No último domingo (2), o São Paulo conquistou uma vitória significativa por 2 a 0 sobre o Vasco, em uma partida realizada em São Januário. Inicialmente, o resultado poderia ser interpretado como apenas mais uma etapa do Campeonato Brasileiro, mas, pelo contexto em que se insere, ganhou um peso especial. Com este triunfo, o Tricolor agora ocupa a 8ª posição, com 44 pontos, e se aproxima da zona de classificação para a Libertadores, mantendo viva a aspiração de finalizar o ano entre os sete primeiros colocados.
A equipe comandada por Hernán Crespo se beneficia de um cenário que poderá possibilitar a formação de um G7, em decorrência das finais continentais que envolvem clubes como Palmeiras e Flamengo. Caso um deles conquiste a Libertadores e o outro o Brasileirão, uma nova vaga para o torneio continental se abrirá, o que, mesmo dependendo dos resultados dos adversários, proporciona esperança ao São Paulo nesta fase decisiva do campeonato.
A vitória também quebrou um tabu que perdurava há 12 anos. Desde 2013, o São Paulo não vencia em São Januário, e a conquista deste domingo encerra um longo jejum, simbolizando um ponto final em um capítulo que se arrastava por tempo demais. O jogo, acompanhado de perto por Carlo Ancelotti e membros da comissão técnica da Seleção Brasileira, revelou um time competitivo e ciente de suas responsabilidades. Crespo elogiou o espírito da equipe, que soube se adaptar e lutar em um campo tradicionalmente difícil.
Apesar de enfrentar desfalques, um departamento médico abarrotado e um cenário político conturbado, o São Paulo demonstrou resiliência e personalidade. A equipe voltará a campo na próxima quarta-feira, em um duelo contra o Flamengo na Vila Belmiro, e não deverá retornar ao Morumbi até o final do ano. Contudo, o Tricolor mostra determinação em continuar lutando até o último apito do árbitro.
Dentre as narrativas individuais que marcaram a partida, duas se destacaram. Lucas Moura, após um longo processo de recuperação de uma lesão no joelho, completou sua terceira partida como titular e voltou a balançar as redes. O gol representa não apenas um retorno ao protagonismo, mas também um marco em sua trajetória. Luiz Gustavo, aos 38 anos, viveu um momento especial ao marcar após se recuperar de um grave quadro de tromboembolismo pulmonar, uma condição que o afastou dos gramados por meses. Em seu retorno, desde setembro, o veterano tem demonstrado sua importância no elenco, e sua comemoração foi uma demonstração autêntica de gratidão.
“Gratidão” foi a palavra escolhida por Luiz Gustavo para resumir seu sentimento após a partida. Ele expressou sua gratidão pela vida, pelas oportunidades e pela jornada no futebol, destacando a importância de cada momento. Foi um domingo repleto de quebras de tabus, reencontros significativos e sinais de recuperação, um capítulo que pode marcar a recuperação de uma equipe que, mesmo diante de dificuldades, continua ambiciosa e determinada a não se contentar com menos do que merece.