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Caso Dagolberto: No reino do futebol dito profissional

Link http://globoesporte.globo.com/platb/olharcronicoesportivo/2011/12/16/no-reino-do-futebol-dito-profissional/#comment-53035

Imagine que você tem uma empresa e nela você tem um profissional sob contrato por mais 4 meses inteiros. Apesar disso, você não mais precisa dele. Melhor, ou pior ainda: você não quer mais contar com seus serviços. Porém, existe o contrato e ele diz que o profissional em questão está preso a você por mais quatro meses, a contar do Réveillon.

Eu não sei ao certo, mas é comentário geral, tipo vox populi, que tal profissional ganha razoável salário, na faixa de 150 mil reais…

Por mês, todo mês.

Bom, fazendo algumas continhas simples, temos aqui um total de 600 mil reais em salários a serem pagos até o final do mês de abril. Junte-se a isso 4/12 de férias e o correspondente bônus e mais 4/12 avos relativos ao 13º… Mais 4 meses de FGTS e INSS… O resultado dessas continhas dá alguma coisa como 800 mil reais a serem pagos ao profissional em questão nesse período.

Se o orçamento da empresa para o ano vindouro é de, digamos, 180 milhões de reais, essa despesa com um profissional sem utilidade alguma corresponderá, praticamente, a 0,5% do total. Meio por cento do orçamento, o que, para muitos, significa nada. Mas não é, muito pelo contrário, se levarmos em conta o valor em reais desse meio por cento.

Como produtor de leite, prezo todo e qualquer centavo que possa economizar e valorizo feliz todo centavo ganho. É minha principal atividade e dela dependo. Então, fica difícil entender como uma instituição pode jogar no lixo quase um milhão de reais. Por mais rica que seja.

Bom, pensando um pouco além, eu sou dono do meu negócio e dele dependo para coisas básicas, como pagar a internet, pagar a TV por assinatura e o sagrado futebol, pagar o mercado, a gasolina, etc, etc. Dirigentes de futebol, no Brasil, não são donos dos clubes que dirigem. Essa pequena e sutil diferença talvez explique muitas coisas que vemos no futebol brasileiro (não só, não só). Afinal, como diz um amigo botafoguense e fluminense de Campos, dar esmola com dinheiro alheio é uma beleza. No caso presente, quem vai pagar a conta desse profissional parado e custando caro não é o dirigente, é o clube. Logo…



Ah, sim, naturalmente os bem informados e inteligentes leitores deste OCE já perceberam que a instituição em causa é o São Paulo FC e o profissional em questão é Dagoberto. Sobre isso, quem ainda não o fez, leia agora e aqui a matéria do Marcelo Prado a respeito. Vale a pena.

Dagoberto é atacante. É bom, é respeitado, tem mercado. Custou ao São Paulo mais de cinco milhões de reais há cinco anos, quase. Esse valor, corrigido pela poupança, sem maiores sofisticações, chega praticamente a sete milhões de reais.

No mercado internacional, atacantes são os jogadores mais valorizados em relação às demais posições – meio-campistas, zagueiros e goleiros. Óbvio, não? Sim, óbvio, assim como é ou deveria ser óbvio que jogadores desse quilate devem ser tratados inclusive com o pensamento no patrimônio do clube. Apesar disso, Dagoberto deixa o São Paulo sem que o clube nada receba em troca. Sem falar que, sem ser utilizado, talvez até treinando com a garotada da base, sangrará os cofres do clube em quase 1 milhão de reais.



Em tempo: Ganho Político – a liberação do atleta para o Internacional, ainda mais a troco de algum dinheiro, poderia ser capitalizada politicamente. Há anos há uma rusga entre os dois clubes e, como sabem todos que tem alguma preocupação com o futuro de nosso futebol, o momento é de construir, mais do que reconstruir, alguma união entre os grandes clubes brasileiros.

Afinal, nada mais verdadeiro e sempre atual que a velha máxima: dividir para conquistar.
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