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São Paulo investe em quarteto ofensivo ágil e veloz

Quando se faz qualquer analogia no futebol, é preciso clareza para evitar mal-entendidos. Por isso, de antemão reitero que não é uma comparação entre a qualidade dos personagens envolvidos – sejam eles treinador ou jogadores – mas sim entre os conceitos de futebol aplicados: sábado, o São Paulo apresentou-se na vitória sobre o Grêmio com um quarteto ofensivo semelhante àquele implementado no Arsenal por Arsene Wenger.

No 4-5-1 com três meias ofensivos e um falso-nove (ou 4-2-3-1), o São Paulo conquistou a quarta vitória consecutiva no Brasileirão, assumindo a liderança com 100% de aproveitamento. E o grande diferencial da equipe treinada por Paulo César Carpegiani na partida contra o Grêmio foi o quarteto ofensivo. Lucas atuou aberto pela direita, com Marlos na extrema-esquerda, e Casemiro centralizado – trio de suporte ao atacante Dagoberto, atacante que não guarda posicionamento fixo na referência. Com o adiantamento de Lucas e Marlos, e a participação mais ostensiva de Casemiro na saída de bola e na marcação central, é possível ‘ficar em dúvida’ entre o 4-2-3-1 e o 4-3-3.

Na primeira linha do meio-campo, dois volantes de posicionamento rígido e atribuições defensivas acima de tudo – Rodrigo Souto e Wellington – permitiram que os laterais Jean e Juan participassem das transições ofensivas. Desta forma, o São Paulo conseguiu construir triângulos em todos os setores – as ‘pequenas sociedades’ que envolvem táticas de grupo envolvendo jogadores sempre próximos para a manutenção da posse de bola pelo chão.

Estas pequenas sociedades se deram com Lucas, Jean e mais um (Casemiro ou Dagoberto) na direita, Marlos, Juan e mais um (Casemiro ou Dagoberto) na esquerda, Casemiro, Dagoberto e mais um (Lucas ou Marlos) pelo centro…sempre com bola no chão, passes curtos, intensa movimentação de todos os envolvidos, passagens, variações de jogadas. Um quarteto ofensivo ágil, com mobilidade, interessado, veloz nas execuções, e entrosado. O mesmo que faz o Arsenal com os rápidos Walcott e Nasri pelos lados (podem ser Rosicky, Arshavin, ou até o mais lento Bendtner), com Fábregas centralizado e Van Persie deixando a referência para abrir espaços.

Neste sistema, com esta estratégia, o São Paulo cumpre uma das necessidades mais básicas do futebol: ocupação inteligente de espaços. Para ter a posse de bola os tricolores atuam próximos, e os jogadores movimentam-se para oferecer opções de passes. Quando Casemiro tem a bola, por exemplo, há pelo menos três pode subir para quatro ou cinco, dependendo do apoio dos laterais.

Simples, quase óbvio, mas pouco praticado no Brasil, onde os treinadores preferem deixar os jogadores atrás da linha da bola, oferecendo raras opções de passe e levando à ligação direta. O 4-2-3-1 do São Paulo, com este quarteto ofensivo, é muito promissor para o restante da temporada.
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