Juntos no fracasso

Fonte Estadão
O Campeonato Brasileiro chega à penúltima rodada com pelo menos sete jogos decisivos, fundamentais para briga por título, vaga na Libertadores ou fuga do rebaixamento.
Teremos estádios lotados, audiência expressiva na TV e, claro, emoção - mais uma confirmação do sucesso do sistema de pontos corridos. Esse clima de festa será exceção num confronto que tinha tudo para ser um dos principais.
Por seus próprios erros, Palmeiras e São Paulo disputarão partida coadjuvante num fim de semana cheio de protagonistas. Quando a bolinha aparecer na tela da Globo ou da Band, anunciando gol no Pacaembu, pouca gente vai se mobilizar. Para os palmeirenses, o clássico não tem valor nenhum - ou melhor, o único interesse é prejudicar o rival. Para os são-paulinos, representa "apenas" a chance de conseguir o último lugar na mais importante competição do continente.
Entrar na Libertadores é importantíssimo do ponto de vista esportivo e econômico para qualquer clube. Não quero desmerecer um eventual ingresso do São Paulo no torneio. Mas, para uma equipe que de 2005 para cá conquistou um título continental, um mundial e ainda três vezes consecutivas o brasileiro, uma "simples" classificação para a repescagem soa, no máximo, como prêmio de consolação. Um brinde para quem esperava muito mais e, no fim, se viu sem nada.
Quando a tabela do campeonato foi divulgada, palmeirenses e são-paulinos carregavam a esperança, pelo menos no íntimo, de que o clássico pudesse ser o do título. Ou, na pior das hipóteses, tivesse significado um pouco maior do que terá no domingo. Hoje podemos dizer que a expectativa foi falsa ilusão criada por resultados enganosos (como ocorre há muitos anos) contra adversários fracos do decadente Campeonato Paulista e por apostas erradas em jogadores que nunca deixaram de ser promessas.
O gosto amargo do fim de ano fracassado toma proporções ainda maiores para o torcedor com a alta probabilidade de título do principal rival, o Corinthians. Que, para muitos, teria uma temporada morta, fadada ao insucesso depois da histórica derrota para o Tolima na pré-Libertadores.
O erro da diretoria palmeirense foi a avaliação de que três peças seriam suficientes para a glória do time: Felipão no banco, Valdivia na armação e Kléber no ataque. O treinador não conseguiu repetir o eficiente trabalho de outras ocasiões (no próprio Palestra Itália, na seleção brasileira e em Portugal), o meia mais ficou no departamento médico do que no campo e o atacante arrumou muitas confusões e pouquíssimos gols.
No fim, a situação melancólica só não é pior por causa das bolas paradas de Marcos Assunção. Não fossem elas, responsáveis pelos últimos cinco pontos, contra Grêmio, Vasco e Bahia, a equipe estaria lutando contra o rebaixamento.
Os astros decepcionaram, e o restante do elenco já não tinha capacidade técnica para mudar a história do campeonato. Não se pode culpar apenas a atual diretoria, comandada por Arnaldo Tirone. O Palmeiras, afinal, teve vários presidentes depois da saída da Parmalat, em 2000, e nunca mais se encontrou. Aliás, como escrevi após a derrota por 6 a 0 para o Coritiba, pela Copa do Brasil, o clube é um gigante encolhido. Encolhido há uma década.
O São Paulo insistiu em confiar em atletas que surgiram como "futuros craques" e nunca passaram de medianos. Casos de Marlos e Fernandinho. Apostou demais no talento do jovem Lucas, ainda irregular para liderar um plantel sedento por títulos. E cometeu equívocos como a contratação de Rivaldo e do técnico Adílson Batista, em baixa e sem confiança depois de passagens ruins por Corinthians, Santos e Atlético-PR.
Poucos se salvaram. Entre eles, o veterano (mas ainda competente) Rogério Ceni e Dagoberto - perto de deixar o Morumbi. Luis Fabiano só entrou no time na reta final e, ainda assim, demorou a desencantar. Com tudo isso, uma vaga na Libertadores já será lucro.
Seja qual for o placar do domingo, 2011 é um ano para ser esquecido por palmeirenses e são-paulinos.
Avalie esta notícia: 1 8
VEJA TAMBÉM
- Impeachment no Casares? Oposição protocola pedido de destituição de Presidente do São Paulo
- BOMBA ATÔMICA: Polícia Civil investiga saques e depósitos suspeitos de dirigentes do São Paulo
- Reforço surpresa? São Paulo avança por zagueiro do Ajax em meio à crise política
- AGORA VEM: São Paulo transforma Marlon Freitas em prioridade absoluta e trata negócio como teste de credibilidade
- COBIÇADO: São Paulo recebe ofertas por Erick e avalia venda em meio à crise financeira



Comentários

Nenhum comentario!
Enviar comentário
Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui.

Próximo jogo - Brasileiro

Dom - 16:00 - Barradao -
Vitoria
Vitoria
São Paulo
São Paulo
FórumEntrar

+Comentadas Fórum

Entrar

+Lidas Notícias

LogoSPFC.net
©Copyright 2007 - 2025 | SPFC.net