O escândalo de venda ilegal de ingressos para um camarote no Estádio do Morumbi continua repercutindo dentro do São Paulo. A situação levou um grupo de conselheiros a solicitar o afastamento do presidente Julio Casares. De acordo com uma gravação divulgada pelo portal GE, o diretor adjunto da base, Douglas Schwartzmann, e Mara Casares, diretora feminina, cultural e de eventos e ex-esposa do atual presidente, foram acusados de vender ingressos de forma irregular para um camarote cedido por Marcio Carlomagno, o atual CEO e provável candidato à presidência nas próximas eleições de 2026.
O grupo denominado "Movimento Salve o Tricolor Paulista" expressou, em um documento obtido pela ESPN, sua "profunda consternação" diante da denúncia. Segundo os conselheiros, os áudios divulgados indicam o envolvimento de Mara Casares e Douglas Schwartzmann em um esquema que desvia receitas provenientes da venda de ingressos para camarotes durante um show da cantora Shakira. Eles ressaltaram que ambos ocupam posições de destaque na administração do clube, o que aumenta a gravidade das acusações.
Diante do contexto, os conselheiros afirmaram que é praticamente impossível afastar a hipótese de que o presidente Julio Casares tivesse conhecimento sobre os fatos noticiados. Por isso, exigem seu afastamento cautelar, junto com o Superintendente, até que a situação seja completamente apurada. A nota do movimento confirma ainda que eles atuarão com urgência junto aos órgãos oficiais do clube, seguindo rigorosamente os procedimentos formais, para garantir que todas as medidas necessárias sejam tomadas e que os fatos sejam investigados com a seriedade e transparência que a instituição e sua torcida merecem.
Reagindo à divulgação do caso, o São Paulo se pronunciou de forma institucional na manhã do dia 15. Em comunicado, o clube afirmou que "tomou conhecimento do conteúdo do áudio por meio da imprensa" e que realizará a devida apuração dos fatos. O Tricolor também informou que Douglas Schwartzmann e Mara Casares solicitaram licença de seus cargos na gestão.
Vale ressaltar que o Estatuto Social do São Paulo prevê punições para associados que cometerem infrações. Conforme o artigo 34, as sanções podem incluir advertência, suspensão, indenização, perda de mandato, inelegibilidade temporária e até eliminação do quadro social. Além disso, o artigo 10 do Regimento Interno estabelece que causar dano à imagem do clube pode resultar em suspensão de 90 a 270 dias, com penalidades adicionais se o associado ocupar algum cargo na organização.
