítima. Se tudo evoluir como o desejado, o São Paulo terá o meia-armador mais habilidoso desde Pita - que, coincidentemente, veio do Santos. Mais que nunca, o são-paulino torce para que a História se repita.
