Procura-se zebra

Fonte Estadão
Já não se fazem zebras como antigamente. Pelo menos no Campeonato Paulista.
No torneio mais previsível dos últimos anos, não houve uma surpresinha qualquer nas quartas de final, o que permitiu o avanço do quarteto de grandes para as semifinais. O título, portanto, ficará para um de seus maiores vencedores: Corinthians (26), Palmeiras (22), São Paulo (21) ou Santos (18). Sem piedade.
Não sou contra o sucesso dos melhores - Deus me livre e guarde de pretender o mal para quem trabalha com competência. Mas, em torneios em que há eliminação direta, principalmente em jogo único, confesso que acho bacana ver um intruso estragar a pose dos favoritos. A satisfação é tanto maior quanto menor for o cartel do traquinas da hora. É, até, uma forma de proporcionar quebra da ordem, da mesmice.
Não foi desta vez no certame do quintal de casa. Para satisfação dos que o organizaram, haverá quatro clássicos até a definição do título. Público, receita e audiência garantidos - a começar com São Paulo x Santos e Palmeiras x Corinthians, os próximos duelos.
Favorito? Nenhum, e não se trata de aboletar-me no muro. Dei a cara a tapa tantas vezes que estou com coro curtido neste ofício de palpiteiro ludopédico. A neutralidade é questão de justiça, pois os quatro remanescentes nesta corrida maluca da Série A-1 paulista têm méritos e tarimba suficientes para chamar para si a pretensão de ficar com a taça.
Numa avaliação arriscada, com forte possibilidade de cometer injustiça, enfileiraria os candidatos na seguinte sequência: Santos, Palmeiras, São Paulo e Corinthians. Por qualidades e defeitos de cada um - e também pelo emparceiramento na etapa seguinte, já que não dá para haver, por exemplo, final entre Santos e São Paulo, os dois com elencos que possibilitam mais opções aos técnicos.
O Santos me agrada por ter cacoete ofensivo (com 41 gols, divide a artilharia com o São Paulo), por contar com jogadores criativos, como Neymar, Paulo Henrique Ganso, Zé Eduardo, Elano. E, agora sob o comando de Muricy Ramalho, por tornar menos instável a defesa.
O São Paulo tem no elenco seu ponto alto, pela boa média de qualidade. Paulo Cesar Carpegiani não pode queixar-se de alternativas para fazer modificações, algo que lhe é muito caro. Estou pra ver treinador que mais se diverte e mexer, remexer, revolver uma equipe! Obsessão dele. A defesa muitas vezes se expõe, mas o ataque compensa e resolve.
A inquietação de Carpegiani se manifestou ontem, quando colocou o atacante Henrique no lugar do meia Rodrigo Souto (saiu por contusão) e tornou o time mais agressivo contra a Lusa. Depois, voltou atrás e substituiu o atacante Marlos pelo zagueiro Luiz Eduardo, no segundo tempo do clássico em Barueri. No fim, se deu bem porque Ilsinho (um belo achado colocá-lo no meio) e Dagoberto resolveram com os gols.
O Palmeiras surpreendeu, depois de iniciar o ano sob desconfiança. Afinal, a torcida estava com pé atrás por causa de decepções no ano passado (ninguém engoliu a desclassificação para o Goiás na Sul-Americana) e pela mudança no comando do clube. Felipão conseguiu armar um time homogêneo, sem ser brilhante, e que tem na defesa sua principal referência (levou só 9 gols).
Ainda sofre com ansiedade, como mostrou ontem, diante do Mirassol. Começou bem, ficou em vantagem com gol de Valdivia, mas estremeceu ao levar o empate no fim do primeiro tempo. Acalmou-se um pouco com o gol decisivo de Márcio Araújo. Faltou-lhe segurança para aproveitar outras chances e sair do Pacaembu com vitória mais fácil dos que os 2 a 1.
O Corinthians fecha a quadra. Está em nível semelhante ao do Palmeiras, com uma ligeira desvantagem: a pressão pelo título é maior, pois foi o que lhe restou, com a queda precoce na Libertadores. Pesam sobre jogadores e Tite cobranças dos torcedores. O aspecto psicológico, mais que o técnico, pode ser seu maior entrave.
Contradição. O Flamengo de Wanderley Luxemburgo tem sido criticado por não encantar nem engrenar. Mas ainda não perdeu na temporada, ganhou o primeiro turno do Carioca e é finalista do segundo, ao bater ontem o Flu nos pênaltis. Quer dizer: pode ser campeão sem disputar sequer a finalíssima, se passar pelo Vasco no domingo que vem. Assim mesmo tem levado bordoadas. A vida de Luxemburgo não tem sossego.
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