
Rogério Ceni apimentou a semana ao afirmar, em entrevista ao Bem, Amigos, que metade das faltas que Neymar sofre não passa de encenação. A declaração provocou frufru danado, com direito ao astro do Santos responder que o goleiro do São Paulo é chato pra caramba. Achei a estatística exagerada – rebaixaria o índice de fingimento para 25% -, mas divertida a polêmica. Em tempos de enxurrada de manifestações politicamente corretas e insossas no futebol, cai bem uma observação mordaz e fora dos padrões. E foi o que fez 01 tricolor.
O ensaio de bate-boca já serve de aperitivo para o San-São marcado para 3 de dezembro, na última rodada. Imaginou se nesse dia o São Paulo (hoje vice-líder) precisar da vitória para o título e o Neymar fizer a molecagem de acabar com o jogo? Ou se o Rogério fechar o gol e, de quebra, deixar o seu, de falta ou pênalti? Será o máximo. Duelo pra não perder.
Quem não tem nada a ver com a história e pode entrar bem é o Corinthians. Tite e sua turma passaram a semana quietos, na moita, só a treinar e a espiar de longe a picuinha. O ambiente no Parque São Jorge não está levezinho como o Liedson e aumenta a pressão por causa dos resultados de São Paulo e Vasco. Então, o melhor é não cutucar a onça santista. Se possível, não custa dar uma força na tentativa de acalmar a fera. Assim agiu Emerson, ao colocar-se ao lado da jovem estrela e admitir que os zagueiros batem.
Não sei se vai adiantar a manobra diplomática engendrada no Corinthians. Neymar passou os últimos dias a remoer a desconfiança de Rogério Ceni – que, a bem da verdade, também o considera um craque e disse isso no programa do SporTV – e pode cismar de encarar a marcação de forma mais incisiva. Se isso acontecer, Chicão, Leandro Castán & Cia vão pagar a conta. Será que era isso que o Rogério Ceni pretendia? Não o vejo maquiavélico a tal ponto.