Feliz com sucesso de Rivaldo, técnico não esconde a mágoa: 'Ele foi ingrato'

Claudio Ponei diz que Rivaldo jamais reconheceu o que ele fez para ajudar sua carreira e que deveria trabalhar para ajudar as outras crianças em Paulista

Fonte Globo Esporte
Claudio Ponei foi um modesto lateral direito que rodou por vários times do Nordeste: Íbis, Porto, ASA de Arapiraca, CSA, Botafogo (PA) e Juazeiro. No entanto, aos 60 anos, ele pode encher o peito e dizer: foi o técnico responsável pelo empurrão que fez a carreira de Rivaldo decolar no futebol. Afinal, foi ele que, após o jogador ser dispensado do time juvenil do Santa Cruz, o acolheu na equipe do Paulistano, da cidade de Paulista. Lá, ele foi artilheiro do Campeonato Pernambucano juvenil, voltou para o clube da capital pernambucana e depois seguiu para o Mogi-Mirim, de onde trilhou a história de sucesso que todos conhecem.



Claudio Ponei com uma revista com a foto de Rivaldo (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)Claudio Ponei mostra uma revista que tem de Rivaldo da época em que o meia foi eleito o melhor jogador do mundo. Ele, no entanto, não esconde a mágoa com o jogador (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)


- Rivaldo jogou dos 11 aos 13 na escolinha do Santa Cruz, onde era treinado pelo meu amigo Mário Santana. Mas, por ser muito franzino, acabou dispensado em uma peneira. Voltou para a cidade e passou a jogar os torneios amadores. Eu, como sempre fui amigo do pai dele, seu Romildo, vim observá-lo em um torneio e fiquei encantado com ele. No dia que vi ele jogar, Rivaldo fez quatro gols. Falei com o pai e o Paulistano o contratou – conta o treinador, em conversa com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM.



Tão logo Rivaldo foi registrado na Federação Pernambucana de futebol, Claudio Ponei botou o moleque para jogar. Com uma diferença. Ao invés de ser na ponta esquerda, como normalmente atuava, o garoto virou centroavante, porque era muito mais alto que seus concorrentes.



Registro de Rivaldo no Paulistano (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)Claudio guarda até hoje o registro de Rivaldo como jogador do Paulistano (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)


- Naquele campeonato juvenil, a molecada era muito baixa. Então disse ao Rivaldo que ele passaria a jogar como centroavante porque teria muita vantagem. E foi um sucesso. No total, ele marcou 28 gols. Até que fomos enfrentar o Santa Cruz, no Arruda. Ganhamos com dois gols do Rivaldo. E o presidente, após ver a besteira que o técnico havia feito, quis levá-lo de volta. O dono do Paulistano aceitou a proposta e Rivaldo voltou para o seu clube do coração. De lá, foi para o Mogi e virou o grande craque que todos conhecem – ressaltou.



O orgulho de ter sido muito importante na carreira de Rivaldo se transforma em mágoa quando Claudio fala que nunca foi reconhecido como deveria pelo seu pupilo.



- Quando ele começou a jogar comigo não tinha nada. Mal se alimentava. Eu lembro que arrumei uniforme, dei minha chuteira para ele jogar. E Rivaldo foi muito ingrato comigo, depois que ficou famoso, virou outra pessoa. E que fique bem claro que não quero dinheiro dele, quero uma oportunidade, um emprego. Ele poderia me levar para ser técnico do infantil do Mogi para continuar o trabalho que eu faço aqui em Paulista – disse o treinador, que às terças e quintas reúne crianças do bairro e de outras cidades próximas para dar aulas de futebol. No mesmo campo onde Rivaldo deu os seus primeiros toques.



Claudio busca novos Rivaldos em Paulista (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)Claudio comanda uma escolinha às terças e quintas em Paulista (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)


Claudio disse que faz muito tempo que não fala com Rivaldo. E que também não pretende ir ao estádio do Arruda para acompanhar a partida entre Santa Cruz e São Paulo, pela Copa do Brasil. Ele até foi convidado por uma emissora de TV local, mas se recusou.



- Vou lá fazer o que? O que eu tinha de falar sobre o Rivaldo ele já sabe. Se ele não quer me ajudar, tudo bem, que ajude a cidade dele. Que pegue o campo onde ele começou e faça algo, coloque uma grama, dê condições para esses moleques que jogam aqui. No ano passado, mandei oito moleques para o Mogi-Mirim. Agora tem mais quatro prontos para viajar. Se ele quiser ajudar, que ajude. Senão faço meu trabalho do mesmo jeito. Sou aposentado, ganho R$ 600 e trabalho aqui nesse campo de graça. E faço isso de coração porque sei que se essas crianças não jogarem bola, vão se drogar, vão começar a beber. E eu não posso deixar isso acontecer – ressaltou Ponei.
 

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