Fabiano sofre pancada em dividida com Henrique
O jovem Fabiano, de 20 anos, ainda busca uma oportunidade para brilhar no futebol, mas a sua primeira
grande manchete dentro do São Paulo foi assustadora. Em um coletivo com os profissionais realizado no dia 25 de agosto, o zagueiro foi vítima de uma pancada no rosto - na tentativa de uma bicicleta do atacante Henrique - e caiu no gramado do CT da Barra Funda desacordado.
Fabiano teve um atendimento rápido, foi levado ao hospital e fez todos os exames de rotina. Nada de grave foi constatado. Mas agora ele esbarra no trauma psicológico de retomar as principais obrigações de um zagueiro, como entrar em divididas e até cabecear a bola.
"Nesta semana, fiz o primeiro treino com bola (na terça-feira) e senti muito medo de cabecear", confessou o jogador ao atender a reportagem pelo telefone.
Mesmo sem lesões preocupantes, Fabiano relata que as consequências imediatas do trauma são assustadoras. O jogador passou vários dias com fortes dores de cabeça e perdeu a lembrança de boa parte do que ocorreu no dia da contusão.
"O médico falou que eu recuperei a consciência no gramado, mas eu não me lembro da imagem na hora em que saí do campo de maca. Na verdade, não lembro nem como cheguei para treinar, e olha que foram 20 minutos de treino. Só lembro quando saímos de Cotia para ir ao CT do profissional. O resto apagou tudo.", afirmou o jovem, que ligou três vezes aos médicos para pedir auxílio contra as dores de cabeça.
Divulgação/São Paulo FC
Zagueiro Fabiano trabalha para retornar aos campos após susto em treino com profissionais do São Paulo
Veja a entrevista com Fabiano:
GE.NET - Você lembra como ocorreu a jogada em que o Henrique acertou de forma involuntária a sua cabeça?
FABIANO: Como foi a jogada, eu só vi na internet. Até hoje não me lembro. Até o pessoal da comunicação do São Paulo me mostrou. Para mim, eu fiquei consciente apenas no hospital. O médico falou que eu recuperei no gramado, mas eu não me lembro da imagem na hora em que saí do campo de maca. Na verdade, não lembro nem como cheguei para treinar, e olha que foram 20 minutos de treino. Só lembro quando saímos de Cotia para ir ao CT do profissional. O resto apagou tudo.
GE.Net - Quando chegou ao hospital você sentia dores fortes em que partes do corpo?
FABIANO: O que me prejudicou era que eu estava com sinusite. Depois da pancada, fui levado ao Pronto Socorro e estava com uma dor de cabeça terrível, parecia que ia explodir, parecia que tinha um coração lá dentro. Aí me deram a medicação e melhorou rapidamente. Depois fui levado para fazer a tomografia.
GE.NET - Você ficou internado por quanto tempo?
FABIANO: Fui internado um pouco depois das 6 da tarde da quinta-feira e saí quase o mesmo horário na sexta. O período previsto de observação era de 24 horas. Mas eu quase fiquei no hospital porque ainda sentia dores de cabeça. Fiquei com dores na cabeça por duas semanas. Depois que saí do hospital na sexta-feira, fui embora para casa. Eu tinha que tomar dois medicamentos, um por dez dias, outro por quatro dias. O médico falou que eu poderia ligar se tivesse algum problema e, para ser sincero, liguei três vezes.
GE.NET - E agora há alguma recomendação especial?
FABIANO: Bom, eu fiquei duas semanas em casa. Na terceira semana, eu voltei ao São Paulo, mas não podia ter contato com a bola e fazer treinos com o grupo. Podia fazer só físico e academia. Nesta semana, fiz o primeiro treino com bola (na terça-feira) e senti muito medo.
GE.NET: Neste primeiro treino você não cabeceou?
FABIANO: Eu fiz as cabeçadas no treino. Mas, quando lançaram a bola, eu fiquei com um medo terrível de ter contato com a cabeça.
GE.NET - Mas você ainda terá de fazer novos exames?
FABIANO: Eu teria de voltar nesta semana, mas o neurologista que me atendeu não tinha horário, só vai ter uma consulta na semana quem. Mas é coisa só de rotina, não precisa fazer nenhum exame ou tomografia.
GE.NET - E como a comissão técnica do São Paulo lida com essa situação?
FABIANO: Eles são bem pacientes comigo. Estamos indo passo a passo. Na semana passada, não deixaram colocar a cabeça na bola de jeito nenhum, era recomendação do Sanchez (José Sanchez, médico do São Paulo). Estão colocando tudo devagarzinho.
GE.NET - Você chegou a pensar em uma proteção na cabeça, talvez um capacete?
FABIANO: Eu acho que deveria ser uma situação mais grave para usar esse equipamento, eu nem cheguei a pensar, para ser sincero.
GE.NET - Sentiu dificuldades com reflexos dentro de campo?
FABIANO: Aparentemente estava tudo normal. Acho que foi importante ter esses dias em casa, o Sanchez me falou que houve um caso anterior, não quero citar o nome, que voltou antes do tempo e a pessoa tinha vômitos e dor de cabeça. Eu também sofri com problemas semelhantes. Em alguns dias, eu estava muito bem. Em outros dias, eu ficava em casa e não saía por causa da dor de cabeça.
GE.NET - E como foi o contato com o Henrique?
FABIANO: Ele me procurou, me chamou aqui pelo rádio, e falou que foi sem querer. Eu respondi que estava tudo bem, são coisas que acontecem, é parte do trabalho. Outros jogadores que passaram pela base do São Paulo e hoje estão no profissional também me ligaram.
