(Foto: Marcos Ribolli/GLOBOESPORTE.COM)
Eles não conseguem trabalhar em paz seja qual for o momento de suas equipes. A cada derrota, por mais normal que ela pareça, Adilson Batista e Tite não escapam das cobranças dos torcedores e dos questionamentos sobre se seguirão em seus cargos. Ainda vistos com certa desconfiança, os treinadores duelam no Morumbi, nesta quarta-feira, às 21h50m (horário de Brasília), pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro, em busca do tão sonhado título importante por um clube paulista para ganharem crédito e sossego.
A situação de Adilson é mais turbulenta nos últimos anos. Desde que levou o Cruzeiro ao vice-campeonato da Libertadores em 2009, o treinador mirava trabalhar em São Paulo para ter mais projeção. A oportunidade não demorou a surgir, mas o resultado foi catastrófico. No Corinthians, em 2010, o técnico entrou em atrito com líderes do elenco, acumulou resultados ruins e foi demitido 17 rodadas depois de ser contratado.
A segunda chance apareceu no badalado Santos, de Neymar e Paulo Henrique Ganso, em 2011. O desempenho também não foi dos melhores. Com uma campanha ruim no principal torneio sul-americano, Adilson acabou dispensado. Pior: viu Muricy Ramalho assumir o posto, recuperar o time e levá-lo ao título. Em seguida, esteve o Atlético-PR e novamente naufragou, deixando o clube na zona do rebaixamento do Brasileirão.
Sem a confiança da torcida, ele assumiu o São Paulo no dia 23 de julho, contra o Atlético-GO. Até agora, são 16 partidas, com sete vitórias, cinco empates e quatro derrotas, aproveitamento de 54,1% dos pontos. Apesar do aproveitamento não ser bom, quando ele estreou, o São Paulo tinha sete pontos de desvantagem para o líder, até então o Corinthians. Hoje, contabiliza um a mais que o rival.
Apesar da desconfiança, Adilson diz que 'sabe o
que faz' (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
- Eu sei o que estou fazendo aqui no São Paulo. O time está crescendo, as peças estão voltando e daqui a pouco vamos achar aquele jogo, que concordo que ainda está faltando. O importante é continuar entre os primeiros para poder dar a arrancada no momento certo – afirmou.
Tite também sofre com as vaias. O técnico pegou o Timão em momento complicado em 2010, justamente depois que Adilson Batista foi demitido. Apesar das cinco vitórias e três empates na reta final, terminou o Brasileirão em terceiro. Para uma parcela da torcida, o comandante teve culpa na perda do título, principalmente por causa de empates contra adversários que lutavam contra o rebaixamento, como Goiás (1 a 1) e Vitóiria (1 a 1).
Em 2011, sua credibilidade sofreu um duro golpe logo no grande desafio do ano. O Timão foi eliminado na fase prévia da Libertadores diante do desconhecido Tolima-COL. Mesmo assim, foi mantido no cargo pelo presidente Andrés Sanches e levou a equipe até o vice-campeonato estadual, perdendo para o Santos. No Brasileirão, depois de um início arrasador com nove vitórias e um empate, não consegue encontrar o mesmo padrão. O Alvinegro perdeu toda a vantagem na liderança e caiu para terceiro.
Em sua segunda passagem pelo Corinthians, são 54 jogos, com 30 vitórias, 15 empates e 12 derrotas, aproveitamento de 64,81%. Tite, porém, não se anima com os números. Para o treinador, a credibilidade só aumentará com a conquista de um título por um grande clube paulista. Até lá, precisa ignorar aqueles que o querem fora do Timão.
- O Vanderlei Luxemburgo é de uma geração mais rodada, o Felipão é campeão do mundo. Tem o lastro dos títulos. É normal. Eu sou de outra geração. É também por ter conquistado sete títulos no Rio Grande do Sul e não ter tido nenhum aqui. Tem a carreira, a conquista de títulos, o tempo. Se é justo ou não é outra história - afirmou o comandante, campeão da Copa do Brasil de 2001, pelo Grêmio.
- Eu ouvia falarem que Telê Santana era pé-frio. Por que, então, o Tite não pode ser questionado? Tem campeão do mundo questionado. Por que o Tite não seria? - emendou.
